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quarta-feira, 31 de agosto de 2011

Sigo meu caminho escuro



Sigo meu caminho escuro



Todos gostam do amanhã, eu não, eu não.
Somos carne para seu banquete impecável.
Vamos! Sorria por mim, não posso mais respirar por você.
Você se foi , me deixou paralisado para traz.

Todos gostam do amanhã, eu não, eu não.
Nunca esperam por mim; sempre sozinho sigo meu caminho escuro e úmido.
Todos se foram com a brisa da manhã, todos se foram não restou ninguém para me acompanhar.

Somos carne para seu banquete impecável.
Seringas sujas, roupas limpas, vida curta, sorria, sorria...

Livros que nunca foram lidos; discos que nunca foram ouvidos; somos carne morta em seu banquete cheio de vida. Sangue flui, vida curta. Respire por mim, nossa jornada termina aqui em solo sagrado e tão profano como nossas vidas.

Todos gostam do amanha, eu não, eu não. (fale por se)
Não vou mais sonhar, meus olhos doem, minha alma grita, seringas sujas, roupas limpas. Somos carne podre viva para seu banquete impecável.
Seringas limpas...

...Sigo sem vida.

Marcos Henrique

segunda-feira, 29 de agosto de 2011

È triste ver

Marcos Henique


É triste ver os pássaros voando e ficar prezo ao chão.


A dor percorre meu corpo como sangue, só que ao invés de vida só sinto desgosto. Sinto que um pedaço de meu peito falta, mas não sei onde ele possa estar.

Onde deixei?
Onde o guardei?

Meus olhos estão aqui tristes como sempre, meu tumor me acolhe, me alimenta, mas não me deixa arrotar. Meu peito está tão comprimido; mal posso respirar.

Não posso me entregar - me rejeitam tanto -. Quantos futuros possíveis um homem pode ter e quantos lhe trarão alegrias?

Nascer pode ser pior que morrer para uma alma despreparada. A estrada é longa, minhas pernas curtas. Anjos povoam o lugar e me mostram as surpresas que a vida não me dará e eu continuo aqui no nada, por inteiro, mas algo me falta.

Não molho as flores, não tenho controle, não sou perfeição, o lindo me é negado e minhas pernas doem tanto. O clarão que me sega(ceifar) em minha vida de escuridão, faz com que eu morra só em meu coração.
Dor! Erga-me sua mão, não posso tocar em seu peito, meus punhos não cicatrizaram ainda. Quando piso, não sinto meus passos no chão.

Não posso voltar minha vida; é só ida, só ida.

Que mal a em respirar?
Penitencia!
Penitencia!
Penitencia!
Minha dor passou...? Eu não me tornei o homem que queria ser então continuo sendo esse homem que não escolhi para ser, vivendo, fingindo ser.


sexta-feira, 26 de agosto de 2011

Viva até morrer II



Viva até morrer


O beijo que trai;
A boca que murcha;
A reza que salva;
A culpa sem culpa.

Estórias contadas, mordaça que ajuda;
Saliva com sangue, bondade esquecida...

O toque sem tato, o som sem ar, a boca, saliva (escarro, ferida);
O corpo que cai, lembrança esquecida;
Madrugada tão fria...

A vida sem vida, a vida sem vida, há vida sem vida!?


Marcos Henrique

quarta-feira, 24 de agosto de 2011

Perdi a entrada



Perdi a entrada


Perdi a entrada para o portão do paraíso. Onde posso me instalar? Daqui do alto tudo é mais bonito, dá gosto de olhar. Paro tudo num sussurro. Anjos voam de vagar sem perder o tempo, sem perder a noção do estar agora.

Me perdi em sonhos que foram destruídos pela realidade de estar sem ninguém, sem ninguém...

E todos os rostos no esquecido lembram de mim que sorri. Não pude nem chorar por estar com tanto frio (poetas no firmamento não sabem pular).

E quando você sorrir, posso ver o defeito de seus dentes.
Alguns que caíram no escuro do teu peito sem noção de que era para sempre, ainda estão felizes. Gosto de poder estar com você sem estar, sem estar...

Não pude me despedir por estar com frio e todos os rostos no esquecido lembram de mim. Paro tudo num sussurro. Anjos voam de vagar, sem perder o tempo, a noção do estar.

