acompanhar

sexta-feira, 17 de maio de 2013

Poesia: INCOMODO




INCOMODO


Vejo a miséria de longe e me compadeço - sou humano -.

Sinto a dor das famílias desabrigas forasteiras em suas pátrias e me compadeço na dor – sou humano -.

Ouço murmúrios de crianças mutiladas, famintas de vida e comida, me compadeço e choro – sou humano -.

Vejo os donos do mundo a falarem, falarem, falarem e se reunirem e falarem ainda mais nas possibilidades de se dar paz a terra. Observo tudo nos noticiário e me encho de esperança – sou humano -.

Rumores de guerra, fome, peste, crueldade, genocídio; vejo, ouço, me choco com todos os fatos que os noticiários das 20 horas me revelam, sou humano e me compadeço na dor.

Outro dia, uma mulher com uma ferida aberta em carne-viva me pediu auxilio enquanto eu passava pela metrópole sem alma, não tinha nada nos bolsos para dar-lhe e segui minha vida sem nenhum remorso ou culpa. Ao vivo tudo não passa de sorte para uns e azar para outros.

Cheguei a minha casa e finalmente pude assistir ao noticiário e me comover com as misérias do mundo, bem longe das verdades que luto todos os dias para não encontrar.     


Marcos Martins.

quinta-feira, 2 de maio de 2013

Quinta-feira, dia para se comporta um poema - Moradia




Moradia 


O mundo grita;
O mundo chora;
O mundo imita o que de pior fazemos de melhor;
O mundo. Ó! Doce mundo. 

- Mundo pior não há -.

O mundo é longe.
O mundo é perto;
O mundo é tudo, menos o que queremos dele;

 - As coisas do mundo -.

Há coisas e coisas e falta de coisas no mundo.

O mundo é mal e mal habitado;
O mundo é mal e mal preservado.

O mundo grita, grita, grita;
O mundo, finda, finda, finda, mas continuará quando todos nós formos;
O mundo é longo e cheio de becos e vielas.

O mundo me cansa;
O mundo maltrata;
O mundo me abriga;
Meu mundo que mata.  


Marcos Martins.