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segunda-feira, 26 de outubro de 2009

Senhor sono



Senhor sono



Senhor sono venha me ajudar;
Senhor sono venha, por favor, pois esse mundo doe.

Senhor sono não seja tão mal e duro comigo, tenho doces para cariar seus dentes multicolores;

Senhor sono vem e me deixa esquecer toda a fome de uma noite de calor desumano;

Por favor, me ajude a esquecer quem sou nesse espelho de carne que apodrece cada dia mais rápido.

Ainda existem arco-íris onde crianças possam brincar com sua inocência intacta?

Existe um lugar onde há menos razão instrumental e nossas crianças não podem ser tocadas por suas antenas mágicas?

Não lembro qual o último livro que li e pude entendê-lo do começo ao fim. Minha opinião não é relevante, sou menos nesse mundo de mais.

O grande empalador está por perto com sua lança com um carvão na ponta. Senhor sono venha me acordar e obrigado por tudo o que o senhor me ensinou sobre ser bom e não tão consumista.

Senhor sono venha me ajudar a esquecer o que todos colocaram em minha cabeça de uma única vez, toda a razão em não ter certeza da razão, hoje; sou um alienado com internet 3G, não sei se sou mais feliz ou menos triste, sou um andróide melancólico sem seu tênis importado. Senhor sono faça um favor a se mesmo, me tire à autocrítica.

Marcos Henrique

2009 out 17.

OBS.: Esse poema é uma crítica a cultura de massa que impera no século XXI.

Para conhecer mais sobre cultura de massa, pesquise sobre a escola de Frankfurt.

Boa viagem mental.

quarta-feira, 21 de outubro de 2009

176



176


Hoje eu acordei morto;
Solucei, vomitei um pouco;

Chorei um choro sem lágrimas, ri por dentro dei gargalhadas;
Eu vi, eu vi o nada;
Senti, senti o que faltava;
Uni, desuni, falei doces palavras, voei mesmo com minhas asas atrofiadas.

Hoje eu acordei sem palavra claras;
Hoje eu acordei morto, bem longe de tudo, bem longe de todos;
Longe do meu corpo!


Marcos Henrique

segunda-feira, 19 de outubro de 2009

É tão fácil partir


É tão fácil partir


É tão difícil partir;
É tão difícil ficar;
Porque todos temos que ir se nada dura até eu decidir que é o fim?

Fugitivos de um jardim, fuga para o nada;
Os corpos nus estão aqui, sem mais culpa ou fala.
Sorrisos falsos são tão necessários quando não sabemos sorrir.

Um adeus e bons gestos, um adeus não importa mais se nunca se teve...

Sou tão frágil que chego a ser verdadeiro quando estou só por mim. Uma arma para curar todo mal, todo mal para minha dor.

E se fosse simples assim, como tirar uma vida, sem verdadeiras justificativas;
Meus cabelos doíam enquanto cresciam.
Eu e você fomos feitos um para o outro e estamos tão sós, sós como um adeus.

Todas à vezes...
...Em quem devo acreditar?
Em quem sempre mentiu pra mim?
Os campos sem sementes são mais lindos de se ver a noite e eu sigo bem aqui onde não comecei, onde comecei a fugir.

Marcos Henrique

sexta-feira, 9 de outubro de 2009

Meu amigo 38

Foto do Filme Kick Ass, data do lançamento do filme 16 de abri no Brasil


Meu amigo 38




Revolver!
Revolver!
Me da o teu disparo;
Me rasga, me estupra com meus ossos quebrados;
Me mancha com sangue que não é o orgasmo da virgem, que sonha gatilhos no transporte.

Quem pode viver em jaulas resfriadas, não troca, não dá, nem quer a liberdade.

Pra que viver com medo do gatilho, se eu posso viver em carros tão blindados.

Revolver!
Revolver!
Me tira a própria vida, protege pra mim a vida dos que vivem, na mira, na mira, na mira do revolver.


Marcos Henrique

sexta-feira, 2 de outubro de 2009

Querer não é poder


Querer não é poder


Quero me desligar do mundo, não me importo se a camada de ozônio está no fim, se Deus é brasileiro, se o diabo é gay, se todos somos irmãos. Não me importo com teus sonhos, nem com a porta que foi deixada aberta, sorrir e chorar tanto faz.

Pássaros que voam, insetos que transam, tanto faz se tudo acabar. Os mortos enterram os mortos, chorar é pra quem tem olhos e não enxerga no escuro;

Viva até morrer! Viva até morrer!

Não se importe com Platão, não se importe comigo!

Marcos Henrique