Me perdi em seus sonhos, doces sonhos. Flores morrem e a vida não desisti de você que sorrir sem saber que a vida é você mentindo que está tudo no seu devido lugar, como esse louco poema, sem estar.

Marcos Henrique

segunda-feira, 22 de agosto de 2011

Esperanças Poluídas



Esperanças Poluídas


Tudo o que você disser;
Tudo que você fizer;
Tudo que você quiser;
Tudo como é.

Sempre me sufoco no silêncio da rotina;
Sempre adoeço quando tomo aspirinas;
Sempre me maltrata me engana essa vida;
Sempre adoeço antes de encontrar saída.

Tudo gira em torno da rotina;
Todos ficam loucos sem poder achar saída
Tudo e todos tolos por achar que ainda há vida, somos controlados por correntes nas mãos de suicidas.

Sempre me sufoco no silêncio da rotina;
Sempre me esforço pra viver essa mentira;
Sempre me maltrata me engana essa vida;
Sempre enganado por esperanças poluídas.

Rotina morta, roupa limpa, cara suja, esperanças poluídas.


Marcos Henrique

sábado, 20 de agosto de 2011

Não vejo mais



Não vejo mais


Não vejo mais o amanhã, só corpos na estrada;
Não me respeite mais por tudo o que te fiz;

Eu tenho o revolver e sei usar;
Carros na estrada, sem ninguém para dirigir;

Serpentes que cospem também sabem sorrir;
Garotos sem pais, anjos sem fé...

...e ontem foi bom também pra você?

Que o barulho dos ignorantes se faça ressoar nos lares de todos que um dia conseguiram ter cultura.
Frases de efeito só servem para alimentar nosso ego.
Se perder faz com que fiquemos mais fortes, quero ser um fraco vencedor.

Eu não sou um bom lugar para respirar.

Todo inicio tem um fim e o fim é só o começo do nada.
Se porra é adjetivo, então; cu é a solução?

De que vale enxergar nesse mundo de hipócritas?

Satisfeito?
...não...


Esqueçam tudo o que disse, sou apenas um homem sem olhos no azul profundo de meu tédio.

Marcos Henrique

sexta-feira, 19 de agosto de 2011

AVC


AVC


Corra! Corra!
Vá com o vento!
Morra! Morra! Só lamento!

Estrada louca! (desalento!)
Sonhos mornos, expostos ao vento!

Corra! Corra! Vá com o vento!
Corra! Corra! Vá com o vento!
Morra! Morra! Só lamento!

Corações partidos, sonhos lentos;
Falso choro, só lamento!!


Marcos Henrique

quarta-feira, 17 de agosto de 2011

Canção do desassossego



Canção do desassossego



Como sinto saudade do teu cheiro;
Como sinto saudade do teu cabelo;
Como sinto saudade de cortar meus próprios pentelhos!

Sinto saudade do teu desespero;
Sinto falta da estrada que corta meus vícios e medos;
Sinto falta de cortar..!

...Meus próprios pentelhos...!

Marcos Henrique

segunda-feira, 15 de agosto de 2011

Hecatombe


Hecatombe


Eu acredito em suas mentiras, até virarem verdades. Eu acredito em seus suspiros.
Você é clara como o escuro de meu coração. Eu acredito quando você cospe no chão.

Suspiro de cachorro, soluço de tolo, vingança e mentira, chorar é ilusão!

Vinguem-se, vinguem-se de seus amigos!
Chorem, chorem por seus inimigos!

Sinto falta de você sorrindo de mim quando estava caído;
Sinto falta de seus caprichos de seu hálito fedido e seu rosto pálido;
Sinto falta de mim...

Eu acredito no que todos duvidam, eu acredito em seus suspiros, hecatombe de um coração partido, dedos sujos, corpo limpo, eu acredito no que todos duvidam.

Vinguem-se de seus amigos!
Chorem, chorem por seus inimigos!



Marcos Henrique


domingo, 14 de agosto de 2011

Estou preso em mim



Estou preso em mim


Estou preso em mim e não posso sair. Você não vê como finjo sorrir.

Estou preso em mim e, não tenho aonde ir. Todos de fora falam e nada entendem, todos de foram maltratam, todos de fora falam, mas não entende porque estou aqui sem poder sair.

