Eu prisão
(Marcos Henrique)
(Marcos Henrique)
Eu, prisão de meu corpo, metáfora do viver;
Eu, prisão de meus anseios, poesia doentia, prisão e meu sofrer;
Eu, prisão de meus medos, medo da dor, rosto desfigurado, som da morte, medo de correr;
Eu, prisão do amanhã, certeza de um oje sem “H”, sem falsas esperanças mornas.
Ouço o canto dos surdos, uma linda melodia que invade o juízo de meu velho cérebro e minha tola vida.
Eu, prisão de meu tédio, crepúsculo, pus, esgoto, flores, vida, morte, canção de ninar para velhos e jovens que ficaram escondidos no esquecido de nosso não lembrar;
Eu, prisão de teu ventre, úmido, sujo, pequeno, lotado, falho;
Eu, prisão de mim mesmo, refúgio de loucos atormentados que não sabem mais sonhar;
Eu, prisão de todas as verdades que lutam, mas não conseguem respirar
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