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segunda-feira, 29 de novembro de 2010

Segunda era



Fim de segunda era


Bom dia meu melancólico suicídio, como tens dormido? A noite às vezes é fria, mas o sangue de meus pulsos cortados lhe aquecera.

Eu fui um bom menino, agora quero minha recompensa. É-me reconfortante saber que o sol brilha alto no céu e que apesar dos pesares o mundo ainda respira.

Meu testamento não foi escrito; sem folhas em branco; sem folhas que deveria ter escrito.

Daqui; vejo meu corpo que logo não existira mais, espero que lembrem-se de mim, só por um dia, mas lembrem-se.

Agora vamos que à noite já está por vir, não quero mais o escuro, só a luz me interessa.

Ascendam às velas, não mais respiro.

Marcos Henrique

sábado, 27 de novembro de 2010

Prosa de um cão sem dono



Prosa de um cão sem dono
(Marcos Henrique)



Nasci no mundo. No suco do mundo;
Nasci para o mundo. No fundo do imundo;
Nasci para o mundo, sou filho do incerto;
Nasci no mundo, no acaso que me afaga, me bolina, me estraga;

Sou filho do nada. Sou só, apenas palavras frouxas em bocas sem dentes de lindas donzelas que rangem suas coxas, em sonhos ardentes.

Fui fruto do pecado estéril;
Do pecado mortal;
Do pecado que não pequei;
Do pecado com quem flertei;
Solidão a noite importa para dentro do nada, meu eu.

Sou fruto. O fruto podre que espera uma boca rasa para me deflorar. Não! Esqueçam, esqueçam tudo o que falo, sou apenas um louco que dorme em esquinas, que dorme e nunca é visto. Que apenas dorme e pronto.

Não quero que me entenda, apena me sinta;
Apenas me toque;
Apenas não me oprima com seu silêncio, com seus olhos sem vista para dentro de minha miséria, de minha trágica vida sem rimas exatas, sem métrica, sem regras a serem empregadas, apenas linhas mortas, porém minhas linhas, lindas e chocas. Palavras tolas são tudo o que tenho para te oferecer, e mesmo assim recusas.

Não quero que me entenda, apenas vá, siga, faça o que todos sempre fizeram. Não me note deitado ao chão, não me note fendendo ao chão;
Não me note;
Não me toque;
Não me veja;
Não chore;
Apenas siga, siga com o seu não.

sexta-feira, 26 de novembro de 2010

2012 - Depois do Fim do Mundo...


Gael faz o café da manhã de sua família e dança ao som da música que toma conta da cozinha, de repente um estrondo é ouvido como se uma enorme bomba explodisse em seu quintal, a casa toda treme, Deyse e Vinicius gritam de pavor, mas antes que Gael possa fazer alguma coisa de correr em socorro de sua esposa e filho o fogo toma conta de todos os cômodos e em menos de um minuto escuridão total; a vida não existi mais naquela casa....

(Continua)

quarta-feira, 24 de novembro de 2010

Eu nada sou

Posso ser julgado por meus fracassos?

Posso ser julgado por meu amor?

Posso ser julgado por todo meu ódio?

Posso ser julgado por minha dor?

Posso ser eu mesmo?

Posso ser tudo? Eu que nada sou?

Quantas cartas não lidas, todas queimadas sem serem lidas.

Quanta estupidez posta em cartas de amor, o sol do meio dia é menor que minha dor.

Minhas lembranças são tristes, minha tristeza atual, corro livre sem destino, sem rumo, sem direção, mas me sobraram rosas – estão todas mortas, vou queima-las e jogar suas cinzas na escuridão.

Posso ser julgado por meu pensar distorcido? Provocativo? Pessimistas?

Alusão!

Marcos Henrique

terça-feira, 23 de novembro de 2010

22 de novembro dia dos músicos. Parabéns

Dia 22 de novembro, fio dia do músico e tive a honra de participar dessa festa maravilhosa, organizada pelos músicos da Banda Municipal de Jaboatão Pe. Chromácio Leão.

A festa aconteceu em Jaboatão velho/PE, onde a pátria nasceu, tive a oportunidade de recitar alguns de meus poemas na presença de convidados ilustres como o Maestro Spok, os músicos Gilberto Pontes, André Travassos, Nilsinho Amarante, Edízio do Forró, professor Enoke Chagas, o grupo da Funase de Jaboatão com a Banda do Projovem Adolescente, dentre outros.