Eu queria dizer, entretanto não me deixam falar, e eu continuo aqui. Como gostaria de sair de minha casa (prisão), meu sótão (solidão).

Me liberem pelo menos o sorriso, me tirem de meu castigo. Os anjos nada podem fazer por mim, mas por você...

Se ao menos eu pudesse me vestir, se ao menos eu pudesse sair de mim!
Eu não posso fugir. Se ao menos você pudesse me ouvir, minhas rimas teriam sentido.

Estou preso em mim e não posso sair, você não vê como finjo sorrir?

Eternamente eu e você, eternamente eu e você. Solidão...
Marcos Henrique

sábado, 13 de agosto de 2011

DISTIMIA



DISTIMIA




EU NÃO QUERO MAIS TE VER!

NÃO VENHA ME TOCAR!

NÃO QUERO NEM SABER!

SE TUDO VAI MUDAR!

HOJE TUDO SE FOI!

AMANHÃ NÃO HÁ MAIS!

NÃO VENHA ME DIZER, COMO ME COMPORTAR!



NÃO QUERO MAIS ME VER!

NÃO QUERO ME TOCAR!

TUDO O QUE SEI FAZER É REZAR E CHORAR!

UM CANTO ESCURO EU SEI!

ESSE MEU MAL ESTAR!

NÃO ME IMPORTA FAZER, ALGO PRA ME CURAR!


(Todos pedem um pouco de silêncio, todos sempre a se alegrar, meus sonhos são pesadelos, lugar nenhum para se estar).
MARCOS HENRIQUE!




quinta-feira, 11 de agosto de 2011

Não era noite ou dia, trevas ou luz...

...vozes roucas me iludiam, era ela, sem forma ou cor....

Segunda era, a hora que todos aguardavam e temiam no fundo de suas almas, uma forma nova de fingir lidar com a dor.

Marcos Henrique.

quarta-feira, 10 de agosto de 2011

EGOISMO

Só poruma noite, não quero pensar em nada, não quero pensar em Deus ou no diabo, não quero pensar na guerra, na fome, na dor, no homem, não quero pensar no dia, na noite, nas horas, no nada ou em tudo.

Só por uma noite, não quero pensar no amor, no ódio, nas flores, no fim do mundo, começo do mês, no fim da novela, no recarregar do revolver no meu grande por quê.


Só nesta noite não quero pensar em nada, não quero pensar em mim; quero ser egoísta!

Marcos Henrique.

segunda-feira, 8 de agosto de 2011

Primeira vez

Primeira vez
(Marcos Henrique)


Pela primeira vez pude sentir o terno;

Pela
primeira vez pude distinguir entre o bem e o mal, entre te ter e perder tudo que havia sonhado;

Pela
primeira vez tive medo de meus sentimentos confusos de meu palpitar de coração, desse mundo que me fizeste ver;

Pela
primeira vez senti-me na flor da idade, não como um rebelde cansado.

Posso girar o mundo ao contrario e dizer que é você, sem medo...

Pela
primeira vez a sorte e o acaso se juntaram e conspiraram contra mim, contra todos os sonhos e pedidos imaginados;

Pela
primeira vez senti em meu peito que mora ao lado (tão perto, tão distante, tão impensado); medo de perder o que não havia conquistado;

Pela
primeira vez posso dizer te amo, sem parecer, sem parecer mínimo, sem parecer sábio. O cordão umbilical já foi cortado, mesmo com todo sangue misturado não sinto vergonha do mistério ou do acaso, não sinto vergonha de meus sentimentos abstratos.

Pela
primeira vez te vi e vi minha imagem refletida em teus lábios, pude ver que somos um só corpo, vivendo nesse mundo, separados.

Pela
primeira vez desejei o indesejável.


sábado, 6 de agosto de 2011

Última parte de "Mortos"


Vejo que você não aprendeu nada humano tolo – diz o ser com ar de superioridade.

Esse exército de demônios que você vê, não é de meu senhor, e sim de teu Deus, ele despreza os suicidas e fetos que são abortados não servem para sua vaidade – fala o ser com ódio nos olhos.

Não! Não pode ser...! – fala o rapaz com os olhos em pranto.

Sim! Esses seres alados que você vê; e essa infantaria que vem em nossa direção é de teu Deus – diz o ser abrindo suas asas e demonstrando imponência.

