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quarta-feira, 27 de outubro de 2010

O beijo da Alamoa (conto)


Comprei uma faca de mergulho e um arpão, para me proteger. Quase não consegui me alimentar, estava ansioso para que a noite chegasse. Quando o sol começou a se esconder, parti para o pico, nada nem ninguém ira me impedir de descobrir a verdade sopre aquele lugar.

Consegui chegar ao pico com muita dificuldade, já passavam das 19:00 horas, foi quando avistei uma luz saído de uma caverna, armei o arpão e fui até lá. Entrei na caverna com cuidado, tinham vários ossos espalhados pelo chão, ossos humanos, definitivamente ali era um lugar de desova, um cheiro forte de carne podre se espalhara no ar, fiquei meio enjoado, foi quando ouvi uma linda voz ecoar de minhas costas, o arpão quase disparou do susto que tomei.

- O que faz aqui viajante? Está perdido? – perguntou a voz.

Quando me virei, tive a visão mais deslumbrante de toda minha vida. Ela era linda e estava tal como Eva no paraíso, antes de ter comido da árvore proibida.

- Não, não estou.

- Então o que faz aqui, em minha casa.

- Sua casa?

- Sim. Moro aqui há muito tempo.

Não conseguia tirar meus olhos do corpo daquela mulher, seus olhos, seu corpo, seus cabelos, a simetria em forma de mulher. Ela se aproximou e, quando dei por mim estava sem meu arpão, tirou a faca de minha cintura. Me olhou. Sorriu e me beijou, um beijo doce, pediu para eu me sentar, não sabia onde, foi quando vi uma cama de ouro surgida como que por mágica, me deitei e com um simples gesto com os dedos a porta da caverna se fechou, não importava, porque o que queria era volta a sentir seus lábios.

- Como se chama viajante?

- Franco.

- Franco venha aqui, quero livrar-lhe de toda essa roupa.

Ela me despiu com uma sutileza que, nunca tinha visto mulher alguma fazer, nos beijamos novamente, foi quando seus olhos mudaram e pude ver minha morte em seus olhos sedentos e negros, ela se transformou em uma caveira e a loucura me tomou o corpo, me debatia. Tudo em vão, foi quando pude ver encostado numa pedra o velho pescador sorrindo com seu cigarro na boca e erguendo um copo de cachaça para mim, enquanto a Alamoa me devorava vivo e indefeso.

Fim.

Autor: Marcos Henrique

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