Um artista com fome de Arte
Poeta Fábio de Carvalho
O poeta,
escritor, cantor, compositor e professor, são tantos adjetivos para uma só
pessoa, filho cativo da cidade de cortês, zona da Mata Pernambucana, a 112
quilômetros da Capital, como ele mesmo costuma falar, Fábio de Carvalho, 29
anos, conversou conosco e nos revelou um pouco de seu mundo. Entre livros de
gigantes da literatura nacional e mundial, o professor de histórias que leciona
na Escola Municipal Senador Antônio Farias, lá mesmo em cortês, além de artista
é um educador, mas todo professor tem um pouco de artista, e com o Fábio não
seria diferente.
Este
multiartista nos falou de seus projetos, de quantos poetas faz nascer e de seu
amor pela literatura. Ás vezes parece ser ligado em 220 e ao falar de suas
incursões no mundo das letras, seus olhos brilham como se fosse uma criança que
acabara de ganhar o melhor presente do mundo. Com vocês um artista de muitas
facetas.
Marcos Henrique
Martins - Para você qual a importância de Representar a Mata Sul na área de
literatura?
Fábio de Carvalho - Na
REALIDADE, a minha expectativa ao ser eleito no Fórum em Gameleira-PE,
promovido pela Secretaria Estadual de Cultura do meu querido Estado, foi a de
poder ser ouvido por meio de contatos frequentes com relação à realização de
ações concretas que viabilizassem a valorização da Literatura de modo prático.
Hoje, infelizmente, a minha figura de Representante da Mata Sul não está
significando praticamente nada, haja vista, o modo como os órgãos de
intercâmbio vem conduzindo os processos de encontros e discussões, não passam
de faíscas sem pólvora, onde muitas vezes, aquilo que foi planejado, não sai do
papel nem resulta positivamente ao foco comum que é a valorização da
Literatura. Creio e temo isto, que este planejamento voltado para as linguagens
artísticas não passe apenas de no mínimo teoria, e no máximo, planejamentos e
ações que apenas sirva para valorizar cidades como Gravatá, Garanhuns, Caruaru
e Recife, já que são cidades-polo. Enquanto isso, ficamos como diz o matuto: - Cum
zói arregalado e o bofe inchando. De apenas esperar e nada alcançar. Em uma
palavra, ser representante da Literatura da Zona da Mata Sul de Pernambuco
hoje, é uma ficção, para não dizer, uma fantasia...
MHM - Como você
consegue desenvolver tantas atividades, ligadas as artes em geral, porque você
é escritor, poeta, músico, compositor e professor de Histórias? Esqueci de mais
alguma coisa?
FB - Eu costumo falar que a
arte é algo tão natural quanto respirar. Em algumas situações, desenvolvo cada
linguagem artística de acordo com meu estado de espírito. Aprendi a escrever e
a ler aos cinco anos, talvez isto tenha me influenciado nas áreas da
literatura. Quanto à música, me interessei por instrumentos musicais aos 14
anos de idade. Logo, não tardou, eu ao concorrer em um festival de música na
Escola Professora Abigail Guerra, promovido por minha professora de Português Márcia
Chrystiane, consegui me destacar em segundo lugar com uma música da minha
autoria, apresentada em voz e violão, com o título “Momentos e Solidão”. Com
relação à área acadêmica, posso afirmar que devido minha veia de cidadão crítico,
interessado em política, filosofia, me identifiquei com a área de história ao
ponto de hoje me sentir muito a vontade em lecionar esta disciplina que me da o
direito de contribuir na formação do cidadão da minha terra. Para resumir a pergunta,
o que posso dizer é que em cada momento, aplico minhas aptidões sem esquecer
aquelas, que deixo de molho, cada qual no seu devido momento.
MHM - Porque
escolheu ser professor de história e não cursar letras?
FB - Quando analisei o
currículo das disciplinas antes de fazer minha inscrição no vestibular em
janeiro de 2002, percebi que mesmo tendo a Literatura como correndo em minhas
veias, não poderia optar pelo curso de Letras devido ao curto período de tempo
que o curso oferecia na área de Literatura. Neste caso, optei por uma área que
também me possibilitaria compreender a Literatura nos dados momentos
históricos, além de também poder concluir um período de História da Arte, que
também muito me atrai. Ao perceber o peso de ambas, para mim seria e ainda é de
maior valia a formação em História.
MHM - Como é
trabalhar com cultura em uma cidade do interior do estado, não desmerecendo o
interior, mas eu suponho que deve ser um pouco complicado.