Música e poesia são irmãs, pois enchem nossos corações de emoções e sensações inesquecíveis.

Vejam algumas fotos


Eu recitando meu poema Mudança

O maestro Petrôneo a Banda Municipal Pe. Chromácio Leão

Maestro Spok

segunda-feira, 22 de novembro de 2010

14/05/09



O contrário do doce é o amargo;
O contrário do ócio é o afago;
O contrário do tempo é a vida;
O contrário da rima, são mais rima?
O contrário do contrário, do contrário é o contrário da lida;
O contrário da dor são as lágrimas?
O contrário de tudo é o mistério do mundo.


Marcos Henrique.

sábado, 20 de novembro de 2010

2012 - Depois do Fim do Mundo (ainda escrevendo)



Um som agudo cresce na sala, parece só afetar os homens que estão ali os guarde ou carrascos com seus rostos encobertos nada sente, os bastões começam a ser usados e a colheita iniciasse com vigor, alguns gritam, outros apenas ficam a sangrar os ouvidos, um a um são escolhidos e marcados feito gado, à medida que caem no chão por causa da corrente elétrica que recebem são cercados por dois ou três guardas e recebem no pescoço uma dose de uma substância seus pescoços são marcados por uma tatuagem com suas numerações. Alguns recebem apenas uma dosagem outros recebem duas e apenas poucos recebem três, todas de cores distintas algumas são verdes outras azuis, mas os que recebem as três dosagens recebem uma de cor negra, Gael faz parte dessa minoria que recebe três doses, quando todos já estão devidamente vacinados e os guardas já não estão mais no salão no canto das paredes são abertas pequena portas parecida com casas de ratos de desenho animado, mas dali não vai sair nenhum Jerry, pequenos robôs parecidos com aranhas, mas do tamanho de formigas saem em disparada na direção dos homens já exaustos caído no chão. O terror recomeça dessa fez com aquelas estranhas nano criaturas lutando para entrar pelas bocas daqueles pobres diabos deixados a sorte, alguns se perguntam se não seria melhor ter lavado aquele tiro no lugar daquele homem desconhecido, o ritual dura tanto tempo que alguns nem reagem mais apenas aguardam o fim de toda aquela tortura.

- Bom dia meu amor - fala Deyse beijando a boca de Gael.

- Que dia é hoje? – pergunta Gael se espreguiçando vagarosamente na cama.

- O que importa, os dias as horas não importam mais meu amor, o que importa mesmo é que eu te amo e que vamos ficar juntos para sempre – responde Deyse carinhosamente.

- Como eu me chamo Deyse? – pergunta Gael segurando-a delicadamente pelo braço.

- Você se chama...

- Acorda cara! – fala uma voz rouca e um tanto quanto bruta.

Gael acorda meio que perdido, assustado, era apenas um sonho, talvez ele nunca descubra seu verdadeiro nome, talvez ele tenha que ser chamado pelo resto da vida de MHX77.

- Não se preocupe é normal se sentir assim, você deve ter sonhado, são lembranças de sua outra vida antes de toda essa merda aqui, vai voltar a se lembras das coisas, se viver o suficiente para isso – continua falando o homem de voz rouca que coça seu pescoço passado à mão em sua cicatriz.

Gael começa a tremer e a sentir dores no estomago.

- Isso vai passar, são efeitos colaterais de toda aquela merda que colocaram em você, essa dor de estomago que você está sentindo são os novos moradores de seu corpo, você deve se lembra do que comeu a contra gosto - continua falando o homem e sorrir sarcasticamente – são nano robôs eles agora fazem parte de você, estão te moldando entende, para você se tornar um super soldado, assim como todos que estão nesse alojamento, nós nos autodenominamos A Sociedade do Coelho Branco, somos a elite da elite sacou? – continua falando o homem sem cessar.

Gael fica olhando em volta e percebe que ali tem mais pessoas, alguns estão deitados, outros jogam, alguns parecem tranqüilos riem, um verdadeiro clima de amizade reina na quele lugar, tudo parece normal, mas o que é normal agora na vida de Gael na vida de MHX77.

- Quem é você? – pergunta Gael com um pouco de dificuldade.

