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sexta-feira, 29 de junho de 2012

Derrame


Derrame
(Marcos Henrique Martins)

Não vou mais fazer versos tristes;
Não vou mais criar um poetar melancólico. Quero retratar o belo e o elo entre Deus e o homem.  Falar sobre o amor verdadeiro e infinito, pingar estrales incontáveis em meus versos para que durem mais em harmonia, cheira a flor mais pura, sentir desejo sem culpa, gozo de primeiro amor.

Quero ouvir gargalhadas com inocência, sejam eles com dentes ou não. Quero olhar pela janela, tocar meu coração e sentir-me vivo; respeitar a vida, sentir calor humano em noites frias, ter paz, preservar a afeição.

Quero escorregar por arco-íris, voar, voar, sentir a força dos rios, riachos, sentir-me mar, vasto, rico em vida.

Não quero mais você cérebro, que me entristece e me mata a esperança com sua racionalização. Não, não quero mais ter que pensar o que devo fazer, como devo me porta, como devem me ver, onde devo tocar, como sorrir, não poder chorar em público, não poder sonhar em público, não poder me apresentar como sou.

Cérebro, você me entedia, deixe que eu viva com meu coração, deixe-me viver com meus poros e, poder absorver todo o orvalho de manhãs, que na maioria das vezes, nascem lindas. Não. Não quero mais escrever essas coisas tristes que me animam, quero me entristecer como os outros, quero me alegrar como poucos.                    

quarta-feira, 27 de junho de 2012

Eu recomendo Revista Figurinhas Descoladas

 
Olá amigos ciber amigos eu recomendo a todos o site da Revista Figurinhas Descoladas. A primeira e segunda edição da revista está em seu site para você ler e baixar. A revista aborda temas variados e no site você ainda encontra um chat e uma rádio on-line.


Quem quiser conhecer e participar do grupo no Facebook

Olá amigos!




Aos que ainda não curtiram a página de meu livro no face.
Me dá uma força aí! Dá uma curtida lá!
É rapidinho você vai numa conexão e volta em outra.


Abraços Virtuais@


Caos

Fiz esse poema em 2002. É faz tempo, mas o caos permance em mim. Então, decidi compartilhar esse fardo com os ciber amigos.


 Caos
(Marcos Henrique Martins)


Será carência?
Culpa?
Será que estou vivo e todos estes anos estive dormindo? – Baba de anjo –.

Sacrifício humano é tão desumano. Mas somos pacíficos, podemos cochorar e sorrir; debochar e fingir. Somos tão pacíficos.

Quem tem um pouco de esperança para me emprestar? Posso pagar a prestação, mas me livre desses desejos de paz, sou mais feliz no caos.

O século 21 me fora fascinante até ontem. Agora, só restou eu e você meu tédio. Aí de mim e todos que choram escondidos, murmuram, imploram, blasfemam, lutam por um mundo utópico. Me sinto tão bem, sou tão feliz no caos.

 Tudo isto é inútil. Só o amanhecer vai nos curar dizem os gurus, e garotos com seus tablets e piercing nos mamilos ainda acreditam. Me sinto confortável no caos.

A simetria me odeia e eu a amo tanto. Tudo se resolvera. É dessa forma que acabam convenções, onde políticos participam. E suicidas acreditam nisto.

Sangue viral, cordão umbilical; o caos, Eu no caos.
Escuridão parcial; vista embaçada, eu sem razão, bactérias criadas, o caos.
Labirintos infinitos, sem saída, sem anda, apenas o caos.
Poesia transloucada, poetas sem musas, poemas sem espírito, sentido, sem vida, apenas teu caos.                

segunda-feira, 25 de junho de 2012

13/11/02

 
13/11/02
(Marcos Henrique Martins)

Eu não sei nada, e mesmo assim as perguntas continuam a me devorar. Perguntas só servem para gerar mais dúvidas e mais solidão em mim.

A dúvida não tem mãos e eu só gostaria de um abraço antes do desjejum.

Risos e lágrimas tem o mesmo gosto e são tão diferentes, como explicar esta disparidade? Como saciar minhas incertezas?

O que escrevi, talvez nem faça mais sentido para mim nos dias de hoje, mas em algum tempo de minha existência fez toda a diferença, aliviou a parte imaterial de meu ser, mas agora, que o leio, releio, fico a me perguntar, qual dúvida, qual batalha estava sentido para conceber mais este poetar. E estas dúvidas, que assolam meu cerne e tiram meu sono em noites calmas, preencheram uma parte de mim que vagava nu, em escuridão profunda.

sábado, 23 de junho de 2012

Entrevista!


Olá amigos, tem entrevista que concedi ao blog Just livro. Se puderem dar um ciber pulo lá e conferirem, eu agradeço. Bom fim de semana a abraços literários a todos.

