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domingo, 31 de outubro de 2010

Poema tirado do livro Inspiração de Terceiros



IV ato.


Suspiro de donzelas, nuvens, pó, aquarela, quanta indecisão em meu poetar, sou poeta infame na arte das rimas, sou poeta incumbido na arte do amar.

sexta-feira, 29 de outubro de 2010

do livro Eu, meu corpo & minha poesia



Jaboatão, palavras ao vento, ano importuno.


Palavras de conforto não me servem agora que estou morto, o ar, as cores, nada mais me anima, escrever já foi mais fácil, viver já foi mais suportável. Onde foi que eu errei? Quando começou meu fim? Nunca saberei...

Nunca serie notado, se tirar a própria vida for assassinato, então sou culpado e logo, logo apodrecerei em meu túmulo fedido e solitário.

Quando tudo mais for esquecido, lembrem-se de mim que morri só num quarto, pois em vida, vivi entre amigos, mas tão solitário...

quarta-feira, 27 de outubro de 2010

O beijo da Alamoa (conto)


Comprei uma faca de mergulho e um arpão, para me proteger. Quase não consegui me alimentar, estava ansioso para que a noite chegasse. Quando o sol começou a se esconder, parti para o pico, nada nem ninguém ira me impedir de descobrir a verdade sopre aquele lugar.

Consegui chegar ao pico com muita dificuldade, já passavam das 19:00 horas, foi quando avistei uma luz saído de uma caverna, armei o arpão e fui até lá. Entrei na caverna com cuidado, tinham vários ossos espalhados pelo chão, ossos humanos, definitivamente ali era um lugar de desova, um cheiro forte de carne podre se espalhara no ar, fiquei meio enjoado, foi quando ouvi uma linda voz ecoar de minhas costas, o arpão quase disparou do susto que tomei.

- O que faz aqui viajante? Está perdido? – perguntou a voz.

Quando me virei, tive a visão mais deslumbrante de toda minha vida. Ela era linda e estava tal como Eva no paraíso, antes de ter comido da árvore proibida.

- Não, não estou.

- Então o que faz aqui, em minha casa.

- Sua casa?

- Sim. Moro aqui há muito tempo.

Não conseguia tirar meus olhos do corpo daquela mulher, seus olhos, seu corpo, seus cabelos, a simetria em forma de mulher. Ela se aproximou e, quando dei por mim estava sem meu arpão, tirou a faca de minha cintura. Me olhou. Sorriu e me beijou, um beijo doce, pediu para eu me sentar, não sabia onde, foi quando vi uma cama de ouro surgida como que por mágica, me deitei e com um simples gesto com os dedos a porta da caverna se fechou, não importava, porque o que queria era volta a sentir seus lábios.

- Como se chama viajante?

- Franco.

- Franco venha aqui, quero livrar-lhe de toda essa roupa.

Ela me despiu com uma sutileza que, nunca tinha visto mulher alguma fazer, nos beijamos novamente, foi quando seus olhos mudaram e pude ver minha morte em seus olhos sedentos e negros, ela se transformou em uma caveira e a loucura me tomou o corpo, me debatia. Tudo em vão, foi quando pude ver encostado numa pedra o velho pescador sorrindo com seu cigarro na boca e erguendo um copo de cachaça para mim, enquanto a Alamoa me devorava vivo e indefeso.

Fim.

Autor: Marcos Henrique

segunda-feira, 25 de outubro de 2010

O beijo a Alamoa (conto)


- Sente-se – me obrigou o velho.

Estava à mercê de seus caprichos, a única coisa que poderia fazer, era me sentar e apelar para que ele me contasse tudo, antes de ficar bêbado, pois a primeira garrafa acabará de ser aberta.

- Então você quer saber sobre aquela diabinha – disse o velho e tomou a primeira dose.

- Tudo, todos os pormenores, quero saber quem é essa mulher.

- É uma mulher, com certeza, mas um demônio também – continua o velho pescador – A Alamoa é uma mulher linda que aparece lá no pico, nos dias de sextas, para caçar homens, para amá-los e amaldiçoá-los. Nas sextas o pico se fende e em sua porta fica a Alamoa a espera de homens para cortejá-la. Ela é linda, a mulher mais linda da ilha, talvez do mundo, fica nua na porta do pico, seus cabelos são como ouro, sua pela macia, seus olhos lindos, quando o homem se aproxima, fica enfeitiçado por sua beleza, e é chamado para entrar em sua casa, para se deitar com ela.