- Meu nome verdadeiro é Hugo, mas para eles eu sou o SP12, soldado especial do esquadrão BU, esse será o seu esquadrão também, vou ser seu guia aqui – responde Hugo dessa vez menos rude.

- O que está acontecendo aqui? O que aconteceu com a terra? Eu só me lembro de... , não consigo me lembrar de nada, parece que eu acabei de nascer – continua a perguntar Gael agora com menos dores e já sem tremer.

- É só mais uma guerra, só mudaram os personagens e a cor do sangue, mas no final é só mais uma luta por poder, por interesses implícitos – fala Hugo com uma serenidade de filósofo.

- Você está aqui há quanto tempo? – continua perguntando Gael.

- A última vez que pensei nisso fazia seis anos, depois de um tempo, de ver tantas pessoas morrem os dias não importam mais sabe, o que importa é sobreviver, coloque isso em sua cabeça, “SOBREVIVER” é o que importa – fala Hugo olhando seriamente para Gael.

(continua...)

quinta-feira, 18 de novembro de 2010

2012 Depois do Fim do Mundo (ainda escrevendo sem correções)



- Consegui me ouvir SPx80?! – fala o carrasco pegando fortemente em seu pescoço e cuspindo em seu rosto.

- O que está acontecendo? Eu quero ir para casa, socorro!! – grita o homem.

- Casa? Aqui é sua casa seu mamífero estúpido, eu odeio esses seres inferiores, damos nossa tecnologia, melhoramos seus corpos e isso é tudo o que eles tem a nos oferecer, medo, eu odeio todos vocês! - grita o humanóide levantado sua arma.

- Onde eu estou? O que é tudo isso?! – continua o homem aos prantos.

- Volte para a escuridão seu zerk(fudido) estúpido – fala o humanóide apontando a arma para a cabeça do homem e disparando sem demonstrar nenhuma piedade, o tiro ecoa no lugar e todos podem ouvir e ver impotentes e indefesos aquele assassinato.

O Humanóide sai e deixa o corpo do homem cai sem vida ao chão. As luzes mudam de cor para um tom acinzentado, o alarme cessa e a voz volta a se pronunciar, agora para Gael que está com os olhos fechado.

- Consegui me ouvir MHX77? – pergunta a voz.

Gael está um pouco tonto com tudo o que presenciou ele abaixa a cabeça e vomita, a voz faz a mesma pergunta, mas dessa vez vai mais além nas argumentações – Você foi recrutado para lutar na guerra pelo domínio de seu planeta, chamado de terra por sua raça contra os Akards, se recusar o mandaremos de volta para a escuridão de onde veio, permanentemente, estamos lhe dando uma nova chance os Akards invadiram e saquearam todo o plante, destruíram toda sua espécie, você é um clone modificado geneticamente para suportar as atuais condições climáticas da terra, desde o extermínio de sua matriz se passaram sessenta e cindo anos, a vida que sua matriz levava não pode ser relembrada por você, é um novo recomeço para sua espécie uma nova chance que lhes damos, você deseja lutar por seu plante? Sim ou não? – pergunta a voz.

Gael fecha os olhos, respira fundo e nada é pronunciado a contagem se inicia.

- Dois, um, zero, seu tempo acabou - fala a voz com um tom ainda mais grosseiro que da primeira vez.

Logo a sua frente à luz da inquisição aparece e o mesmo humanóide aparece empunhado sua arma, só que dessa fez já vem apontando para o rosto de Gael, as luzes mudam de cor e ficam avermelhadas, dessa vez não há sirenes, apenas Gael e seu algoz.

Gael e o humanóide ficam frente a frente, Gael ainda pode sentir o cano da arma quente em sua testa, eles se olham e finalmente Gael consegue Ver a face do carrasco, seus cabelos são brancos como algodão e seus olhos vermelhos como um mar de sangue, tirando as sobrancelhas que ele não tem tirando isso são muito parecidos com os humanos, mesmo tendo seis dedos na mão direita, são realmente muito parecidos com os humanos.

- Sim! Eu luto por mim e pela terra! – grita Gael sem tirar os olhos do humanóide.

O humanóide rir maliciosamente – Costant anot (você é perigoso) – fala o humanóide e da as costas para Gael como se estivesse saindo, mas de repente ele volta bruscamente e golpeia Gael com um murro que corta sua boca.