Tem resenha quetinha de meu livro O lado avesso – Nornes, o Mago


Tem resenha quetinha de meu livro O lado avesso – Nornes, o Mago no blog Comendo Livros. Eu recomendo o blog a todos os ciber amigos.

Deem uma ciber vista lá e vocês vão descobrir um blog muito bom para que curti devorar um bom livro.

Abraços virtuais@

Marcos H. Martins.

Click no endereço para ler a resenha do livro e conhecer o blog

a clandestinidade do ser... / fábio de carvalho




Existem momentos em que trocamos a euforia da conquista pela angústia que dilacera o nosso peito.

Porque muitos momentos da nossa vida são apenas ânsia e incompreensões pessoais.
Não se compreende palavras simples, gestos complexos, não se aceita o barulho do vizinho, não se dorme mais durante a noite...
Conversas só se forem em monólogos.
Luz, só se for à do fosforo que acende a luminária em forma de candeeiro ou o fogão para preparar o precioso café, o néctar dos deuses...
Nada custa para nós quando estamos de coração feliz, com o rosto estampado de satisfações, porém, se sabe que toda fisionomia é instantânea...
Cada qual compreende as palavras que surgem casualmente nos dias em que se criam discursos superficiais.
Para cada situação existe uma contrarrazão.
Eu não sou de procurar compreender as contrarrazões dos fatos, das pessoas, vida comum ou complexa.
As minhas queixas geralmente faço-as contra mim mesmo.
Não tenho queixa de ninguém e abomino interjeições desconcertantes.
Às vezes me pergunto o porquê de tanta importunação de umas pessoas para outras, se na maioria das vezes carregamos obscuros segredos.
Também não sou contra os segredos, pois se não se pronuncia algo acerca das coisas passadas ou propícias de acontecerem é porque a pessoa achou por bem não divulgar ou cogitar.
Penso que no tempo em que não se encontrar os motivos para se concretizar a vida feliz, o entendimento de um sorriso sincero, as dúvidas que nem as experiências da longa vivência nos ajudem a decifrar e a falta de vontade ou a ausência de razão em querer conversar acerca das coisas do nosso meio, é porque aquilo que nos foi proposto pela vida já se concretizou como o destino das pessoas se concretizam todos os dias.
Hora! Eu não posso imaginar o contrário...
Muitos poderiam dizer que seria uma possível depressão...
Na minha visão, acredito que o meu café quente pode queimar aminha língua como uma palavra pode afetar diretamente o coração de alguém ao ponto de provocar-lhe um enfarto.
Quando o nosso compromisso com o que nos foi de grande valia for cessado, logo compreenderemos que alcançamos os limites do cais destino...
Por isso, veremos cedo ou tarde que os frutos caem das árvores em estações diferentes, em dias diferentes, em horas diferentes, em lugares diferentes...
Como não pensar que cada um agirá de acordo com os anos e as experiências incomuns que lhes garantirá a análise própria e casual de tudo àquilo que lhe for desempenhado analisar?...
É por isso que chegará a hora que análises não farão mais sentido algum.
O nascer do sol será noite e o cair da noite será dia...
Quando pensarem que precisamos ir para tal destino, compreenderemos que não, que os caminhos já foram traçados e que a realidade é bem diferente da vida do quarteirão, do bairro, da cidade...
Quando sentirmos isto, ficaremos desambientados com tudo e com todos.
A vantagem maior será saber que quando pensarem que você deverá ir, você já voltou, mesmo que isto não faça diferença alguma...
Certamente, eu já não dou a devida importância ao barulho do cachorro que late de alegria quando me vê.
Ainda assim, acreditando que se um ato de isolamento é fruto de vários atos na coletividade, penso que penso certo, porque muitos são os instantes vividos de diversas maneiras e em diversas situações...
Talvez viver na clandestinidade de si mesmo não te frustre tanto, não magoe tanto a si mesmo, não te faça imaginar tantos absurdos...
Na verdade, todos um dia viverão na clandestinidade de modo imperceptível.
Diante dessa situação, não me vejo daqui a um breve tempo sorrindo para o pássaro que me reclama o alimento diário não colocado em cima do muro ou até mesmo as reclamações dos vizinhos por não terem ouvido mais soar meu violão do meu quintal.
Dos pesos que a minha mente carrega esse é o menor deles...
Agora me calarei.
Vou refletir um pouco acerca desse meu ato insignificante.
É isso...
Um dia nós todos seremos insignificantes...


Cortês – Pernambuco, quinta-feira, 21 de junho de 2012.

Poemas do grande poeta Fábio de Carvalho.