FB - Creio que a expressão não
é trabalhar com Cultura, pelo menos na minha terra, pois em se tratando de um
lugar onde a falta de apoio cultural é gritante, o que fazemos é o que todo
artista faz: cumprir a sua missão. No meu caso, a minha missão é o fazer cultural. Como disse
Dominguinhos, “Se o artista abandonar o seu oficio ele adoece”. Este é meu
lema, pois diante de tantos covardes que não cumprem com o dever que é
valorizar garantindo o desenvolvimento cultural, não serei mais um me omitindo
em realizar minhas ações voltadas para a cultura. Minha semente, com certeza,
já está plantada. Essa é uma das minhas missões.
MHM - Você idealizou
o Boletim Cultural “Gazeta Revolucionaria”, foram 7 edições. Você poderia nos
dizer quais foram os motivos que te fizeram parar com o boletim? (qual foi o
ano que você lançou esses boletins)
FB - Idealizei o Boletim
Cultural “Gazeta Revolucionaria no ano de 2006. O objetivo inicial foi criar
algo de novo para a minha terra, meu lugar, que é muito carente com relação ao
registro cultural escrito. Nas sete edições, publiquei ensaios sobre alguns
eventos culturais que promovemos na época, como encontro de poetas, lançamentos
de CD’s e livros, movimentos de dança, publicávamos poemas nossos (de artistas
locais), fizemos entrevistas com pessoas de importância histórica para a cidade
como ex-prefeitos, cidadãos que prestaram serviço social, enfim, visávamos o
registro de situações e figuras que ajudaram no crescimento da nossa cidade
tanto economicamente quanto culturalmente. As temáticas abordadas no boletim
variavam de História a Cidadania, Economia a Política, Literatura a Cultura
Popular, e ainda tínhamos colunistas que escreviam sobre temas propostos dentro
de cada área afim, além do espaço filosófico que garantia escritos sobre a
história da Filosofia. Parei com as edições por falta de apoio dos órgãos
competentes, visto que eu custeava toda elaboração, produção e distribuição,
que por sinal, foi gratuita.
MHM - Você é
professor, foi diretor de escola pública, gerente de planejamento, participou
de projetos e ações especiais, tudo pela Secretaria Municipal de Educação, isso
de 2005 a 2008. Então você começou com 21 anos. É difícil motivar o jovem,
hoje, a querer estudar?
FB - Sim. O jovem de hoje, e
já de alguns anos atrás, sente-se mais atraído pelo mundo lá fora do que pela
escola pública, que infelizmente, ainda é uma vergonha nacional. Quando o aluno
no seu dia a dia se depara com a internet e cursos de informáticas das mais
diversas áreas, por exemplo, e ao chegar na escola se depara com um quadro
ainda de giz, carteiras desconfortáveis, livros didáticos incompatíveis com a
realidade “regional” a qual ele faz parte, ocorre o que eu chamo de “conflito
de realidade e de interesses”. Eu me pergunto como fazer para motivar o jovem
de hoje a querer estudar se seus próprios professores não são incentivados pelo
Estado a ensinar-educar com no mínimo as ferramentas de trabalho necessárias, e
isto sem falar no salário que é outro absurdo e vergonha mundial. A escola
integral é um dos caminhos e a valorização do profissional da educação nos
aspectos econômicos e de bolsas é outro. Reconheço que alguns avanços vêm sendo
alcançados, mas ainda são irrisórias as ações ditas plausíveis. Não quero aqui
desmerecer a classe de médicos, mas talvez o médico que salva-vidas valha mais
do que o professor quando orienta que a vida deve ser preservada. Lamento
muito, mas é preocupante saber que é muito difícil orientar a querer estudar
quando as escolas brasileiras, que aparecem na televisão, que é outro meio
tendencioso de informação, são as mais limpas, a mais, visivelmente, ideal.
Deveriam mostrar algumas da zona rural do município que resido, logo, saberiam por
que é tão difícil motivar o sujeito a querer estudar. Outro problema é que os
governos talvez não necessitem de cidadãos que pensem diferentes, pois assim,
as fabricas de votos passariam por crises irremediáveis.
MHM - Recentemente
saiu os resultados da 3ª Edição da Pesquisa Retratos da Leitura no Brasil,
divulgado pelo site da Pro Livro, onde mostra a diminuição pela leitura.
Crianças entre 5 e 10 anos, a média de leitura registrada foi de 5,4 livros por
criança. Em 2007, porém, a mesma marca era de 6,9 livros por leitores nessa
faixa etária. Os pré-adolescentes de 11 a 13 anos passaram de 8,5 livros em
2007 para 6,9 livros em 2011. Já entre os adolescentes com 14 a 17 anos, a
média também caiu de 6,6 livros para 5,9 livros. Você acha que falta incentivos
dos pais e das escolas para os jovens se interessem pela leitura?