Gael perde o equilíbrio e cai ajoelhado o humanóide o cospe e sai, os homens vêem o que Gael fez e aqueles que não conseguiram ver, conseguem sentir que algo naquela sala mudou, todos, um a um gritão que “sim”, estão dispostos a viver ou a morrer pela terra na maior batalha de suas vidas.

Todos os homens naquela sala não sabem o que será de suas vidas, apenas querem continuar vivos.

- Andem em fila, sigam as luzis vermelhas no teto – fala uma voz ríspida.

Todos seguem as luzes que indicam o local para aonde devem seguir é como se um grande corredor de dúvida e mede se formasse para eles, uma grande fila indiana se forma e todos seguem em silêncio, Gael é o primeiro da fila, os homens chegam numa grande sala uma espécie de galpão que logo fica numa cor amarelada, como que num passe de mágica aparecem vários homens vestidos com roupas pretas e seus rostos encobertos por capacetes tão negros quanto à noite mais escura e amedrontadora que uma criança possa ter passado longe dos pais, longe de suas verdades, longe de sua inocência, bastões avermelhados crescem de suas mãos, a colheita vai começar.

Continua...

quarta-feira, 17 de novembro de 2010

Nascer


As crianças que nascem sem cérebro são anjos sem asas;

São criaturas que nunca irão se corromper como eu, como vocês.

Já fomos puros e o que restou?

E o que restou?!

Foi só lembranças, vergonha e dor, como gostaria de me purificar no mar sem fim, sem fundo e ao me afogar sentira tudo e nada poderia me maltratar.

Marcos Henrique



sábado, 13 de novembro de 2010

Um dia




Não chore mais, um dia não voltaremos;

Não chore, teu riso é mais acolhedor que tuas lágrimas.

Nunca amarei por inteiro alguém, isso não é bom, não é?

Se um dia eu amar, se um dia eu chorar de alegria, se um dia eu me transformar em dia, juro que todos terão alguém para amar e serão amados de verdade, como eu nunca me senti, nunca fui.

Se um dia eu me tornar dia, os sonhos não mais se transformarão em agonia.

Marcos Henrique.

sexta-feira, 12 de novembro de 2010

Despertar

(Marcos Henrique)

A vida me mutila e os sonhos me entristecem por não se realizarem, às vezes não quero mais sonhar, mas é só o que me resta.

Os sonhos são difíceis de serem concretizados, a vida é difícil de ser suportada.

O que nos resta?
Quais são as brechas? Digam-me!
Quais são as brechas?!


Meu corpo nunca repousou por inteiro, meu fardo é pequeno, mas de peso descomunal, sou um proscrito – o filho há muito tempo esquecido. Minhas lágrimas caem e enchem o chão com poças de sangue sem vida, vejo como são felizes as pessoas realizadas e penso: como gostaria de sentir esse sabor.

Não lembro como foi meu ontem, não me sinto bem no meu hoje, e agora? Estou dentro e me sinto por fora, com frio, vejo vários cobertores, nenhum me serve, deixa meus pés a mostra; está frio por dentro, estou dentro do vazio e logo percebo que sou eu, seu eu! Sou eu me Deus! Tenho tanto medo do que sou agora e o que serei quando chegar minha hora.

Dê-me paz, eu ti suplico meu pai!

quarta-feira, 10 de novembro de 2010

Mãe morta



Mãe morta
(Marcos Henrique)



Mãe natureza morta, estéril e com frutos podres;
Mãe natureza dos desabrigados, dos dementes, dos que não sonham mais;
Mãe sem útero, queimado de tanto fumar;
Mãe natureza que carrega em suas costas toda lepra que é a humanidade;
Mãe natureza sega, e caótica. Opaca;
Mãe natureza dos desabrigados;
Mãe desnuda e só, desnuda e mofada.

segunda-feira, 8 de novembro de 2010

Poema tirado do livro: eu, meu corpo & minha poesia


A casa está cheia de gente, vazia as portas apodreceram com o sol de mais um dia. Olhos negros, corpos sem alma, pessoas comuns, sorrisos e palavras falsas.


Minhas palavras são tão sujas, minha verdade impura...


Todo esse tempo eu só quis um ombro para chorar, e uma boca para beijar, mas o que achei foi uma corda grossa e dor nos olhares de toda aquela gente, que como eu, estavam mortas.