Para conhecer mais de seus trabalhos eu recomendo o blog:

quarta-feira, 20 de junho de 2012

O que não conto a ninguém


O que não conto a ninguém
 (Marcos Henrique Martins)


Quando me pego olhando o horizonte, meus olhos lacrimejam, derrete minha face;

Quando me pegam olhando o horizonte e me perguntam o que vejo, não tenho resposta concreta para dar a mim nem a ninguém. Apenas olhos de saudade.

Meus poros exalam fluxos verdadeiros e contínuos de melancolia, mas uma melancolia sóbria, serena, de um lugar que nunca pisei, mas vi muito cedo - como explicar essas coisas não me cabe, apenas piso -.

Para que ter a obrigação de explicar as coisas? Existem coisas que não precisam de tanta explicação, cientifica ou filosófica, natural ou sobrenatural; apenas aceitar, aceitar e só.

Quando me vi só, ainda menino, algo quebrou dentro de mim. Quando olhei bem dentro dos olhos da morte, e ela me levou quem mais amava - Vó Dorinha - algo quebrou dentro de mim. Fui juntado os cacos, me cortei em alguns, manchei com sangue o chão já limpo.

Esta prosa me fez refletir que sou bom em ficar de pé, que sou melhor ainda em cair e; tão, tão, mais tão teimoso em levantar. Cair de cara no chão, cair sem roupas em um mundo de cores fortes, apertos de mãos fortes e gritos de perdas fortes - Odeio gritos de perda. -

A descoberta da senhora morte me foi dada quando era muito jovem, violou o segredo mais puro que toda criança te consigo, guardada em um mundo sem adultos para não quebra-lo. Mas apesar de escrever palavras tristes, em linhas que não se importam, sou um ser brincalhão, gosto de fazer os outros rirem, apesar de não rir mais com um riso inocente.

sexta-feira, 15 de junho de 2012

Inspirado no poema Quadrilha do grande poeta Carlos Drummond.

 
 
(Marcos Henrique Martins)

Porque sempre tem que ser assim?

Paulo que ama Julia, que ama Fernanda, que ama Paula, que ama Sandro, que ama Renato, que ama Sandra, que ama Clara, que ama Marcos, que morreu de solidão.

Nossas vidas são linhas cruzadas, que se partem e nem sempre voltam a se achar. E o que nos motiva a continuar, é um mistério.

A solidão, eu provoco com meu convite inócuo – Me faça companhia que estou triste nesta noite sem estrelas. Me faça companhia, e deixe-me afogar todas as frustrações em teus ombros largos. Fique, não hã lugar melhor que meu eu para se estar nesta noite sem poetas, sem lua, sem amor para se entregar. 

Inspirado no poema Quadrilha do grande poeta Carlos Drummond.
Ano da graça: 09.10.02

quarta-feira, 13 de junho de 2012

IV

 
 
IV
(Marcos Henrique Martins)


Agora, nesta noite escura e quente, sinto meu peito bater com um som que nunca tinha ouvido antes.

Me falta ar, me sobram velas.

Teu oxigênio não me serve mais...

Medo, solidão, incertezas, perdição. Receio por todos esses sentimentos obscuros, mas já dei risadas boas um dia - Faz tanto tempo -, nem lembro bem dos motivos.

Tempo, esse tempo que sempre me tortura, me grita verdades, intimida, mastiga, tritura.

A calmaria é falsa, assim como suas lágrimas e seu abraço sempre a me apunhalar. Esse abraço que me corta, maltrata, porém quero sempre experimentar.

Meus dias na terra serão lembrados como motivo de vergonha por tudo que nunca conquistei. Já me despedi por varias vezes, mas nunca sai de cena realmente, só me mantive escondido, junto com os dejetos de pessoas boas e más.

Nunca. É sempre nunca para mim, por mais que lute, por mais que eu sangre, sempre é nunca para mim. Pobre de mim. Podre! Sou um bêbado inconveniente que não tem coragem de partir.


segunda-feira, 11 de junho de 2012

Intelecção

Intelecção
(Marcos Henrique Martins)


Hoje não tenho nada para você – Acabaram as floras, morreram os jardins. –
Hoje não tenho nada para os amigos – Findaram os abraços, apertos de mãos, sorrisos doces. –
Hoje, o dia não se fez nascer, foi parido as duras penas, não queria a perfeição da rima.
   
Quando os corações se tocam, faz algum sentido o tempo da saudade.
Quando meu poetar faz algum sentido e não provoca sensações, não me satisfaço com os sorrisos de canto de boca.

Hoje, o dia acordou com olhos de ressaca e me revelaram os motivos da traição de Capitulina. Tudo foi feito por amor, assim como as guerras, assim como os acertos e os erros. Tudo é culpa do amor.

Hoje, não tenho nada para você, nada para os garotos de rua que não se adaptam mais a um lar e, os olhos não conseguem esconder a tristeza da nossa impotência.
Hoje. Hoje vai ser o melhor dia de minha vida porque penso que posso controlar alguma coisa. Que tolo. Hoje achei que poderia explicar os mistérios da vida em um simples poema sem rimas.

sábado, 9 de junho de 2012

Entrevista!