- E então? O que acontece?

O velho traga seu fumo, toma mais um gole de cachaça, me olha – Seus olhos que antes eram tão lindos quanto às estrelas do céu – continua o velho pescador – se transformam em buracos, tão negros quanto à morte. A pedra se fecha e no lugar daquela linda mulher nua, a Alamoa mostra sua verdadeira forma, seu couro e cabelos caem todos e a maldita se transforma numa caveira sedenta por sangue, e o pobre diabo que lhe faz companhia é devorado.

Então essa Alamoa, matou meu pai, não conseguia acreditar naquela estória toda, um ser do outro mundo, do mundo dos mortos matou pai! Era impossível, mas se fosse impossível, então porque minha mãe tinha tanto medo da ilha de Fernando de Noronha? Tinham mais coisas ali, e estava decidido a descobrir tudo.

- Obrigado senhor.

- De nada, e se você estiver querendo ir ver essa diaba, amanhã é o dia, é sexta feira e a lua está cheia, dizem que ela fica ainda mais bonita e sedenta por sangue de homens na lua cheia.

Me retirei da casa do pescador e fui para o hotel que estava hospedado, não era lógica aquela estória, uma mulher que devorava homens, não podia ser verdade, mas então porque as pessoas na ilha não gostavam de falar sobre o assunto. Mesmo sem acreditar naquela estória estava disposto a ir até o fim de tudo. Tinha que saber o que causou a morte de meu pai.
Fernando de Noronha era lindo, mas não tinha tempo para explorar as belezas da ilha, fui direto para meu quarto, a noite se arrastava, não conseguia dormir, pensamentos estranhos povoaram minha noite. Medo e excitação, sonhos estranhos. Sonhei com minha mãe vestida com uma camisola toda molhada, chorando, me pedindo para voltar para casa, não podia voltar, não mais, era mais forte do que eu. Tinha que acabar com aquela farsa e descobrir quem assassinou meu pai, pois depois daquela estória de pescador, só podia ter sido assassinato, meu pai descobriu algo que as pessoas queriam deixar em segredo e foi morto por isso.


(continua...)

sábado, 23 de outubro de 2010

O beijo da Alamoa (conto)


Nada iria me parar, não podia, tinha que saber, tinha que saber o que aconteceu a meu pai, e o que minha mãe temia tanto me dizer.

Conheci o pescador mais velho da região e, depois de negociar uma garrafa de cachaça, ele decidiu me contar tudo sobre a Alamoa.

Ele preparou seu cigarro de palha, o cheiro de tabaco incensou o lugar, não podia dizer nada, pois estava em sua casa, tinha que agüentar o fumo na cara se quisesse saber a verdade, tinha que respirar aquele fumo tão fedorento.

- Então você quer conhecer a Alamoa? – perguntou o velho pescador e tragou seu cigarro artesanal.

- Sim, temos contas a acertar – respondi, o velho riu na minha cara.

- Acertar contas com a Alamoa? – continuou o pescador – Com a Alamoa os homens só encontram a morte, se você quer morrer, por mim tudo bem, contanto que a cachaça fique comigo.

- Te dou mais duas garrafas, se me contar tudo – apelei para a ganância do velho, seus olhos brilharam.

- Duas garrafas?!

- Sim. Parece bom para o senhor?

- Serei um homem rico se tiver toda essa cachaça, mas me compre antes de seguir para encontra a Dama branca?

- Dama branca? Então essa Alamoa é uma mulher?

- Não rapaz, é um Demônio.

- Demônio?

Não acreditava naquelas coisas, um demônio? Não acreditava no sobre natural, achava que meu pai tinha sido morto por essa Alamoa, e achei que fosse um animal não uma coisa sobrenatural.

- Você não acredita em Demônios?

- Não, só acredito no que posso tocar.

- Não se preocupe, pois a Alamoa pode te tocar e te enfeitiçar, pode te devorar.

Aquelas palavras me arrepiaram, a forma como ele falou, uma voz sarcástica, maliciosa, quase demoníaca diria, se acreditasse em demônios.

O pescador disse-me que, só contaria tudo se estivesse com todas as garrafas de cachaça em suas mãos gananciosas, tive que sair para comprar a bebida, ele disse – Seja rápido, porque hoje é quinta feira.

