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sábado, 30 de julho de 2011

Viva até morrer


Viva até morrer


O beijo que trai;
A boca que murcha;
A reza que salva;
A culpa sem culpa;

A culpa sem culpa...!

Estórias contadas;
Bondade esquecida;
O toque sem tato, o som sem ar;
Viver não há vida, esquecer e lembrar.

A boca saliva, escarro, ferida;
O corpo que cai;
Lembranças, rotinas;
Madrugada tão fria, a vida sem vida.

A vida sem vida!

Faça o que quiser;
Faça o que fizer;
Venha como vier;
Seja como disser;
Nexo, sem dor.

quinta-feira, 28 de julho de 2011

Segunda era.

13/10/2002


Larvas flamejantes brotam em mim, um queimor, uma febre que não cessa meu corpo; não sinto meu espírito, o que é mesmo isso?

O que foi?!

O que aconteceu?!

Por que essa insônia?!

Por que a claridade me dói os olhos?!

Uma dor aguda me corta de canto a canto. O sol lá alto, imponente, nunca será tocado, eu nunca serei tocado, nunca serei violado, mesmo depois de morto, podre, decrépito, nunca serei tocado, nunca serei eu mesmo de novo, nunca; é uma palavra que me causa medo e dor, meu suicídio tem feições de menino, minhas feições, meu rosto, meus olhos, todo meu corpo, todo meu ser, tudo, tudo...

...Eu nada sou eu nada encontrei meu poema suicida nunca será entendido porque ainda respiro, eu me acho dor, eu me sinto dor, a dor se materializa em mim, em mim! Como gostaria de olhar no espelho e ver um rosto sorrindo, a angustia da alma me tortura me maltrata, que tipo de homem eu sou? Que tipo de dúvida eu sou?

Meus pulsos estão com cicatrizes profundas, meus olhos estão negros e sem vida, mais não acendam as velas, ainda estou vivo.

segunda-feira, 25 de julho de 2011

Eu, meu, corpo & minha poesia



Jaboatão, janeiro 07 de 2007


Me deixei levar pelo agora;
Me deixei levar por ontem;
Fui tão longe quanto você;
Vi mais coisas que todos;
Mas sei que sou um perdido sem rumo e isso não vai mudar;

Sempre só no escuro, é isso o que eu quero acreditar, pois sei que ninguém está lá para me vigiar e os sapos são bons cantores. Pedi a todos os santos para ver a vista mais linda e eles riram por eu ser tão ingênuo.

Fui, volte e você nunca esteve lá para mim. Nunca, foi tudo o que consegui.

Meu corpo está cansado por agora e não sei onde sentar para descansar. Todos os lugares estão cheios de perdedores e não tem vagas para mim. Perdão por ter feito todos lerem esses lapsos mentais de meu ser, mas isso me ajudou a conhecer melhor a mim mesmo e para minha surpresa e desespero eu gostei.

Utilizei a licença poética para compor esse poema.

sábado, 16 de julho de 2011

Narcose




Narcose
(Marcos Henrique)


Vem! Vem! Vem me buscar!
Aonde posso ir? Como posso andar?
Tudo é tão novo aqui, onde tudo está?
Tudo é nada e nada é o nunca que habita meu instinto, minha ânsia do espírito, meu medo de respirar.

Meu passado já foi limbo, meu futuro é ruínas e letargia;
Tudo fica onde deveria estar meu caos, meu falar;
Onde posso tocar? O que é real? Cogumelos verdes me cercam e me protegem de loucos lobos e anjos sem olhos.

Onde não dói? Por mais claro que pareça tudo é tão escuro e úmido;
Por mais claro que pareça tudo é tão suspeito e úmido.

Vem! Vem! Vem e me usa!
Me usa e me cospe;
Meu usa e me maltrata;
Deflora meu ser.

Por mais claro que esteja. Nada, nada é dito com clareza para minha culpa e minha pureza está suja e de veias entupidas. Sou tão limitado e só perto de vocês. Sou tão limitado e só visto por vocês.

quinta-feira, 14 de julho de 2011

Eu prisão



Eu prisão
(Marcos Henrique)


Eu, prisão de meu corpo, metáfora do viver;
Eu, prisão de meus anseios, poesia doentia, prisão e meu sofrer;
Eu, prisão de meus medos, medo da dor, rosto desfigurado, som da morte, medo de correr;
Eu, prisão do amanhã, certeza de um oje sem “H”, sem falsas esperanças mornas.

Ouço o canto dos surdos, uma linda melodia que invade o juízo de meu velho cérebro e minha tola vida.

Eu, prisão de meu tédio, crepúsculo, pus, esgoto, flores, vida, morte, canção de ninar para velhos e jovens que ficaram escondidos no esquecido de nosso não lembrar;
Eu, prisão de teu ventre, úmido, sujo, pequeno, lotado, falho;
Eu, prisão de mim mesmo, refúgio de loucos atormentados que não sabem mais sonhar;
Eu, prisão de todas as verdades que lutam, mas não conseguem respirar