Prefiro que corte minha cabeça, a ficar do teu lado demônio, que meu Deus te perdoe as ofensas e tenha piedade de tua alma. – responde o rapaz erguendo o punho fechado.

Se, é assim, não tenho outra escolha - fala o ser desembainhando sua espada.

O brilho da lamina cega por alguns segundo o rapaz.

Vai! Faz o que tem de ser feito, eu prefiro virar o nada a te seguir. – fala o rapaz abrindo os braços, aceitando assim sua sentença.

O ser não hesita, e corta-lhe a cabeça em um só golpe, caindo assim o corpo do rapaz ao chão.

O ser; proferi um grito medonho e sai voando, em seguida chega ao local dois anjos.

Chegamos tarde, o aliciador esteve aqui antes. – comenta o anjo para o outro.

Pobre homem, não teve tempo de saber a verdade, só a verdade vos libertara. – diz o outro anjo.

Na terra, outra criança acaba de nascer.

Da próxima vez chagaremos a tempo? – pergunta o anjo ao outro.

Não sei, mas até lá, espero que ele tenha uma vida apreciável, essa é a terceira vez que o perdemos, não podemos falhar mais. – responde o anjo.

A vida sempre sobra em nossos ouvidos, antes de nos deixar viver.

sexta-feira, 5 de agosto de 2011

Continuação Mortos



E nesse momento um clarão se formou no céu, um estrondo cortou o céu e as nuvens ficaram da cor de sangue, ouvia-se choro de crianças, mulheres gritando e gritos horríveis cortavam o céu, o rapaz sentiu um calafrio e um medo lhe paralisou todo o corpo. Bestas aladas rasgavam as nuvens, uma carruagem com cavalos pegando fogo corria por sobre as nuvens, eram guiados por uma besta metade homem, metade pássaro, ele erguia a mão e de súbito uma legião de demônios, com seios de mulheres e genitálias masculinas, apareceram rasgando tudo e todos que estavam em seu caminho, não poupavam nem as crianças, os anjos voavam com lanças em direção ao exercito de demônios, raios e trovões se espalhavam num barulho ensurdecedor.


Onde o jovem se encontrava era belo, flores perfumavam o lugar, árvores enormes davam sua graça, cachoeiras com águas cristalinas, rios cheio de vida, de repente, ele olha e observa que em sua direção vem uma espécie de infantaria; cavalos com cabeças pegando fogo servem de montaria para homens sem olhos, catapultas são armadas e são lançados fetos ardendo em fogo de mulheres que abortaram.

O ser pergunta ao rapaz de que lado ele pretende ficar.

Do lado da justiça – responde o rapaz.

Então vá para o outro lado – diz o ser.

O rapaz fica espantado e lhe vem um aperto no coração.

De que lado você luta – pergunta o rapaz.

Do lado do ser mais puro que Deus já vez, Lúcifer! – responde o ser.

O rapaz fica atônito, não sabe o que pensar, em toda sua vida ele imaginava que o diabo era um monstro, um ser feio aos olhos humanos.
Continua...

quinta-feira, 4 de agosto de 2011

Mortos (continuação)

Você não percebe o que aconteceu? – pergunta o ser.

Eu estava no meu quarto e aí... eu estou morto! É isso! Eu morri!? Achei que fosse falhar – diz o rapaz com um sorriso sombrio no rosto.

Ele não sabia, mas sua jornada só estava começando.

E como foi meu enterro? Acho que não foi ninguém – falou o rapaz.

É, você não tinha muitos amigos – disse o ser.

No céu, estavam travando uma longa batalha, demônios tentavam invadir e destronar Deus, os anjos estavam perdendo a batalha, então os homens também tinham que lutar; homens e anjos se misturavam, asas e lanças se misturavam.

O que terei que fazer? – perguntou o rapaz.

Terás que lutar, para poder ficar livre – respondeu o ser.

Mas, aqui eu sou livre – disse o rapaz.

Não, não é, você foi convocado meu filho – disse o ser.

Convocado, mais eu estou morto e estou no céu, não posso ser convocado aqui – disse o rapaz com um espanto claro em seu rosto.

Então o ser meio homem meio animal começa a lhe explicar tudo.

Você tirou sua própria vida, sua alma estaria condena ao tormento eterno, Deus lhe está dando uma chance, se você lutar Por ele, sua alma será salva, se não...