Um artista com fome de Arte

 Poeta Fábio de Carvalho

O poeta, escritor, cantor, compositor e professor, são tantos adjetivos para uma só pessoa, filho cativo da cidade de cortês, zona da Mata Pernambucana, a 112 quilômetros da Capital, como ele mesmo costuma falar, Fábio de Carvalho, 29 anos, conversou conosco e nos revelou um pouco de seu mundo. Entre livros de gigantes da literatura nacional e mundial, o professor de histórias que leciona na Escola Municipal Senador Antônio Farias, lá mesmo em cortês, além de artista é um educador, mas todo professor tem um pouco de artista, e com o Fábio não seria diferente.

Este multiartista nos falou de seus projetos, de quantos poetas faz nascer e de seu amor pela literatura. Ás vezes parece ser ligado em 220 e ao falar de suas incursões no mundo das letras, seus olhos brilham como se fosse uma criança que acabara de ganhar o melhor presente do mundo. Com vocês um artista de muitas facetas.           

Marcos Henrique Martins - Para você qual a importância de Representar a Mata Sul na área de literatura?

Fábio de Carvalho - Na REALIDADE, a minha expectativa ao ser eleito no Fórum em Gameleira-PE, promovido pela Secretaria Estadual de Cultura do meu querido Estado, foi a de poder ser ouvido por meio de contatos frequentes com relação à realização de ações concretas que viabilizassem a valorização da Literatura de modo prático. Hoje, infelizmente, a minha figura de Representante da Mata Sul não está significando praticamente nada, haja vista, o modo como os órgãos de intercâmbio vem conduzindo os processos de encontros e discussões, não passam de faíscas sem pólvora, onde muitas vezes, aquilo que foi planejado, não sai do papel nem resulta positivamente ao foco comum que é a valorização da Literatura. Creio e temo isto, que este planejamento voltado para as linguagens artísticas não passe apenas de no mínimo teoria, e no máximo, planejamentos e ações que apenas sirva para valorizar cidades como Gravatá, Garanhuns, Caruaru e Recife, já que são cidades-polo. Enquanto isso, ficamos como diz o matuto: - Cum zói arregalado e o bofe inchando. De apenas esperar e nada alcançar. Em uma palavra, ser representante da Literatura da Zona da Mata Sul de Pernambuco hoje, é uma ficção, para não dizer, uma fantasia...

MHM - Como você consegue desenvolver tantas atividades, ligadas as artes em geral, porque você é escritor, poeta, músico, compositor e professor de Histórias? Esqueci de mais alguma coisa?

FB - Eu costumo falar que a arte é algo tão natural quanto respirar. Em algumas situações, desenvolvo cada linguagem artística de acordo com meu estado de espírito. Aprendi a escrever e a ler aos cinco anos, talvez isto tenha me influenciado nas áreas da literatura. Quanto à música, me interessei por instrumentos musicais aos 14 anos de idade. Logo, não tardou, eu ao concorrer em um festival de música na Escola Professora Abigail Guerra, promovido por minha professora de Português Márcia Chrystiane, consegui me destacar em segundo lugar com uma música da minha autoria, apresentada em voz e violão, com o título “Momentos e Solidão”. Com relação à área acadêmica, posso afirmar que devido minha veia de cidadão crítico, interessado em política, filosofia, me identifiquei com a área de história ao ponto de hoje me sentir muito a vontade em lecionar esta disciplina que me da o direito de contribuir na formação do cidadão da minha terra. Para resumir a pergunta, o que posso dizer é que em cada momento, aplico minhas aptidões sem esquecer aquelas, que deixo de molho, cada qual no seu devido momento.

MHM - Porque escolheu ser professor de história e não cursar letras?

FB - Quando analisei o currículo das disciplinas antes de fazer minha inscrição no vestibular em janeiro de 2002, percebi que mesmo tendo a Literatura como correndo em minhas veias, não poderia optar pelo curso de Letras devido ao curto período de tempo que o curso oferecia na área de Literatura. Neste caso, optei por uma área que também me possibilitaria compreender a Literatura nos dados momentos históricos, além de também poder concluir um período de História da Arte, que também muito me atrai. Ao perceber o peso de ambas, para mim seria e ainda é de maior valia a formação em História.

MHM - Como é trabalhar com cultura em uma cidade do interior do estado, não desmerecendo o interior, mas eu suponho que deve ser um pouco complicado.