FB - Em algumas situações sim,
porém, um fato que deve ser pontuado é que ainda existem pais ou responsáveis
que se quer são alfabetizados, reféns ainda de tempos difíceis. Outro ponto que
faço questão de frisar, é a desestrutura das escolas, principalmente escolas
rurais, que faz vergonha e causa tristeza tomar conhecimento. Será também, que
em um país onde as heranças escravocratas e ditatoriais estão ainda verdes, não
são responsáveis por essa falta de interesse pela leitura? Creio que todos
devem lembrar que quando a Revolução na Educação estava para acontecer, com
Anísio Teixeira, Paulo Freire, Darcy Ribeiro e tantos outros, veio o golpe
militar para que os canalhas da nação transformassem nosso país em um
matadouro. Eu diria que esse problema ainda hoje é reflexo de ações
desprezíveis dos Governos brasileiros do período militar, que fizeram das famílias
destes alunos de hoje, vítimas das suas empreendidas infelizes. O resultado,
ainda estamos colhendo.
MHM - Nunca se
escreveu tanto, como neste século da informação, mas as pessoas, os jovens, tem
uma atenção parcial continua para as coisas, eles estão na frente do computador
fazendo várias coisas ao mesmo tempo. Apesar de se produzir mais, de se ter
mais pessoas escrevendo, pouca gente tem lido livros por ano no Brasil, mas
passam horas na frente do computador, conversando em salas de bate papo e
etc... Você acha que a internet atrapalha mais do que ajuda ao escritor, ou
blogueiro a tentar ser lido?
FB - Em parte sim. Mas é importante observar que a política
de incentivo a leitura, a popularidade de preços das obras e uma das coisas que
deveria ser mais vista, que é a propaganda, não é prioridade na televisão, que
ainda é o meio de comunicação mais popular. Talvez o comercial da coca-cola com
promoções que são inscritas via internet, renda mais lucro para os canais de
televisão, ou um concurso para ver quem consegue comer mais insetos ou ver quem
fala mais palavrão no big-brother e que se pode votar pelo meio virtual ao
invés de premiar quem escreva livros relacionados a valores humanos, ou
romances envolvendo fatos históricos do Brasil. Na realidade, a Internet
atrapalha sim, pois além de nela possuir informações sem limites, é o que o
jovem mesmo sem poder muitas vezes ter um computador, aprende a gostar, muitas
vezes pela curiosidade, e que acaba viciando. O problema é que antes do cidadão
brasileiro virar leitor assíduo, por irresponsabilidade e descompromisso
político, surge e se populariza algo que sobrepuja a expectativa dos meios de
comunicação, de informação, de formação. A internet ainda fez com que a
interface do escritor não conhecido, saltasse de um trampolim local para
mundial. Essa é a realidade virtual.
MHM - Em sua opinião
o que o escritor em inicio de carreira deve fazer para tentar deixar de ser
invisível no meio editorial e conseguir ser lido por mais pessoas?
FB - Primeiramente – já que a pergunta se direciona aos
“escritores”, como romancistas, cronistas, prosadores e contistas, de imediato
–, a minha orientação é que o escritor deve ser narrador do tempo em que ele
vive. Não adiantará ele se dedicar a escrever, por exemplo, sobre a seca, em um
dado momento, se os problemas que ocorrem naturalmente são as catástrofes
climáticas envolvendo deslizamentos e enchentes. De resto, o escritor deve
analisar qual público que ele pretende atingir para lançar seus escritos
despertando interesse por parte das editoras e consequentemente por parte dos
leitores, contudo, mais importante, como falei no inicio, o bom escritor narra
sempre a realidade do tempo em que ele se encontra. Já diz o ditado que criei e
utilizo sempre: __ “O arquiteto da sua própria casa sempre é bem visto e
requisitado”.
MHM - Como você
tomou gosto pela leitura e mais tarde por escrever?
FB - Percebi que a leitura
seria atividade diária na minha vida a pós conhecer a biografia de Machado de
Assis com minha professora de Português Joselita. Logo após, li “Dom Casmurro”,
cuja obra me abriu a mente para o mundo da Literatura, onde a mesma me fora
indicado por um amigo de codinome Luiz (Luizinho). Depois do fato, pude ver que
ler é algo que sobrepõe qualquer experiência que nossa mente possa comportar.
Essa foi à semente que me despertou a vontade de ser escritor.
