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sábado, 29 de janeiro de 2011

O mundo




O mundo
(Marcos Henrique)


O mundo está louco, e eu sóbrio esta noite;
O mundo está morto, e eu vivo como um bebê;
O mundo está morto, e eu tão só;
O mundo está morto, e eu perdido em esquinas cinza;
O mundo está morto, e eu buscando humildade;
O mundo está morto, e eu estou morto e sem alma.
Que dia é esse?
Que hora teima em não chegar. A vida vai embora e não volta, sempre em minha hora de acordar.
Os dias já foram mais claros, meus olhos viam bem mais.E agora?
O mundo está morto, e eu, eu estou preso num turbilhão de dúvidas existencialistas e perguntas feitas.
O mundo está morto. Não, o mundo está triste e eu vagando por lembranças mortas.

quinta-feira, 27 de janeiro de 2011

Trecho do livro Lugar Nenhum - Onde a verdade começa

CAPÍTULO I


DIÁRIO DE LÁZARO


17 de outubro de um ano qualquer, decidi não colocar mais datas especificas em meus diários, não sei mais se tudo isso é real, só temo que todo esse mundo, que vivo, seja a imaginação de uma criança mimada, não suportaria saber que não sou real, ou melhor, que só sou real na mente de uma criança.

Espero que um dia possam ler esse diário e saber que tudo é verdade, por mais improvável que possa parecer, por mais incrível; mais intrigante e inacreditável; tudo que foi relatado é verídico, volto a afirmar com toda veemência e decoro possível.

Quem não já teve a sensação de estar sendo observado? Mas ninguém tem essa sensação mais que eu, tudo começou depois do acidente que vitimou meus pais, até hoje meu tio diz que é uma espécie de trauma causada pela não aceitação dos fatos. Meus amigos dizem que sou muito velho para minha idade é que quando você descobre que a morte existe algo muda em você, não falo isso com orgulho, gostaria muito de me sentir um cara de vinte e dois anos, mas me sinto com cinqüenta, ainda bem que meu libido é de um rapaz de vinte se não estava perdido, mas o que tem de mais gostar de Goehte, Platão ou Nietzsche, acho que só sou respeitado por meus amigos por curtir Rock alternativo e Punk Rock.

Minha vida é boa não tenho do que reclamar; certo, meus pais morreram, mas meu tio Paulo sempre foi como um pai e uma mãe pra mim, acho que ele se sente um pouco responsável, talvez pelo fato do carro ter sido o dele, o que meus pais morreram, ele é irmão de minha mãe, sinto falta deles e ainda bem que tenho o tio Paulo; tenho um emprego, faço faculdade e tenho uma namorada o que mais um homem pode querer? A verdade talvez! Só sei que sei que nada sei...

terça-feira, 25 de janeiro de 2011

Trecho do livro O Homem que nínguem se Lembrava

Para lêr o que está escrito selecione com o mouse e arraste, logo abaixo aparece-rá o texto.

Dezembro, ano desconhecido.
Lembrança esquecida.

Lembranças desconhecidas. Lembro de tudo, só não lembro se vivi realmente isso, todos aqueles rostos, todos os sorrisos, todas as reuniões de família, os primos que não via há anos, os tios que me davam dinheiro quando me viam, sempre apertavam minhas bochechas até ficarem vermelhas, todas as vezes que acenei em vão...

Quando fecho os olhos vejo o que vivi, entretanto; sinto como se não estivesse lá.

Quando era pequeno no dia de minha primeira comunhão, fui o único garoto a ter que pedir ao padre a hóstia consagrada, ele havia esquecido de mim, eu disse:

- Seu padre! O senhor esqueceu de mim.

- Quem é você filho? – Perguntou-me o padre.

Eu nem desconfiava que isso seria uma rotina em minha vida, na hora achei engraçado, mas quando passam a te perguntam isso por varia vezes, em varias fazes de sua vida é um saco.

- Ola dona Marta bom dia.

- Ola garoto, quem era aquele menino?