Jaboatão, lugar comum, ano da graça.

sábado, 6 de novembro de 2010

Eu, meu corpo e minha poesia


É difícil ser o que todos querem, nas esquinas tudo soa fácil e nada pode nós deter, eu vi o que eu queria para mim e isso doeu tanto.

Eu quero ser “eu”, eu quero ter corpo, quero ter vida, mas nada me habita.

Talvez uma cor mais clara possa me dizer o que sempre quis ouvir, mas o carimbo para o lado bom quebrou, só restou burocracia.

Eu quero tentar, quero sorrir, quero ter fé, mas tudo é tão injusto...

Há certas coisas que não devem ser questionadas, só cumpridas, só cumpridas e com o tempo tudo ficara melhor, tudo ficara mais claro, tudo e eu nada, tudo...

Estou melhor depois do desabafo que fiz, às vezes é bom se confessar. Origado por tudo o que você não fez, isso me ajudou a ver o mundo mais claro.

Eu sempre fugi, mas nunca encontrei, pois o que busco esteve sempre aqui, bem aqui, bem dentro de mim.

sexta-feira, 5 de novembro de 2010

Ela

Ele me olhou no fundo dos olhos;
Ele me deu mais verdades que mentiras;
Ele me disse: Hoje não, quem sabe amanhã.
Ele nunca foi estúpido comigo;
Ele sempre foi amigo, nunca me desapontou.
Ele sempre este lá, sempre; esporadicamente, meu herói cheio de verdades...
Ele sempre guardou meu lar;
Ele sempre falou o que era preciso;
Ele sempre me seguiu até o infinito;
Ele sempre me adestrou;
Ele sempre me disse o que fazer, como se portar, como transparecer (sem ser notado).
Ele sempre me olhou nos olhos e sempre dizia: Nunca se guarde para um longo combate, amanhã você pode nunca mais amar.
Ele sempre me disse para não fazer versos intermináveis.
Nunca julgue, nunca chore, eu sempre estarei lá, sempre estarei lá...
Ele nunca esteve lá, nunca...
Ele não me da mais doces;
Ele não me conta mais estórias;
Ele não tem mais paciência comigo;
Ele não escuta;
Ele não se da chance;
Ele só anda em círculos sem poder voltar;
Não pode voltar, ele não sabe voltar;
Ele não sabe voltar para sua estória;
Ele não rir, ele só chora e sangra;
Ele não pode me dizer mais nada, nem seus questionamentos;
Ele corre, mas sempre se sente no mesmo lugar;
Ele corre e nunca volta ao ponto final;
Ele não lida bem com isso;
Ele não volta mais para sua estória feliz;
Ele não a beija mais, ele não a vê mais;
Ele morreria por ele, ele morreria se pudesse;
Ele não se reconhece pelo nome;
E ele quer poder brincar, ele quer poder sonhar, mas, não pode.
Seus lábios estão frios, suas mãos soam, ele quer paz ...
Ele não lembra seu nome, ele tenta e sempre fracassa;
Ele já foi tão bom;
Ele quer ser perdoado;
Ele está sempre lá;
Sempre sozinho com sigo;
Ninguém pode consola-lo;
Ele tem medo do futuro porque o futuro não lhe pertence;
Ele vê anjos no céu e não pode contar nem aos peixes;
Não pode se esconder, não pode fugir do eterno, não tem perdão...
E ficou claro como um clarão na escuridão, e todos diziam: Paz aos enfermos; crucifiquem os indesejáveis. Todos estão bem? Ele só quer brincar.
Crucifiquem o céu e todos os que forem contra seus princípios mais escusos!
Ele sempre teve que pagar para ser feliz;
Ele nunca desfilou numa passarela de miss;
Ele sempre teve amigos invejosos, mas, eram seus amigos;
Ele queria ser um cordão umbilical para deixar todos perto dele;
Ele pisa em cascas de ovos;
Ele sorrir com menos freqüência, dia após dia;
Ele tem escamas que ardem e exalam um cheiro podre;
Ele quer se enxergar no espelho;
Ele quer ser mãe e nunca abortar;
Ele quer voar e cair com toda força ao chão;
Ele quer ser, quer estar onde ninguém pode estar;
Ele quer chorar de dor;
Ele quer poder chorar por seus erros;
Ele quer amar homens e mulheres sem ser homem ou mulher;
Ele olha pela janela e vê...
Ele pisa em cascas de ovos;
Ele precisa de ódio para sobreviver com amor;
Ele está deitado no chão;
Ele se coça como outro qualquer;
Ele se sente morto;
Ele tem que pagar para ter amigos;
Ele guarda bem seu troféu;
Ele sente muita dor, ele quer ter alguém, ele quer ser, “ninguém”.
Ele estoura por dentro;
Ele não pode fazer nada;
Ele está impotente;
Ele está certo que está errado;
Ele ouve uma bela canção;
Ele se sente fraco;
Ele está vulnerável;
Ele está sem sangue;
Ele está sem pés, está sem poder sentar “está em pé há dias”.
Ele não pode mais reclamar;
Ele está sujo, ele quer se tocar...
Ele não tem mais um sorriso belo;
Ele odeia Deus, ele ama Deus;
Ele odeia deus, ele ama Deus;
Ele teve seu corpo por vários dias violado;
Ele foi tocado quando não queria;
Ele teve que sorrir quando no entanto gostaria de chorar;
Ele sempre aparecia triste em fotos de família;
Ele não controla tão bem mais seus impulsos assassinos;
Ele quer um copo de cólera, de suicídio;
Ele quer vingança, quer queimar toda a cidade;
Ele sente falta de cair em prantos;
Ele sente falta de seus sentidos;
Ele não pode voltar ao inicio do livro;
Ele não pode parar de crescer;
Ele não sabe o que é pior: morrer ou envelhecer?
Ele não tem com quem conversar;
Ele se sente tão culpado pelo mundo;
Ele tem pesadelos com o amor (nunca mais vai senti-lo).
Ele pede tantas desculpas;
Ele chora como criança;
Ele tem medo do brilho da manhã;
Ele teme as estrelas;
Ele pede pelo amor do dono do mundo;
Ele se mutila...
Ele; somos nós, dia após dia.
Ele não se enxerga no espelho;
Ele sente que poderia ser melhor;
Ele matou todos seu heróis;
Ele cuspiu para cima;
Ele sentiu tudo e nada mudou;
Ele sempre, sempre espera por ela;
Ele sempre se preocupa por ela;
Ele, ela, não há sentido que explique porque chegamos até aqui, após ler todas essas linhas imprecisas.


