acompanhar

sábado, 29 de setembro de 2012

Espasmo




Espasmo
(Marcos Henrique Martins)


Quero poder poetar nos quatro cantos do mundo
Poder gritar um: “Puta que o Pariu!”, sem chocar os puritanos, que não se chocam com guerras que dilaceram inocentes e castram sonhos.

Quero poder poetar livre do preconceito, livre do medo dos olhos de Deus - Somos doutrinados a temer Deus, não a amá-lo -.

Quero viver livre das correntes da poesia feita em cartórios;
Quero viver livre da vida burocrática, puritana, hipócrita e camuflada em que nos encontramos. Lixo, puro lixo!

Quero poder voar, mesmo sem ter asas;
Quero poder sentir minha alma, poder tirá-la de mim, lavá-la com sabão amarelo, e recolocá-la em meu corpo; livre dos pecados que me acumulam, ao longo da existência. 

Quero poder sentir todos os sentimentos, todas às lágrimas, tudo ao extremo. Sentir sem ser censurado ou tachado de louco. Sentir sem ser morto porque não compartilho da visão do mundo dos déspotas que nos guiam para intermináveis firmamentos.

Quero poder correr;
Quero poder ter pernas;
Quero poder correr;
Quero poder dar um sentido, uma direção às minhas pernas;
Quero, quero, quero. Sempre queremos coisas que nem sempre nos servem. Mas quero.

Somos gafanhotos vorazes, somos e nada somos; apenas achamos que somos, e dessa forma, somos iludidos, a acharmos, que ainda, vivemos.


OBS.: Fiz esse poema devido a crescente violência e imposição da visão religiosa no mundo. 

"Ninguém pode obrigar um homem a ser livre".

Albert Nolan.

segunda-feira, 24 de setembro de 2012

Quero falar de Paz



Gostaria de compartilhar com vocês essa poesia, que denuncia toda essa violência que vemos todos os dias, dentro e fora do País.  



Quero falar de Paz
(Marcos Henrique Martins)


Não escutem minha voz rouca; meus versos tolos;
Não leiam esse poema, pois vai falar de paz, essa palavra tão démodé para este século marcado pela violência. Marcado pela luta em nome de criadores do mundo que, destruímos a cada dia.

O século XXI tem cheiro de sangue, tem gosto de sangue, tem cor de sangue. Unifiquemos nossas diferenças no sangue.

Sangue, sangue, sangue, que não consigo conjugar.
  
O sangue que circula por minhas veias ferve, mas teme manchar carpetes novos e ser protagonista de uma luta que ceifa vencedores e vencidos.

O sangue de pessoas mortas, em violentas vidas, coalha em cantos onde já cresceram flores. Cães lambem esse chão vermelho em brasa, para matar a sede. Se pensassem, aceitariam a sede.

Quero falar de paz, mas meus olhos não têm forças para procurar o belo, pois o vermelho de teu sangue não sai de minhas mãos, não sai de minha impotência, minha voz rouca, meus versos tolos, violência que não tenho como justificar.


22.09.12
18h37.

quinta-feira, 20 de setembro de 2012

Um de meus poemas de meu livro Álbum de Lembranças



Vontade de Voltar
(Marcos Henrique Martins)

Já escrevo sem me preocupar com os dias, com as datas, com o que o tempo pode me dar de bom, ou não. Lembro-me de quando era jovem e puro. Hoje, continuo jovem, mas com ossos que viram pó e se partem com tanta facilidade.

Não faço rimas lindas e alegres, meu punho doe quando escrevo, queima quando escrevo; cego quando escrevo ou tento escrever rimas belas.

Ó! Doce placenta onde te escondes? Por que foges de mim, não tenho nojo de te, vem e encobre todo o corpo, sei que não tenho mais lanugem, mas ainda sou teu garoto, sou teu garotinho que chora quando cai ao chão e sente fome por não encontrar mais seu cordão umbilical.

Nada é mais como antes, antes da realidade do existir.

terça-feira, 18 de setembro de 2012

Promoção no blog Sonhos e Resenhas

Bom dia amigos,

O blog Sonhos e Resenhas está com uma promoção muito boa, onde será feito um sorteio e você poderá escolher qualquer livro, dos relacionados no blog. Dá um ciber pulo lá, vejam os livros e saibam como participarem.

Abraços literários!

click na imagem para ir para o blog:

sábado, 15 de setembro de 2012

Eu recomendo!!!

Recomendo o blog Molho Livro. O nome já diz tudo! Esse é o blog do grande poeta Diego El Khouri, filho da exclusão, poeta e artista plástico sem nome e identidade, como ele mesmo se define.

Vale a pena dar um cibe pulo lá e conhecer o poeta e artista Diego El Khouri.

Click o na imagem para ir par o blog:

 

segunda-feira, 3 de setembro de 2012

Respostas que tento deglutir



Respostas que tento deglutir
(Marcos Henrique Martins)


Já fiz tantas perguntas ao longo de minha vida
Já passei noites em claro – dias obscuros – pensando, pensado e me corroendo por dentro. Tudo na esperança de que alguém pudesse deixar sua zona de conforto e me desse, ou ao menos apontasse para respostas coesas nesse quebra-cabeça do ser pensante.

Tudo seria uma grande falácia?

A verdade que persigo não pode ser absoluta, pois verdades absolutas não existem – Esse pensar seria uma verdade absoluta? –.

Verdades que libertam;
Verdades que aprisionam;
Verdades que salvam vidas;
Verdades que destroem ilusões que foram milimetricamente criadas para preencherem cantos vazios de nosso ser;
Verdades que não aceitamos;
Verdades mentirosas para confortam toda frustração contida em teu peito, em meu existir.

O mundo gira a procura de verdades, mas elas, quando achadas nem sempre são bem mastigadas, pois verdades sempre tem gosto de ranço no fim da mastigação.

Cansei de procurar respostas, parei de correr atrás de pessoas iluminadas que pudessem me responder alguma coisa. Hoje, apenas olho para o céu à noite e vejo todas aquelas estrelas. Respiro fundo e percebo minha pequenez nesse mundo de lobos sedutores, criadores de verdades que aprisionam meu espírito contestador. Eles nunca me deixam tocar às incontáveis estrelas desse céu que oculta dissabores, para que vivamos hipoteticamente em paz com nossos credores.