Quando voltei com todas aquelas garrafas o velho sorriu, cheirou as garrafas, as acariciou como se fosse sua mulher amada.

(continua...)

sexta-feira, 22 de outubro de 2010

O Beijo da Alamoa (conto)


Quando tinha 10 anos, fui com meus pais para Fernando de Noronha, um dos paraísos na terra. Nunca imaginei que aquela viagem seria tão traumática para minha família, pois foi lá em Fernando de Noronha que, meu pai desapareceu para sempre. Minha mãe não gostava de falar sobre o assunto, dizia que meu velho tinha sofrido um acidente ao tentar subir no pico, uma elevação rochosa com 321 metros de altura lá na ilha, sempre desconfiei que houvesse mais coisas ali que, minha mãe se recusar a mim contar.

- Mãe como o papai morreu? – eu não me cansava de perguntar isso a ela.

Minha Mãe sempre me respondia – Por estupidez, queria dar uma de garotão, acabou caindo do pico, quebrou o pescoço e morreu.

Mas como meu pai caiu do penhasco e quebrou o pescoço se, nunca acharam seu corpo?

Cresci sem saber o que tinha acontecido de verdade naquele dia em Fernando de Noronha e, não iria saber da verdade por muito, muito tempo. Minha mãe tinha pavor só em pronunciar o nome – Fernando de Noronha – e me fez jurar que eu nunca iria voltar aquela ilha.

Em seu leito de morte, minha mãe me chamou e disse – Franco, por favor, não vá até aquela ilha, seu pai morreu e você não pode mudar isso. Me prometa! Me prometa que não vai voltar aquela ilha!

Não queria mentir para minha mãe, mas sabia que não iria conseguir viver em paz, sem saber o que tinha acontecido naquele passeio fatídico, minha mãe também sabia que eu não teria paz.

- Não vá! Não vá até a Alamoa! – disse minha mãe enquanto delirava antes de morreu em meus braços.

Alamoa? Mais o que será uma Alamoa – minha mente não parava de pensar naquele nome. Providenciei o enterro de minha mãe, fiz as malas e parti para Fernando de Noronha – Ela tinha que me perdoar – pensava enquanto viajava, minha mãe tinha que me perdoar, não podia viver assim, não mais, agora tinha um nome e iria até o fim para descobrir o que aconteceu com meu pai. Era o inverno de 1987 e não sabia o que me aguardava aquele inverno.

Cheguei a Fernando de Noronha, disposto a descobrir toda a verdade, procurei por pescadores nos bares da ilha, para saber mais sobre essa Alamoa.

- Garoto vá para casa – me disse um pescador.

- Vim do Recife para saber a verdade meu amigo e, só saio daqui com respostas.

- Você vai sair daqui em um caixão se, tiver sorte, se não, nem um corpo para chorarem vão ter.

(continua...)

quarta-feira, 20 de outubro de 2010

Poema extraido do livro Inspiração de terceiros

II ato.

Não é certo se castrar uma poesia, não é certo matar uma inspiração, todos já sofreram um dia e os poetas menos não.


Mas o que é poesia? Mas o que é ilusão? Viver mais um dia ou morrer na indecisão?

Tudo não passa de boatos, fatos sem verdade comprovada, verdade e o nada o que são?

Não é certo castrar um homem, tirando de seu coração seus sonhos tolos, não é certo castrar um macaco, privando-o da propagação, não é certo castrar os descrentes, dando a eles falsas razões, não é fácil se sentir cem por cento correto nesse mundo de alusão.

sábado, 16 de outubro de 2010

Trecho de um poema de meu livro Inspiração de Terceiros



I ato.

Eu sou um pajem sem ovelhas ou pastos, mas de que me vale pastos ou ser pajem, se tudo que faço não faço por mim, faço pelo fato de ser obrigado a fazer, sem sentir em mim desejo ou zelo, sou simplesmente pau mandado e açoitado.


Meu crânio inerte se repulsa, se contrai, sem saber qual a cura para meu apetite tão voraz. Qual maquiavélica criatura, com seu rosto tão voraz, me pois carapuças e mordaças para que nunca me sinta paz. Qual ferrão me abateu nessa noite escura e quente? E esse aroma em forma de veneno de serpente, já me é tão familiar, menos essa noite ofuscante, uma mistura de medo e sodomia, paira aqui e aculá.