Quer dizer que ou eu luto, ou vou para o inferno – disse o rapaz.

Não, você vai para um lugar pior que o inferno – respondeu o ser abrindo suas asas.

E se eu morrer aqui? Não posso morrer aqui não é? – perguntou o rapaz.

Sim, aqui se você for destruído, vira infinito, vira poeira, se junta ao nada – respondeu o ser com um brilho no olhar.

E como se mata o que já está morto? – perguntou o rapaz.

Aqui nesse instante você não está vivo, você acha que esse é seu corpo, que está com essas roupas, que agora você está respirando, tudo está na sua cabeça meu filho – desse o ser.

O rapaz ficou intrigado e com medo, apertou as mãos e perguntou ao ser.

Então quer dizer que se deceparem minha cabeça viro nada – falou o rapaz com a voz tremula.

Sim – respondeu o ser.


Continua....

terça-feira, 2 de agosto de 2011

Mortos

A morte sempre sopra no ouvi dos vivos, antes de matar o corpo...

Era um dia lindo, crianças nascendo, noivas se casando, batizados, muitos batizados.

Nem tudo era perfeito...

Não posso fazer mais nada, tudo está acabado...

O rapaz toma o maior numero possível de comprimidos, engoli tudo e se deita em sua cama, minutos depois começa a se contorcer e a babar, e como quem tenta falar alguma coisa depois de cair com as costas ao chão, ele fica se esticando todo e olhando para o teto do quarto até seus olhos não apresentarem mais vida.
Está morto; e por uns instantes tudo é escuridão absoluta e calmaria.


Você não percebe o que aconteceu? – pergunta o ser.

Eu estava no meu quarto e aí... eu estou morto! É isso! Eu morri!? Achei que fosse falhar – diz o rapaz com um sorriso sombrio no rosto.

Ele não sabia, mas sua jornada só estava começando.

E como foi meu enterro? Acho que não foi ninguém – falou o rapaz.

É, você não tinha muitos amigos – disse o ser.

No céu, estavam travando uma longa batalha, demônios tentavam invadir e destronar Deus, os anjos estavam perdendo a batalha, então os homens também tinham que lutar; homens e anjos se misturavam, asas e lanças se misturavam.

O que terei que fazer? – perguntou o rapaz.

Terás que lutar, para poder ficar livre – respondeu o ser.

Mas, aqui eu sou livre – disse o rapaz.

Não, não é, você foi convocado meu filho – disse o ser.

Convocado, mais eu estou morto e estou no céu, não posso ser convocado aqui – disse o rapaz com um espanto claro em seu rosto.

Então o ser meio homem meio animal começa a lhe explicar tudo.

Você tirou sua própria vida, sua alma estaria condena ao tormento eterno, Deus lhe está dando uma chance, se você lutar Por ele, sua alma será salva, se não...

Quer dizer que ou eu luto, ou vou para o inferno – disse o rapaz.


Onde eu estou? Pergunta o rapaz.

Você não está nem no céu, nem no inferno – responde o ser meu homem meio animal alado.
Quem é você? E o que eu estou fazendo aqui? – pergunta o rapaz meio perdido.


Continua...

segunda-feira, 1 de agosto de 2011

Confissões de um louco.



Confissões de um louco



Como um ser humano pode acumular tanta dor em si?

Será que sou humano ou um louco sádico covarde que não quer, ou teme acabar com isso?

Não há nada de novo em minha alma, continua tudo lá, intocável, apodrecendo e se deteriorando em prol de meu útero atrofiado e flácido, onde são gerados anjos mortos. Como são tão bem acolhidos por demônio, os mesmos que circulam ao meu redor.

Queria um pouco de paz mesmo que fosse escrita com a letra S, não importa, só quero descansar meu tumor. Ecos entram e saem de minha cabeça, mas antes me cortam, me mutilam, me estupram tantas vezes que chego a me perder na conta só sinto meu sangue gelado cair no chão e impotente fico a olhar.

Não rezo mais isso é para os fracos e tolos, eu sou apenas mais um morto vivo e inconsequente livre das fogueiras de minha própria inquisição.

Não! Não adianta, estou surdo e meu falar é baixo, um sussurro na escuridão. Procuro outra mão para me encontrar, não acho nada, só você a me olhar loucura, doce alucinação.

Marcos Henrique