Dona Marte era uma boa pessoa, só com ela eu não me zangava, é que ela tinha, como se chama mesmo, sim! Perda de memória recente ou algo assim. Sabe é duro ser o garoto invisível do colegial, o único que não é chamado na hora de escolherem o time de futebol, o único a perder todas as manhãs o ônibus para ir ao colégio, o último a ter pelos pubianos, se bem que não vejo vantagem em tê-los, um amigo meu me dizia, se os cabelos de sua bunda estão lá é por algum motivo, sei, esse motivo é um mistério até hoje para mim.

Seria comigo se não fosse trágico ou trágico se não fosse março, esses trocadilhos não servem para nada, são lapsos para podermos suportar nossas vidas.


Continua... eu acho...?

sexta-feira, 21 de janeiro de 2011

Poesia de consolo para um tolo



Todos os justos serão poupados hoje, não sei como consegui escrever essa droga; que droga é essa que me atormenta tanto?


Cavaleiros sem honra só servem para estuprar donzelas e matar dragões?

Essas bestas que norteiam nossa imaginação. Alguém já sentiu o gosto do sangue de uma donzela?

Seu hímen, seu interior violado. Qual o gosto em tirar a pureza?

À pureza é servida à mesa do carrasco, à pureza...

quarta-feira, 19 de janeiro de 2011

Ontem o mundo acabou



Ontem o mundo acabou
(Marcos Henrique)



Ontem o mundo acabou para ricos e para pobres;

Ontem o mundo acabou para negros e brancos;

Ontem o mundo acabou para homens, mulheres e crianças;

Ontem o mundo acabou para sãos e doentes, para vermes e inocentes;

Ontem o mundo acabou para Deus e o diabo, para ateus e devotos fervorosos;

Ontem o mundo acabou para o bem e para o mau, para o bem e para o mal;

Ontem o mundo acabou para quem espera dias melhores, para quem sonha com doces sonhos;

Ontem o mundo acabou para todas as crenças, credos, etnias;

Ontem o mundo acabou para banqueiros e correntistas;

Ontem o mundo acabou para os sorrisos claros, para as lágrimas verdadeiras. Saudade;

Ontem o mundo acabou para os poetas e escritores, para os loucos;

Ontem o mundo acabou para verdades e mentiras, para a vida;

Ontem o mundo acabou para mim.

segunda-feira, 17 de janeiro de 2011

Ontem, foi o fim do mundo (Escrita experimental)


Ontem, foi o fim do mundo
(Marcos Henrique)


Não lembro que horas eram, na verdade, não fazia mais sentido preocupar-se com horas. Sempre fui prezo as horas, aos dias, a tudo o que o mundo moderno nos reserva quando deixamos de andar de causas curtas e somos impelidos a usar terno e grava, não sei por que disse isso, nunca usei um terno, nem sai dar nó em gravatas. Bom, não importa mais.

O mundo acabou é verdade, mas todos nós sabíamos que mais dia, menos dia, isso iria acontecer, só que não da forma inusitada que aconteceu, nem que eu seria o protagonista a contar essa história. Na verdade descobri que o mundo acaba todos os dias para quem deixa de pisar em seu solo, os astronautas são uma exceção, mergulhadores e alpinistas também. Bom, vocês sabem o que quero dizer.

Alguns devem está se perguntando - que dia foi isso? - como diria o poeta: os dias não importam mais porque os cigarros acabaram. Ou alguma coisa desse tipo, poetas às vezes são um saco, gente também, e donos da verdade mais ainda, escritores são herois, médicos e bombeiros também, mães solteiras são mais que heroínas, políticos honestos raridade, são quase folclóricos, poderia colocar mais gente ai nessa descrição, mas já me basta, porque essas coisas passam por minha cabeça? Sempre foi assim, desde pequeno, às vezes ia dormir pensando em coisas e acordava pensando em mais coisas – parágrafo longo de mais – as coisa são engraçadas, eu às vezes não.

Não sei como ninguém mais conseguiu descobrir o segredo que eu descobri. É o mundo acabou! Mas continuamos aqui sem saber e cabe a mim esse fardo de contar a todos que, o mundo não mais existe. Que força é esse que faz nós acharmos que ainda respiramos que ainda dirigimos, nos apaixonamos, fazemos sexo – isso pode não ser tão ruim – sentimos sono, fome, calor, frio, dor, saudade, medo, alegria, tristeza, solidão, paixão. É o mundo acabou e tudo ficou do mesmo jeito, da mesma forma que era antes, mas agora eu sei e vou ter que contar a todos, absolutamente a todos vocês, quer queiram ou não.