MHM - Você tem um
blog. Tem conseguido bons resultados com seu blog, as pessoas estão conhecendo
teus trabalhos?
FB - Na medida do possível,
sim. Tenho observado que as pessoas que visitam meu Blogger não tem realizado o
cadastro, porém, as visitas diárias têm superado minhas expectativas, mesmo
porque, hoje (03.06.2012), com apenas 29 postagens e 24 seguidores desde
janeiro do ano corrente atingindo 1.368 acessos, significa dizer que isso
representa um percentual de 9,12 acessos por dia. Creio que para mim a divulgação
está em um bom caminho.
MHM -Teu blog é só
voltado para a área literária, ou é um mix de todas as suas atividades
artísticas?
FB - Muitos pensam que possuo apenas um Blogger para
divulgar meus afazeres artísticos, contudo, possuo outros que desassociam
minhas linguagens artísticas, como é o caso do ‘Toda Arte do Poeta”, que é voltado para artes que crio a partir de
figuras geométricas. Indico, para os que desejarem conhecer meus trabalhos
culturais, acessar meu perfil google ( http://www.blogger.com/profile/03916017243012504468
) e conferir meus Blogger’s.
MHM - Você lembra
qual o primeiro poema que escreveu? Isso foi há quanto tempo?
FB - O primeiro poema que
escrevi nasceu no ano de 1998. Não me lembro do título, pois nesse ano não
costumava registrar a hora de inicio e término nem a data. Só no ano seguinte
criei tal hábito.
MHM – Você escreve
muitos sonetos, e escrever sonetos não é nada fácil. Qual o segredo?
FB - O que posso dizer é que
aprendi a escrever sonetos lendo Vinícius de Morais e Florbela Espanca. Creio
que o segredo é ler sonetistas renomados como este que acabei de citar.
MHM – Você criou uma
poesia chamada poesia quântica. O que é essa poesia quântica?
FB - Criei uma maneira de
escrever poesias, neste caso, com três estrofes escritas na “Horizontal”, onde
ao ler, podemos dividir a leitura tanto na “Horizontal” quanto na “Vertical”,
onde a primeira sugestão se lê cada estrofe por estrofe, e a segunda, cada
linha de cada estrofe emendando nas linhas das estrofes posteriores. É um pouco
difícil de compreender, mas com raciocínio aguçado se compreende.
MHM - E os romances,
o poeta também se arrisca em escrever romances ficcionais?
FB - Tenho dois inacabados:
“Sonho de Retirante”, que aborda a história de uma família miserável através da
seca e a realidade social do Nordeste e “Luíza”, que trata da história de uma
garotinha órfã criada com cinco tias de personalidades diferentíssimas, onde
uma é prostituta, um beata, uma dona de casa sem religião,
mas com muita fé em Jesus, uma metida a feiticeira e a outra solteirona
meio católica, espírita, umbandista e rezadeira.
MHM
– Como é o seu processo de criação, existe algum ritual?
FB - Valorizo
muito a inspiração natural, mas tenho meus horários de trabalhos literários
escritos diariamente.
MHM – Quais são suas
maiores influências na literatura?
FB - Machado de Assis, Victor
Hugo, Fernando Pessoa, Florbela Espanca e Carlos Drummond de Andrade.
MHM– Qual o escritor, já morto, que você gostaria de ter conhecido em
vida?
FB - Não diria escritor, mas
poeta; Gostaria de ter tomado muito café e jogado alguns palavreados com
Fernando Pessoa.
MHM - Você tem flertado com a pintura, tem umas
obras do cubismo. Será que está surgindo mais uma qualidade no artista Fábio de
Carvalho?
FB - Com certeza. Essa ideia
aflorou quando tentei matar a saudade das aulas de Estudos de Desenhos
Geométricos. Posso dizer que após a redescoberta, a minha aura brilhou para o
estilo. Tenho criado muitas obras relacionadas ao novo estilo artístico que
postarei de maneira gradativa. Para os que quiserem conhecer minhas produções
relacionadas à nova veia artística, basta acessar o blogger http://todaartedopoeta.blogspot.com.br/
.
MHM – Fábio em 2010,
você criou o projeto “Lançando Poetas”. Você poderia nos falar sobre esse
projeto e como tudo começou? Foi algo pensado, ou ao acaso?
FB - Tudo ocorreu sem nenhum
planejamento. Durante uma aula de História da Cultura de Pernambuco, indagando
aos meus alunos o que poderia, por ventura, ser um engenho, e diante de tantas
respostas diferentes, pude perceber que seria possível fazer brotar poesias
daquela turma. Não deu outra; nasceu o “Projeto Lançando Poetas” após a
primeira composição do poema “O que é o engenho” no dia 14 de agosto de 2010.