FB - Creio que a expressão não é trabalhar com Cultura, pelo menos na minha terra, pois em se tratando de um lugar onde a falta de apoio cultural é gritante, o que fazemos é o que todo artista faz: cumprir a sua missão. No meu caso, a minha missão é o fazer cultural. Como disse Dominguinhos, “Se o artista abandonar o seu oficio ele adoece”. Este é meu lema, pois diante de tantos covardes que não cumprem com o dever que é valorizar garantindo o desenvolvimento cultural, não serei mais um me omitindo em realizar minhas ações voltadas para a cultura. Minha semente, com certeza, já está plantada. Essa é uma das minhas missões.

MHM - Você idealizou o Boletim Cultural “Gazeta Revolucionaria”, foram 7 edições. Você poderia nos dizer quais foram os motivos que te fizeram parar com o boletim? (qual foi o ano que você lançou esses boletins)

FB - Idealizei o Boletim Cultural “Gazeta Revolucionaria no ano de 2006. O objetivo inicial foi criar algo de novo para a minha terra, meu lugar, que é muito carente com relação ao registro cultural escrito. Nas sete edições, publiquei ensaios sobre alguns eventos culturais que promovemos na época, como encontro de poetas, lançamentos de CD’s e livros, movimentos de dança, publicávamos poemas nossos (de artistas locais), fizemos entrevistas com pessoas de importância histórica para a cidade como ex-prefeitos, cidadãos que prestaram serviço social, enfim, visávamos o registro de situações e figuras que ajudaram no crescimento da nossa cidade tanto economicamente quanto culturalmente. As temáticas abordadas no boletim variavam de História a Cidadania, Economia a Política, Literatura a Cultura Popular, e ainda tínhamos colunistas que escreviam sobre temas propostos dentro de cada área afim, além do espaço filosófico que garantia escritos sobre a história da Filosofia. Parei com as edições por falta de apoio dos órgãos competentes, visto que eu custeava toda elaboração, produção e distribuição, que por sinal, foi gratuita.
 
MHM - Você é professor, foi diretor de escola pública, gerente de planejamento, participou de projetos e ações especiais, tudo pela Secretaria Municipal de Educação, isso de 2005 a 2008. Então você começou com 21 anos. É difícil motivar o jovem, hoje, a querer estudar?

FB - Sim. O jovem de hoje, e já de alguns anos atrás, sente-se mais atraído pelo mundo lá fora do que pela escola pública, que infelizmente, ainda é uma vergonha nacional. Quando o aluno no seu dia a dia se depara com a internet e cursos de informáticas das mais diversas áreas, por exemplo, e ao chegar na escola se depara com um quadro ainda de giz, carteiras desconfortáveis, livros didáticos incompatíveis com a realidade “regional” a qual ele faz parte, ocorre o que eu chamo de “conflito de realidade e de interesses”. Eu me pergunto como fazer para motivar o jovem de hoje a querer estudar se seus próprios professores não são incentivados pelo Estado a ensinar-educar com no mínimo as ferramentas de trabalho necessárias, e isto sem falar no salário que é outro absurdo e vergonha mundial. A escola integral é um dos caminhos e a valorização do profissional da educação nos aspectos econômicos e de bolsas é outro. Reconheço que alguns avanços vêm sendo alcançados, mas ainda são irrisórias as ações ditas plausíveis. Não quero aqui desmerecer a classe de médicos, mas talvez o médico que salva-vidas valha mais do que o professor quando orienta que a vida deve ser preservada. Lamento muito, mas é preocupante saber que é muito difícil orientar a querer estudar quando as escolas brasileiras, que aparecem na televisão, que é outro meio tendencioso de informação, são as mais limpas, a mais, visivelmente, ideal. Deveriam mostrar algumas da zona rural do município que resido, logo, saberiam por que é tão difícil motivar o sujeito a querer estudar. Outro problema é que os governos talvez não necessitem de cidadãos que pensem diferentes, pois assim, as fabricas de votos passariam por crises irremediáveis.

MHM - Recentemente saiu os resultados da 3ª Edição da Pesquisa Retratos da Leitura no Brasil, divulgado pelo site da Pro Livro, onde mostra a diminuição pela leitura. Crianças entre 5 e 10 anos, a média de leitura registrada foi de 5,4 livros por criança. Em 2007, porém, a mesma marca era de 6,9 livros por leitores nessa faixa etária. Os pré-adolescentes de 11 a 13 anos passaram de 8,5 livros em 2007 para 6,9 livros em 2011. Já entre os adolescentes com 14 a 17 anos, a média também caiu de 6,6 livros para 5,9 livros. Você acha que falta incentivos dos pais e das escolas para os jovens se interessem pela leitura?

