acompanhar

sábado, 16 de julho de 2011

Narcose




Narcose
(Marcos Henrique)


Vem! Vem! Vem me buscar!
Aonde posso ir? Como posso andar?
Tudo é tão novo aqui, onde tudo está?
Tudo é nada e nada é o nunca que habita meu instinto, minha ânsia do espírito, meu medo de respirar.

Meu passado já foi limbo, meu futuro é ruínas e letargia;
Tudo fica onde deveria estar meu caos, meu falar;
Onde posso tocar? O que é real? Cogumelos verdes me cercam e me protegem de loucos lobos e anjos sem olhos.

Onde não dói? Por mais claro que pareça tudo é tão escuro e úmido;
Por mais claro que pareça tudo é tão suspeito e úmido.

Vem! Vem! Vem e me usa!
Me usa e me cospe;
Meu usa e me maltrata;
Deflora meu ser.

Por mais claro que esteja. Nada, nada é dito com clareza para minha culpa e minha pureza está suja e de veias entupidas. Sou tão limitado e só perto de vocês. Sou tão limitado e só visto por vocês.

Nenhum comentário: