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sábado, 31 de maio de 2014

sexta-feira, 30 de maio de 2014

SINTO FALTA DO TOQUE DIVINO


SINTO FALTA DO TOQUE DIVINO


Hoje eu quis brigar com Deus, dizer-lhe umas verdades – minhas verdades -, mostrar que Ele estava errado e que já era hora de deixar de iludir as pessoas, fingindo que iria ajuda-las a atravessar a rua movimentada sem semáforo.

Hoje eu quis matar Deus, mas percebi que se o matasse, mataria minha essência, mataria tudo pelo o que lutei.

Hoje eu quis falar com Deus, pedir alguns conselhos sobre a bolsa de valores e o aquecimento global, no entanto os arcanjos mandaram querubins informarem que Ele havia faltado ao emprego para visitar seu filho na cruz-eterna por nossos pecados infinitos.

Hoje eu quis ser um deus, por achar que faria tudo correto; não falharia, não iria me arrepender, porque ao invés de dar vida aos humanos, eu povoaria a terra com cães, pois cães só encontram a felicidade ao terem seus donos por perto (ovelhas se desgarram facilmente).

Hoje eu quis sorrir, mas Deus me matou os sonhos e é por este fato que escrevo esse poema blasfemador, para ver se Ele vem até aqui para me castigar, pois sinto que sou a ovelha desgarrada que o padre falou que não tem um pastor para ser guiado, nem para ir me buscar-me quando me perco em minha fé tão questionável, tanto quanto se matar em nome Dele.      


Marcos Martins.

quinta-feira, 29 de maio de 2014

monólogo refletido contra o espelho da prataria / fábio de carvalho

monólogo refletido contra o espelho da prataria / 
fábio de carvalho


O latifúndio aí estar.
Sempre quis andar pelos caminhos.
Jamais serei o que não sou.
Busco em mim aquilo que não encontro nos outros.
Busco as horas;
Elas me são necessárias.
Meus lamentos são de uma alegria assombrosa.
O colarinho dos políticos não é branco, invisíveis, creio.
A escuridão celeste me faz sentir saudade da luz do sol.
O frio me faz lembrar o verão borbulhante.
Saio pelas ruas sem destino.
Meus pensamentos não tem rumo.
Minha sabedoria vem de onde não surge cegueira humana.
Os passos dos outros também são meus.
Meus pés suportam muita caminhada ainda.
Meus olhos, como quem não quer nada, se fecham com o sono.
A insônia me ajudou a escrever muitas páginas que me acompanham.
O sereno da noite é irreal quando se busca o irreconhecível. 
Cada palavra que pronuncio já foi escrita.
Os meus sonhos me vem quando durmo.
Logo as minhas palavras pensadas se vão por novos pensamentos se achegarem até mim.
Meu reflexo interior me é desconhecido.
Sou uma pessoa simples.
Escrevo muito, sem me dar conta da quantidade de páginas.
Sufoco a mim mesmo quando dou longas tréguas à literatura.
Rego meus dias com a água da terra.
Não costumo me prestar a serviços irrelevantes.
Abomino tristezas visuais.
O meu sofrimento é quase eterno.
A minha alegria é infinita.
O sossego é irrelevante quando se possui melancolia.
As minhas incertezas fazem parte das minhas indecisões.
Algo estar para acontecer.
O mundo não suporta mais tantas injustiças.
Meus inimigos se dão bem e mal.
Minhas promessas são acorrentadas pelo tempo.
O que acredito é que quem dorme bem nem sempre descansou o necessário.
Cabe ao mundo respirar.
Caberá a nós morrer sufocado com o pulmão do mundo inflamado...


Fábio de Carvalho.
Cortês – Pernambuco, domingo, 12 de agosto de 2012.

Quem quiser conhecer melhor o trabalho do poeta visita o blog dele clica aqui: Porões Literário.

terça-feira, 27 de maio de 2014

Um desejo


Um desejo


Gostaria de dançar uma valsa com você, mesmo que seja com instrumentos desafinados, não importa. Acho que isso pode ser sintoma daquela doença chamada “amor”.

Doces sonhos;
Doces desejos;
Doces aspirações;
Doce, lindo desespero.

Talvez seja amor de fato ou talvez seja apenas um doloroso desconforto estomacal, não sei, nunca fui bom em resolver charadas.

Tento manter os olhos abertos nas esquinas dos sentimentos quando cai uma chuva cinza, fina e continua, mas sempre pisco; e a fração de segundos, entre um piscar e outro, deixo passar coisas que nem as potentes lentes de um telescópio podem captar. 

Cigarros para quem fuma;
Bebidas para quem bebe;
Lenços para que ama;
Sentimentos para quem não mais sente.

Posso ouvir a valsa, me imagino dançado sem par;
Posso ouvir a valsa, continuo aqui, mesmo sem me sentir estar.


Marcos Martins.

sexta-feira, 23 de maio de 2014

A moral das coisas, ou não




A moral das coisas, ou não


Hoje à noite eu me encontrei com minha morte e meu espírito estremeceu. Ela me pediu um copo de água, perguntei-me: "Para que água?" Então como se tivesse lido meus pensamentos e pudesse ver todas as minhas dúvidas me respondeu: "Quero lavar tua alma".

– Lavar minha alma? - questionei.

– E saudades.

– Saudade de mim? 


– Claro,  mesmo sabe que não tens mais alma e és oco.

– Não tenho, a vendi, sou oco? Mas se minha alma não vivi mais comigo, então não lhe tenho serventia.

– Eu sei. Você a vendeu numa noite de devaneios, mas queria lhe ver mesmo assim.

Só após aquelas palavras me toquei que não tinha mais alma.


– A vendi? Como assim? Quer dizer que a vendi ao diabo?

– Não, pior que isso. (a coisa era mais seria do que eu imaginara)

– Pior? O que poderia ser pior que isso?

– Você a  vendeu a um banco.

– Um Banco? Impossível! - questionei.

– Também achava, pelo menos até ela ter que dormir num cofre escuro e frio.

– Qual foi o banco?

– E isso importa?

– Claro que importa, porque quero recupera-la.

– Não pode mais.

– Claro que posso!

– Não, não pode, porque hoje você vai chorar a sua morte e não haverá um final feliz para nós dois.

Moral da história... Porque tudo tem que ter uma moral se somos tão imorais na maior parte de nossas vidas?

Histórias imprecisas, contos inimagináveis
(Marcos Martins)

quarta-feira, 21 de maio de 2014

Ofício


Ofício


Fiz um conto hoje, mas não soube lhe dar um título;

Fiz uma crônica hoje, porém não soube lhe dar um título;

Escrevi um romance e não soube dar nome aos personagens.

Fiz um poema hoje, mas não sei a que escola pertence - isso me fez um bem - e a paz, dentro de meu ser, voltou a reinar.


Marcos Martins.

segunda-feira, 19 de maio de 2014

Colo


Colo


Teu colo me acolhe sem fazer perguntas; 
Teu colo me resguarda do mundo que me toca e fere sem pena;
Teu colo – doce colo.

Colo de mãe protetora;
Colo santo;
Colo que acalma; que dá sem nada em troca buscar.
Colo gestacional. 

Teu colo me diz que devo permanecer um pouco mais, que a jornada é longa e meus pés ainda estão inchados.

Colo. Colo que me acalma; que me dá motivos para continuar a ter sonhos com um mudo menos só; menos vazio (coberto de gente); menos mal (repleto de gente que pisa superficialmente).

Teu colo;
Meu colo;
Teu colo me acolhe e me afaga;
Teu colo me guarda.


Marcos Martins.

sábado, 17 de maio de 2014

"



É vida que engole vida;
É gente que engole gente;
É selva que devora selva;
É realidade que nos castra o sonho.