FB - Em algumas situações sim, porém, um fato que deve ser pontuado é que ainda existem pais ou responsáveis que se quer são alfabetizados, reféns ainda de tempos difíceis. Outro ponto que faço questão de frisar, é a desestrutura das escolas, principalmente escolas rurais, que faz vergonha e causa tristeza tomar conhecimento. Será também, que em um país onde as heranças escravocratas e ditatoriais estão ainda verdes, não são responsáveis por essa falta de interesse pela leitura? Creio que todos devem lembrar que quando a Revolução na Educação estava para acontecer, com Anísio Teixeira, Paulo Freire, Darcy Ribeiro e tantos outros, veio o golpe militar para que os canalhas da nação transformassem nosso país em um matadouro. Eu diria que esse problema ainda hoje é reflexo de ações desprezíveis dos Governos brasileiros do período militar, que fizeram das famílias destes alunos de hoje, vítimas das suas empreendidas infelizes. O resultado, ainda estamos colhendo.

MHM - Nunca se escreveu tanto, como neste século da informação, mas as pessoas, os jovens, tem uma atenção parcial continua para as coisas, eles estão na frente do computador fazendo várias coisas ao mesmo tempo. Apesar de se produzir mais, de se ter mais pessoas escrevendo, pouca gente tem lido livros por ano no Brasil, mas passam horas na frente do computador, conversando em salas de bate papo e etc... Você acha que a internet atrapalha mais do que ajuda ao escritor, ou blogueiro a tentar ser lido?

FB - Em parte sim. Mas é importante observar que a política de incentivo a leitura, a popularidade de preços das obras e uma das coisas que deveria ser mais vista, que é a propaganda, não é prioridade na televisão, que ainda é o meio de comunicação mais popular. Talvez o comercial da coca-cola com promoções que são inscritas via internet, renda mais lucro para os canais de televisão, ou um concurso para ver quem consegue comer mais insetos ou ver quem fala mais palavrão no big-brother e que se pode votar pelo meio virtual ao invés de premiar quem escreva livros relacionados a valores humanos, ou romances envolvendo fatos históricos do Brasil. Na realidade, a Internet atrapalha sim, pois além de nela possuir informações sem limites, é o que o jovem mesmo sem poder muitas vezes ter um computador, aprende a gostar, muitas vezes pela curiosidade, e que acaba viciando. O problema é que antes do cidadão brasileiro virar leitor assíduo, por irresponsabilidade e descompromisso político, surge e se populariza algo que sobrepuja a expectativa dos meios de comunicação, de informação, de formação. A internet ainda fez com que a interface do escritor não conhecido, saltasse de um trampolim local para mundial. Essa é a realidade virtual.

MHM - Em sua opinião o que o escritor em inicio de carreira deve fazer para tentar deixar de ser invisível no meio editorial e conseguir ser lido por mais pessoas?

FB - Primeiramente – já que a pergunta se direciona aos “escritores”, como romancistas, cronistas, prosadores e contistas, de imediato –, a minha orientação é que o escritor deve ser narrador do tempo em que ele vive. Não adiantará ele se dedicar a escrever, por exemplo, sobre a seca, em um dado momento, se os problemas que ocorrem naturalmente são as catástrofes climáticas envolvendo deslizamentos e enchentes. De resto, o escritor deve analisar qual público que ele pretende atingir para lançar seus escritos despertando interesse por parte das editoras e consequentemente por parte dos leitores, contudo, mais importante, como falei no inicio, o bom escritor narra sempre a realidade do tempo em que ele se encontra. Já diz o ditado que criei e utilizo sempre: __ “O arquiteto da sua própria casa sempre é bem visto e requisitado”. 

MHM - Como você tomou gosto pela leitura e mais tarde por escrever?

FB - Percebi que a leitura seria atividade diária na minha vida a pós conhecer a biografia de Machado de Assis com minha professora de Português Joselita. Logo após, li “Dom Casmurro”, cuja obra me abriu a mente para o mundo da Literatura, onde a mesma me fora indicado por um amigo de codinome Luiz (Luizinho). Depois do fato, pude ver que ler é algo que sobrepõe qualquer experiência que nossa mente possa comportar. Essa foi à semente que me despertou a vontade de ser escritor.
 
MHM - Você tem um blog. Tem conseguido bons resultados com seu blog, as pessoas estão conhecendo teus trabalhos?

FB - Na medida do possível, sim. Tenho observado que as pessoas que visitam meu Blogger não tem realizado o cadastro, porém, as visitas diárias têm superado minhas expectativas, mesmo porque, hoje (03.06.2012), com apenas 29 postagens e 24 seguidores desde janeiro do ano corrente atingindo 1.368 acessos, significa dizer que isso representa um percentual de 9,12 acessos por dia. Creio que para mim a divulgação está em um bom caminho.

MHM -Teu blog é só voltado para a área literária, ou é um mix de todas as suas atividades artísticas?