Mortos sem nomes não fazem a menor diferença dos que tem um nome em suas lápides, todos estão no mesmo lugar, seja trevas ou céu, seja perto de Deus ou deuses, anjos decaídos, não importa! Estão todos sem respirar.


Em minha tola filosofia, falsa e falsária, ilusória e penitente, me magnifico ao saber que não sou magnífico como meu ego tanto acha, sou o mínimo e o máximo do nada. Todas essas palavras são um mistério para esse meu crânio velho e opaco, guardador de meu cérebro, carcereiro de meu pensar.

quinta-feira, 14 de outubro de 2010

Trecho do livro inspiração de terceiros

VI ato.

Ai de mim que sou eu, preso em mundos que não controlo. Choro o choro doce do chorar, riu o riso amargo do gostar, não me castigo, mas me dói o respirar.

Fazei-me poesia numa tarde densa e fria, com a caneta e meu pesar, fazei-me dia, oh noite tão escura! crepúsculo de tortura; que é meu raciocinar, se te digo em demasias que sou fraco junto aos fortes, que sou baixo, junto à morte, que sou tudo e nada hei de ser, regozijo e blasfemo em meu doce sono triste, que me mata o esperar, em torturas todas tortas em meu peito fino encosta, em teu leque meu chorar.

De fino e fino trato vou errando por meu mundo, meu tumulto, meu pensar...

segunda-feira, 11 de outubro de 2010

É tão fácil ser triste

(Marcos Henrique)

É difícil se viver quando não a vida para se sentir dentro de você , como é maldita a alegria que a tristeza sente. A tristeza me machuca o rosto e não me enxuga as magoas.

É fácil pensar na morte quando a vida é amena , não sou covarde , não fujo , não durmo , só finjo ter sonhos , só finjo cochilos.


A peso nos meus bolsos, mas eles estão vazios , meu fardo é um saco pesado, entretanto, me cinto vazio , estou tão cheio de toda sujeira em meu corpo , estou cheio da água podre que bebo , minha sede por justiça é tão injusta.

Meu fardo está vazio e eu me cinto tão pesado , estou limpo agora, mais a água me molha o corpo e meu rosto chora.

sexta-feira, 8 de outubro de 2010

A vida que escolhi




A escolha mais difícil que fiz em minha vida foi ter escolhido te perder.

Um simples abraço, um mísero abraço poderia ter mudado tudo, continuo lá; te esperando em pé na chuva, olhando para o nada, para ver se te vejo, não sei onde estás, eu nunca soube como entrar no teu mundo.

Se hoje meu peito sangra;

Se hoje não sinto vida, a culpa é minha, só minha de tê-la perdido, de tê-la feito chorar por meu amor, de não ter me arriscado mais.

O dia continua a nascer e as flores ainda morrem sozinhas sem serem vistas na calada da noite, a porta está mais fechada do que nunca, não posso entrar, joguei as chaves fora, será que você soube o quanto foi difícil minha escolha?

A casa que nunca vamos ter, os filhos que nunca vamos educar, as rugas que nunca vou ver em você, o abraço que nunca vou te dar, o tempo que volta, os erros que estão a nossa volta, as escolhas erradas que sempre ficaram comigo; esse foi meu premio por não te amar quando devia, por ter assassinado essa parte de minha vida de nossa poesia.

Nunca pude te tocar, sempre de longe, sempre aqui dentro de mim, meu coração nunca vai parar de sangrar eu sei; a culpa ainda é minha e não tem perdão que nos dê aquele tempo que eu matei para preservar meu medo de viver ao teu lado.

Quem dorme ao teu lado?
Quem enxugou tuas lágrimas?
Quem te viu acordar?
Quem te viu dormindo de um modo engraçado?
Eu não sei; mas sei que perdi todos os momentos bons de tua vida e sei que ainda és para mim a menina mais bonita, também sei que nunca é muito tempo, mas é isso o que somos; nunca!

Chega de perguntas! Chega de respostas que não podem ser ditas em alta voz, tenho seu coração prezo ao meu, seu coração não bate mais como o meu, não bate mais para o meu...

Morrer seria mais fácil, o suicídio poético, não ter você é pior que o inferno sem fogo ou céu sem anjos, um Deus louco, ou súditos mortos. Tudo bem em quanto houver lágrimas, sei que existira vida.