Marcos Martins.

sexta-feira, 16 de maio de 2014

Mundo cão


Mundo cão


Quem é louco nesse mundo cão?
Quem é oco nesse mundo, irmão?
Quem é são nesse mundo louco?
Quem é sóbrio nesse mundo ébrio?

Quem tem cede e não prova d’água?
Quem tem fome e mastiga a magoa?
Quem tem dor e se puni em carne?
Quem tem carne e reparte o pão?

Qual teu pleito nesse mundo cão?
Qual teu pleito nesse mundo, irmão?
Quais teus medos – cicatrize nos ossos?
Qual teu sonho que já nasce morto?

Qual a mão que te bate o rosto?
Qual a mão que te afaga a carne?
Qual a vida que te foi negada?
Qual a magoa que teima em viver?

Mundo cão; 
Mundo cão;
Mundo cão.


Marcos Martins.

segunda-feira, 12 de maio de 2014

ESCREVER E ADOECER A ALMA




ESCREVER E ADOECER A ALMA 

Escrever e adoecer a alma
Será uma dádiva?
Será uma benção?

Quem sabe ao certo esses fatos são apenas rotina crua - crua é minha vida. 

Sempre me sentindo um prisioneiro de mim mesmo.

A dádiva me foi dada e junto me veio a magoa, o medo e o eu sozinho. 

Não me importo como serei lembrado, se como um gênio ou um retardado. Apenas ouçam minhas poesias doentias, meu desabafo.

Chorem!
Riam!
Sejam o que não fui - seres livres!

Sem cortes nos pulsos, sem veneno circulando nas veias, sem saudade de um lugar que nunca foi visto por meus olhos cansados, não posso descrever, mas o sinto desde menino, desde a época clara, antes das trevas reinarem em meu pensar.

Fazer-me vida;
Fazer-me paz;
Fazer-me o que não sou – alegria -. 

Marcos Martins.

sábado, 10 de maio de 2014

LIBERTA-ME POETAR



LIBERTA-ME POETAR

Não sou tão metódico quanto me acusam;
Não sou tão eufórico quanto me censuram;
Não sei me portar em lugares fechados, é bem verdade.
Não piso em ovos
Não sei respirar na cidade.

O pensamento sufocante é a pior sensação que um poeta pode experimentar, pois, se repousa em seu âmago lhe consome o coração e o poetar. Se a poesia não se forma, não se transmuta, é pura letra morta sem paixão posta num pedaço de papel que nunca terá uma alma-poesia.

O cansaço me toma, eu sei, mas é preciso, é preciso poetar, assim como é preciso, é preciso sacrificar-se por quem se ama.

Não sou tão bom com pessoas;
Não sou tão bom em tentar ser bom;
Não sou tão bom em fingir ser o que a sociedade me cobra de forma silenciosa, mas sempre está lá.

Uma rima alegre me faria bem;
Uma musa inspiradora me faria bem;
Uma poesia alegre me faria muito bem.
Você senhor destino é quem me faz mal, pois sou teu escravo e do senhor nem o nazareno escapou.  


Marcos Martins.


quarta-feira, 7 de maio de 2014

PRELO


PRELO


Sufoco meus sentimentos; 
Sufoco os anseios que se espremem em meu ser - Castro-os -.

À máquina domina cada vez mais o espírito humano, que deixa de ser cada vez mais demasiado humano, para ser demasiado opaco.

Os acontecimentos do novo mundo mostram velhos métodos de fazer sangrar.
E as rosas não florescem mais no tempo delas. 
E a angústia floresce cada vez mais cedo - morbidamente bela.

Um toque e posso quebrar;
Um toque e nunca mais serei o mesmo;
Um toque e o não sentir se apossa de mim;
Um toque – nostalgia que aflora e me faz olhar senilmente;
Um toque e comprimo o todo, o todo de uma parte maior que torcemos existir.


Marcos Martins.