Hoje contamos com o lançamento de dois livros de poesias onde já lançamos mais
de 50 poetas e poetisas da minha terra. O primeiro se chama “Um Tiquinho de
Cada” e o segundo “Palavras de Vida”. 2012 promete com o terceiro livro.
MHM - Você criou uma
oficina de literatura de cordel, nos fale um pouco sobre ela e se você continua
com a oficina.
FB - Simples; a oficina de
Literatura de Cordel surgiu de uma das ações do Projeto Lançando Poetas.
Mediante um concurso de Literatura de Cordel com o tema “História de Cortês”
realizado pela secretaria de Educação de Cortês em 2011, realizei a dita
oficina para inserir alguns alunos meus no concurso. Conseguimos atingir o 2º,
3º, 4º e 5º lugares. Pretendo realizar a segunda edição da oficina em outubro
de 2012 com “temas diversos”.
MHM – E o projeto da
biblioteca, o sonho está perto de se realizar?
FB - Sim. Tenho trabalhado
para a conclusão do sonho, embora não possua a quantidade de livros que uma
biblioteca pública possui, porém, a biblioteca se trata de uma ação pessoal, e
não pública, dispensando assim escolhas ou exigências alheias que por ventura
seriam necessárias para alguns objetivos, e desnecessárias para outros.
MHM – Você sabe que
viver do que se escreve aqui no Brasil é complicado, as editoras não apostam em
novos escritores e se você for poeta a coisa fica mais difícil, porque dizem
que poesia não vende. Você é um otimista quanto ao futuro da literatura, em
particular a poesia e o soneto, ou acha que a coisa só tende a piorar com toda
essa superficialidade das pessoas?
FB - Não podemos criar expectativas otimistas. Se por
um lado existe a internet, por outro está à sociedade que não é leitora além de
não existir políticas públicas voltadas para o incentivo à leitura como deveria
existir. Para resumir, é mais natural conhecer no Brasil um Luiz de Camões, um
Wilian Shakespeare, um Júlio Verne do que
uma Raquel de Queiroz, um Castro Alves, um Manoel Bandeira, imaginem os que
estão se lançando no mercado virtual ou editorial...
MHM – Em 2006, você
lançou seu CD voz & violão, tem pretensão de enveredar pelo caminho da
música? Pretende lançar mais algum CD?
FB - No momento meus projetos
voltados à música se resume ao que chamamos “músicos da noite”, ou seja, no
“voz e violão”, coisa que amo e que não abro mão. Pretendo lançar novos
trabalhos voltados para o voz e violão, mas não é minha prioridade agora.
MHM – O projeto
“Lançando Poetas” continua com força em 2012?
FB - Estou preparando as
oficinas, que por sinal estão mais recheadas neste ano, porém, dependo este ano
de espaço e de apoio, pois durante os dois anos do projeto, não pude contar com
tais requisitos, contudo, o projeto caminha.
MHM – Quais os
projetos para o futuro na literatura, você está escrevendo algo que poderia
compartilhar conosco?
FB - Meus projetos futuros estão relacionados ao lançamento
dos meus livros, porém, não considero prioridade, já que o mercado editorial é
tão desonesto quando a esposa de um conhecido meu. Com relação aos escritos,
estou com vários livros inacabados; destaco aqui “As cartas que eu não escrevi
para meu Pai”, “Os Limites da Minha Realidade (Introspecções), “Sonho de Retirante
(Romance)”, “Luíza (romance)”, “Poemas de Efigênio Sampaio” (um dos meus Heterônimos)
e “Nas Brumas do Tempo - De Memórias e de Saudades” (mais um Heterônimo de nome
Luis Fernando Calado), além da organização de Vários Livros de Sonetos e um de
Poesia Quântica.
MHM – Obrigado Fábio
pela entrevista. Você gostaria de acrescentar mais alguma coisa que eu tenha
deixado passar despercebido.
FB - Uma mensagem para os que almejam sucesso na
Literatura.
"Certo dia eu tive que decidir qual caminho
eu deveria seguir... De tanto insistir com a pressa aprendi que o tempo ideal é
quando o que se desejou, aconteceu..." (Fábio de Carvalho).
Trecho de “Só Hoje, Depois de Tudo” http://fabiodecarvalhopoetasonetistaescritor.blogspot.com.br/2012/05/so-hoje-depois-de-tudo-autor-fabio-de.html
)