FB - Muitos pensam que possuo apenas um Blogger para divulgar meus afazeres artísticos, contudo, possuo outros que desassociam minhas linguagens artísticas, como é o caso do ‘Toda Arte do Poeta”,  que é voltado para artes que crio a partir de figuras geométricas. Indico, para os que desejarem conhecer meus trabalhos culturais, acessar meu perfil google ( http://www.blogger.com/profile/03916017243012504468 ) e conferir meus Blogger’s.

MHM - Você lembra qual o primeiro poema que escreveu? Isso foi há quanto tempo?

FB - O primeiro poema que escrevi nasceu no ano de 1998. Não me lembro do título, pois nesse ano não costumava registrar a hora de inicio e término nem a data. Só no ano seguinte criei tal hábito.

MHM – Você escreve muitos sonetos, e escrever sonetos não é nada fácil. Qual o segredo?

FB - O que posso dizer é que aprendi a escrever sonetos lendo Vinícius de Morais e Florbela Espanca. Creio que o segredo é ler sonetistas renomados como este que acabei de citar.

MHM – Você criou uma poesia chamada poesia quântica. O que é essa poesia quântica?

FB - Criei uma maneira de escrever poesias, neste caso, com três estrofes escritas na “Horizontal”, onde ao ler, podemos dividir a leitura tanto na “Horizontal” quanto na “Vertical”, onde a primeira sugestão se lê cada estrofe por estrofe, e a segunda, cada linha de cada estrofe emendando nas linhas das estrofes posteriores. É um pouco difícil de compreender, mas com raciocínio aguçado se compreende.

MHM - E os romances, o poeta também se arrisca em escrever romances ficcionais?

FB - Tenho dois inacabados: “Sonho de Retirante”, que aborda a história de uma família miserável através da seca e a realidade social do Nordeste e “Luíza”, que trata da história de uma garotinha órfã criada com cinco tias de personalidades diferentíssimas, onde uma é prostituta, um beata, uma dona de casa sem religião, mas com muita fé em Jesus, uma metida a feiticeira e a outra solteirona meio católica, espírita, umbandista e rezadeira.

MHM – Como é o seu processo de criação, existe algum ritual?

FB - Valorizo muito a inspiração natural, mas tenho meus horários de trabalhos literários escritos diariamente.

MHM – Quais são suas maiores influências na literatura?

FB - Machado de Assis, Victor Hugo, Fernando Pessoa, Florbela Espanca e Carlos Drummond de Andrade.

MHM– Qual o escritor, já morto, que você gostaria de ter conhecido em vida?
FB - Não diria escritor, mas poeta; Gostaria de ter tomado muito café e jogado alguns palavreados com Fernando Pessoa.

MHM - Você tem flertado com a pintura, tem umas obras do cubismo. Será que está surgindo mais uma qualidade no artista Fábio de Carvalho?

FB - Com certeza. Essa ideia aflorou quando tentei matar a saudade das aulas de Estudos de Desenhos Geométricos. Posso dizer que após a redescoberta, a minha aura brilhou para o estilo. Tenho criado muitas obras relacionadas ao novo estilo artístico que postarei de maneira gradativa. Para os que quiserem conhecer minhas produções relacionadas à nova veia artística, basta acessar o blogger http://todaartedopoeta.blogspot.com.br/ .

MHM – Fábio em 2010, você criou o projeto “Lançando Poetas”. Você poderia nos falar sobre esse projeto e como tudo começou? Foi algo pensado, ou ao acaso?

FB - Tudo ocorreu sem nenhum planejamento. Durante uma aula de História da Cultura de Pernambuco, indagando aos meus alunos o que poderia, por ventura, ser um engenho, e diante de tantas respostas diferentes, pude perceber que seria possível fazer brotar poesias daquela turma. Não deu outra; nasceu o “Projeto Lançando Poetas” após a primeira composição do poema “O que é o engenho” no dia 14 de agosto de 2010. Hoje contamos com o lançamento de dois livros de poesias onde já lançamos mais de 50 poetas e poetisas da minha terra. O primeiro se chama “Um Tiquinho de Cada” e o segundo “Palavras de Vida”. 2012 promete com o terceiro livro.

MHM - Você criou uma oficina de literatura de cordel, nos fale um pouco sobre ela e se você continua com a oficina.

FB - Simples; a oficina de Literatura de Cordel surgiu de uma das ações do Projeto Lançando Poetas. Mediante um concurso de Literatura de Cordel com o tema “História de Cortês” realizado pela secretaria de Educação de Cortês em 2011, realizei a dita oficina para inserir alguns alunos meus no concurso. Conseguimos atingir o 2º, 3º, 4º e 5º lugares. Pretendo realizar a segunda edição da oficina em outubro de 2012 com “temas diversos”.

MHM – E o projeto da biblioteca, o sonho está perto de se realizar?