As amoras já estão boas de serem cultivadas, mais me falta mãos para colhe-las

Aqui jaz meu amor...

Marcos Henrique
O Poema que eu deveria ter vivido a doze anos atrás.
2004.

quarta-feira, 6 de outubro de 2010

Quantos dias mais eu serei menos?

(Marcos Henrique)

Se minha fúria poética pudesse me ajudar, pudesse me dar todo o carinho que sempre sonhei, mais o que me fez a vida? Um louco desvairado que não sabe onde começa ou terminam os dias felizes. O que eu quero é tão simples, tão lógico que não entendo, tudo que faço para ser notado se transforma numa forma de repreensão. Quantas vezes já fui julgado sem um júri sério ou justo.

Sou uma criança que nasceu sem cheiro então me entorpeço de nicotina para ter um cheiro, sem uma identidade para ser...
O que eu sou?

Pedi um afago, recebi um tapa, implorei por palavras doces, me cuspisse a cara, eu não sou como você porque não me orgulho de você, eu odeio amar você, eu odeio falar só por falar, eu odeio sentir sua falta, eu odeio chorar. Trago para esquecer que talvez não possa ganhar mais esse jogo, todos nós perdemos, todos nós ficamos estéreis.

Eu sou profano, eu sou o que de impuro sai de você, eu sou culpado por você não ter me instruído?! Eu sou culpado por teu amor?! Amor? Sou culpado por te odiar?! Foda-se! Mas me dê sua benção, não sou culpado por estar vivo, mesmo sofrendo, mesmo fingindo...

Mãe! Não me odeio por ter sujado seu útero, por ter urinado lá, não odeio meu genitor por ter sujado seu útero com seu gozo porque você também gozou, todos nós não temos culpa por termos culpa. Me cansei de culpar Deus, me cansei de matar Deus, me cansei de tudo, de todos, de meu esgoto, de minhas lágrimas com um sabor azedo, cansei de minha tosse de tuberculoso solitário com meu tesão, cansei de meu masturbar, de meu gozo solitário que trepa com o tédio.

O punhal continua encravado em minhas costas me matando cada dia mais, cada dia mais; tenho um dia a menos. Já não tenho grades e ainda me sinto prezo, se antes eu chorava por medo, hoje eu choro por estar livre e só; e a única coisa que eu sei dessa porra de vida é que eu sou apenas um garoto que sabe fumar.

segunda-feira, 4 de outubro de 2010

Som


(Marcos Henrique)



O som das bestas me aterrorizam;
A estupidez do grito, a estupidez dos que provocam os ruídos.

O prazer cortado, estuprado, expelido. Foda-se senhor ruído! Que queimem seu som sem sentido!

O prazer em recitar um poema triste me é tomado, porque não ouço meus versos. Morra maldito senhor dos ruídos! Deixe limpo meus ouvidos.

O silêncio pede clemência, minha loucura pede clemência. Peço silêncio, se pronuncie antes que eu cometa genocídio.

sábado, 2 de outubro de 2010

Marcos Henrique


Sentado aqui do teu lado posso sentir tua dor, teus olhos estão fechados, entretanto posso ver como são belos e quando olham para mim sinto-me em casa, não me deixes meu amor, não faça sentir-se só, estou aqui e você não toca minha mão...

A escuridão é densa e não podemos nos tocar, não importa, sinto teu espírito a buscar meu afago.

Como lembranças de um sonho bom, você já me confortou tanto e agora não sei o que fazer a não ser pedir para que você não se vá, esse é o pedido de meu egoísmo, você não pode me ver, talvez só me sinta, então; não se vá, nossas vidas estão eternamente cruzadas, nem a escuridão por mais forte que seja poderá nos afastar por muito tempo, onde você estiver serei sempre teu, sempre teu...

Que caia a chuva, não me importo, ela não pode apagar tudo o que somos, segure minha alma com delicadeza, sinta o que eu sinto, quando estou contigo tua presença me faz tão bem. Noite vespertina me abre os olhos, sei que o tempo está por acabar e todos os momentos pedem socorro, sufocados num canto, eles lutam por você e por mim.

Meu espírito se sente livre, não há corrente que possa nos fazer mal...

A enfermidade não teme nosso amor, isso; levara-la a ruína. Longas vidas, longa jornada, o dia nasce e outro termina só para me tentar fazer infeliz, amar é deixar ir, do fundo de meu egoísmo...
...vá...