quinta-feira, 4 de novembro de 2010

Não me conhecem



Os sentimentos escuros da alma;
O gesto falso que corta, que mata, emoções suicidas percorrem meu corpo que já foi puro;


Há quem recorrer?

Para quem gritar?

O socorro um dia vira?

A esperança um dia acabara?

E minhas lembranças, minhas meninas sem nomes, vocês são fortes e eu sou fraco.

Levantar já foi mais fácil e hoje o que temos?

Só versos sem sentido.

quarta-feira, 3 de novembro de 2010

Trecho de meu livro Viva e morra no Brasil



VAI TOMAR NO CU!!!

Achou o que em?! Que serIA um livro COM FInaL feliz, ou um inICIo lindo, isso é vIDa real maluco!

VOU Contar A Vocês O Que Me motivOu a relatar minhas andanças pelo Brasil, o que me fez, ou melhor, o que me transformou nessa criaTURA, mas Vou Logo Avisando eu morro no final, não acredita? Então tu Vai Ter que ler Até O fim minha estória.

ViVA e mORra no bRASil caRA!!


Meu nome? Para que você quer saber...


Continua...

segunda-feira, 1 de novembro de 2010

Poema Tirado do livro Segunda Era


Segunda era.



Depois de escrever, leio meu atestado de óbito e as pessoas, os ouvidos que ouvem acham profundo, acham lindo.

Minha dor é exposta em rimas tristes, frases mortas, palavras de sabor amargo.

Cadáveres, biópsia, fragilidade de menino. Sem chances, sou só e tenho amigos.

As flores de minha coroa estão impacientes, não sabem a hora, não sabem o que sinto.

Sou bom, mesmo não praticando;
Sou bom, mesmo não sonhando;
Sou bom, mesmo mentindo;
Sou bom, mesmo desejando a morte de meus inimigos;

Sou mal, nisso sou realmente bom;
Sou triste;
Sou falta, dor, sono, missa de corpo presente, corpo, suor, riso de deliquentes;
Sou tudo, sou feto de menino, um símbolo imbecil e estéril.


Não acendam as velas, ainda estou vivo.