FB - Sim. Tenho trabalhado para a conclusão do sonho, embora não possua a quantidade de livros que uma biblioteca pública possui, porém, a biblioteca se trata de uma ação pessoal, e não pública, dispensando assim escolhas ou exigências alheias que por ventura seriam necessárias para alguns objetivos, e desnecessárias para outros.
MHM – Você sabe que viver do que se escreve aqui no Brasil é complicado, as editoras não apostam em novos escritores e se você for poeta a coisa fica mais difícil, porque dizem que poesia não vende. Você é um otimista quanto ao futuro da literatura, em particular a poesia e o soneto, ou acha que a coisa só tende a piorar com toda essa superficialidade das pessoas?

FB - Não podemos criar expectativas otimistas. Se por um lado existe a internet, por outro está à sociedade que não é leitora além de não existir políticas públicas voltadas para o incentivo à leitura como deveria existir. Para resumir, é mais natural conhecer no Brasil um Luiz de Camões, um Wilian Shakespeare, um Júlio Verne do que uma Raquel de Queiroz, um Castro Alves, um Manoel Bandeira, imaginem os que estão se lançando no mercado virtual ou editorial... 

MHM – Em 2006, você lançou seu CD voz & violão, tem pretensão de enveredar pelo caminho da música? Pretende lançar mais algum CD?

FB - No momento meus projetos voltados à música se resume ao que chamamos “músicos da noite”, ou seja, no “voz e violão”, coisa que amo e que não abro mão. Pretendo lançar novos trabalhos voltados para o voz e violão, mas não é minha prioridade agora.
MHM – O projeto “Lançando Poetas” continua com força em 2012?

FB - Estou preparando as oficinas, que por sinal estão mais recheadas neste ano, porém, dependo este ano de espaço e de apoio, pois durante os dois anos do projeto, não pude contar com tais requisitos, contudo, o projeto caminha. 
MHM – Quais os projetos para o futuro na literatura, você está escrevendo algo que poderia compartilhar conosco?

FB - Meus projetos futuros estão relacionados ao lançamento dos meus livros, porém, não considero prioridade, já que o mercado editorial é tão desonesto quando a esposa de um conhecido meu. Com relação aos escritos, estou com vários livros inacabados; destaco aqui “As cartas que eu não escrevi para meu Pai”, “Os Limites da Minha Realidade (Introspecções), “Sonho de Retirante (Romance)”, “Luíza (romance)”, “Poemas de Efigênio Sampaio” (um dos meus Heterônimos) e “Nas Brumas do Tempo - De Memórias e de Saudades” (mais um Heterônimo de nome Luis Fernando Calado), além da organização de Vários Livros de Sonetos e um de Poesia Quântica.
 
MHM – Obrigado Fábio pela entrevista. Você gostaria de acrescentar mais alguma coisa que eu tenha deixado passar despercebido.

FB - Uma mensagem para os que almejam sucesso na Literatura.

"Certo dia eu tive que decidir qual caminho eu deveria seguir... De tanto insistir com a pressa aprendi que o tempo ideal é quando o que se desejou, aconteceu..." (Fábio de Carvalho).

Trecho de “Só Hoje, Depois de Tudo”                       http://fabiodecarvalhopoetasonetistaescritor.blogspot.com.br/2012/05/so-hoje-depois-de-tudo-autor-fabio-de.html )

quinta-feira, 7 de junho de 2012

Tem mais resenha do livro O Lado Avesso – Nornes o Mago!




Olá amigos! O blog http://just-livros.blogspot.com.br/2012/06/resenha-o-lado-avesso.html está com mais uma resenha de meu livro: O Lado Avesso – Nornes, o Mago. Vamos dar um ciber pulo lá?

Além de minha resenha, vocês podem ler entrevistas com novos autores e ler mais resenhas de outros escritores também, além de ficar por dentro do mundo literário. Vale a penas conferir.

Abraços literários a todos!
Marcos Henrique Martins.

quarta-feira, 6 de junho de 2012


 
Desejo
(Marcos Henrique Martins)

Gostaria de ter vida – Não estou disposto a escrever;
Só quero ter vida! – Não estou disposto a sonhar;
Só quero ter vida – Não me importo com guerras ou a paz.

– Apenas vida –

Não quero conversa fiada ou amizades verdadeiras. Só vida.
 
 – Basta –

Chega de tormento, basta de desespero,
Chega de angústia, basta com os erros.
Quero jogar fora meu peito. Só quero vida, não quero doces; só vida.

Parei de querer tentar entender a existência das coisas.
Não me importa o sabor das cores; quero vida, mesmo que sem cores. Vida, sem suas cores.

O que farei quando tiver vida, se nunca lidei com isto, se sempre fui inerte, mas quero experimentar a vida, já que até os parasitas  vivem a vida de seus hospedeiros.

Só quero vida, apenas vida, com ou sem pudores.