- Sente-se – me obrigou o velho.
Estava à mercê de seus caprichos, a única coisa que poderia fazer, era me sentar e apelar para que ele me contasse tudo, antes de ficar bêbado, pois a primeira garrafa acabará de ser aberta.
- Então você quer saber sobre aquela diabinha – disse o velho e tomou a primeira dose.
- Tudo, todos os pormenores, quero saber quem é essa mulher.
- É uma mulher, com certeza, mas um demônio também – continua o velho pescador – A Alamoa é uma mulher linda que aparece lá no pico, nos dias de sextas, para caçar homens, para amá-los e amaldiçoá-los. Nas sextas o pico se fende e em sua porta fica a Alamoa a espera de homens para cortejá-la. Ela é linda, a mulher mais linda da ilha, talvez do mundo, fica nua na porta do pico, seus cabelos são como ouro, sua pela macia, seus olhos lindos, quando o homem se aproxima, fica enfeitiçado por sua beleza, e é chamado para entrar em sua casa, para se deitar com ela.
- E então? O que acontece?
O velho traga seu fumo, toma mais um gole de cachaça, me olha – Seus olhos que antes eram tão lindos quanto às estrelas do céu – continua o velho pescador – se transformam em buracos, tão negros quanto à morte. A pedra se fecha e no lugar daquela linda mulher nua, a Alamoa mostra sua verdadeira forma, seu couro e cabelos caem todos e a maldita se transforma numa caveira sedenta por sangue, e o pobre diabo que lhe faz companhia é devorado.
Então essa Alamoa, matou meu pai, não conseguia acreditar naquela estória toda, um ser do outro mundo, do mundo dos mortos matou pai! Era impossível, mas se fosse impossível, então porque minha mãe tinha tanto medo da ilha de Fernando de Noronha? Tinham mais coisas ali, e estava decidido a descobrir tudo.
- Obrigado senhor.
- De nada, e se você estiver querendo ir ver essa diaba, amanhã é o dia, é sexta feira e a lua está cheia, dizem que ela fica ainda mais bonita e sedenta por sangue de homens na lua cheia.
Me retirei da casa do pescador e fui para o hotel que estava hospedado, não era lógica aquela estória, uma mulher que devorava homens, não podia ser verdade, mas então porque as pessoas na ilha não gostavam de falar sobre o assunto. Mesmo sem acreditar naquela estória estava disposto a ir até o fim de tudo. Tinha que saber o que causou a morte de meu pai.
Fernando de Noronha era lindo, mas não tinha tempo para explorar as belezas da ilha, fui direto para meu quarto, a noite se arrastava, não conseguia dormir, pensamentos estranhos povoaram minha noite. Medo e excitação, sonhos estranhos. Sonhei com minha mãe vestida com uma camisola toda molhada, chorando, me pedindo para voltar para casa, não podia voltar, não mais, era mais forte do que eu. Tinha que acabar com aquela farsa e descobrir quem assassinou meu pai, pois depois daquela estória de pescador, só podia ter sido assassinato, meu pai descobriu algo que as pessoas queriam deixar em segredo e foi morto por isso.
(continua...)
Estava à mercê de seus caprichos, a única coisa que poderia fazer, era me sentar e apelar para que ele me contasse tudo, antes de ficar bêbado, pois a primeira garrafa acabará de ser aberta.
- Então você quer saber sobre aquela diabinha – disse o velho e tomou a primeira dose.
- Tudo, todos os pormenores, quero saber quem é essa mulher.
- É uma mulher, com certeza, mas um demônio também – continua o velho pescador – A Alamoa é uma mulher linda que aparece lá no pico, nos dias de sextas, para caçar homens, para amá-los e amaldiçoá-los. Nas sextas o pico se fende e em sua porta fica a Alamoa a espera de homens para cortejá-la. Ela é linda, a mulher mais linda da ilha, talvez do mundo, fica nua na porta do pico, seus cabelos são como ouro, sua pela macia, seus olhos lindos, quando o homem se aproxima, fica enfeitiçado por sua beleza, e é chamado para entrar em sua casa, para se deitar com ela.
- E então? O que acontece?
O velho traga seu fumo, toma mais um gole de cachaça, me olha – Seus olhos que antes eram tão lindos quanto às estrelas do céu – continua o velho pescador – se transformam em buracos, tão negros quanto à morte. A pedra se fecha e no lugar daquela linda mulher nua, a Alamoa mostra sua verdadeira forma, seu couro e cabelos caem todos e a maldita se transforma numa caveira sedenta por sangue, e o pobre diabo que lhe faz companhia é devorado.
Então essa Alamoa, matou meu pai, não conseguia acreditar naquela estória toda, um ser do outro mundo, do mundo dos mortos matou pai! Era impossível, mas se fosse impossível, então porque minha mãe tinha tanto medo da ilha de Fernando de Noronha? Tinham mais coisas ali, e estava decidido a descobrir tudo.
- Obrigado senhor.
- De nada, e se você estiver querendo ir ver essa diaba, amanhã é o dia, é sexta feira e a lua está cheia, dizem que ela fica ainda mais bonita e sedenta por sangue de homens na lua cheia.
Me retirei da casa do pescador e fui para o hotel que estava hospedado, não era lógica aquela estória, uma mulher que devorava homens, não podia ser verdade, mas então porque as pessoas na ilha não gostavam de falar sobre o assunto. Mesmo sem acreditar naquela estória estava disposto a ir até o fim de tudo. Tinha que saber o que causou a morte de meu pai.
Fernando de Noronha era lindo, mas não tinha tempo para explorar as belezas da ilha, fui direto para meu quarto, a noite se arrastava, não conseguia dormir, pensamentos estranhos povoaram minha noite. Medo e excitação, sonhos estranhos. Sonhei com minha mãe vestida com uma camisola toda molhada, chorando, me pedindo para voltar para casa, não podia voltar, não mais, era mais forte do que eu. Tinha que acabar com aquela farsa e descobrir quem assassinou meu pai, pois depois daquela estória de pescador, só podia ter sido assassinato, meu pai descobriu algo que as pessoas queriam deixar em segredo e foi morto por isso.
(continua...)
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