(continua, ou não...)

sábado, 15 de janeiro de 2011

Como menino



Corações partidos, gestos há muito tempo esquecido e ele não me olha mais como antes, sofrer em ti, sofrer por ti sentir.

Uma canção para alegrar um coração partido, gestos dignos, fala clara, anjos voando e sorrindo, tudo isso não sinto.

Meu clamor já foi ouvi, mas se perdeu entre tantos pedidos, se ao menos eu voltasse a ser um bom menino.

Nascer e se afastar cada vez mais; não entendo os motivos, não entendo esse meu coração partido, não mais te sigo, não mais...

Meu Deus! que olha para mim e não enxerga mais aquele doce menino.

quinta-feira, 13 de janeiro de 2011

Poemas inacabados

Ouve um tempo em que comecei a escrever, mas não conseguia terminar minhas prosas, então decidi chamar essa fase de poemas inacabados. Aos poucos vou colocando nesse espaço meus poemas em prosa, e se quiserem, nos comentários podem colocar o que vocês acham como seria o fim de cada um deles, ou melhor como seria o final de cada um deles.

Marcos Henrique.




Os conselhos da vida são imitados por todos os que temem não conseguir viver com ar suficiente
(Marcos Henrique)


Olho nos olhos da morte, que me olha, e me diz que não é chegada minha hora, não, ainda não é hora de partir, fique um pouco mais e deixe seu sorriso amarelo registrado nos livros de visitas – Ela diz.

Meus olhos começaram a doer quando pude enxergar de verdade pela primeira vez;
Meu ventre materno atrofiou, não tenho mais um feto para me fazer Companhia em noite sem conhaque. Só sinto dor.

Olho nos olhos da morte que rir, sabe que está acima do bem e do mau, é uma mensageira, uma coletora, a guerreira que não conhece derrotas, com um vasto troféu de...

(criem um fim para esse poema em prosa)

segunda-feira, 10 de janeiro de 2011

A faca me ameaça



A faca me ameaça
(Marcos Henrique)


A dor um dia vai passar. O fim é o começo, eu sei.
Não sou louco, só um pouco tolo.

Vou viver (fingir), eu sei, mas mesmo assim viver.

O dia vai chegar e não vou ficar sentado com uma garrafa de coca choca nas mãos, esperando, vendo o tempo passar.

Os frutos não foram colhidos, a escuridão não me deixa passar;
Os frutos não foram colhidos, eu sei, eles estão lá, esperando por mim, apodrecendo por mim.

Quero viver e não tenho nem você por mim – solidão –, não vou mentir mais para minha alma, não mais. A dor um dia vai passar.

A dor um dia vai, enquanto posso, espero e minha velha cadeira de lembranças. Espero e vejo o dia raiar refletido em meu punhal.

quinta-feira, 6 de janeiro de 2011

Turbilhão



Meu doce tormento, venha e me estupre mais uma vez, não pare! Machuque-me sem piedade, você venceu, o que resta fazer eu sei, mas temo, temo falhar como sempre.

Como gostaria de ser enterrado vivo, sufocar seria menos doloroso, seria mais honroso, mas o que é honra nesse mundo fútil, mundo de um Deus que não tem mais ouvidos. Não me orgulho por ter escrito isso, mas é o que sinto; então, fodam-se meus conceitos, minha moral, minha esperança, meu senso do correto, meu negro funeral, meu negro espírito, minha vã vida.

terça-feira, 4 de janeiro de 2011

Jaboatão, dezembro de 2015




Todos querem conhecer um cara imaginário, todos os sonhos, todos os rostos que nunca saberei o nome, nunca os chamarei pelo nome. È tão estranho olhar estranhos, todos eles com suas vidas secretas, suas lágrimas, suas iras...

Minha caixa de retalho guarda rostos por mim imaginado, que serventia tem?

Eu sou um estranho de mim que se intoxica fácil com a vida, meu Karma, minha rotina e todos esses sussurros que passam por mim só me trazem tristeza.

Para mim é sempre estranho. Sempre insatisfeito, sempre andando só nesse mundo de perfeitos.