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quinta-feira, 30 de dezembro de 2010

Lembranças e recordações de ontem





Não percebia, mas era um feto, não notava que seria concebido.

Já se fazia um ano e não tinha noção que estava vivo.


Uma infância linda, um sorriso maroto, rosto corado, paz de espírito.

Aos dez, era puro, aos dezesseis era tolo, aos vinte, esperançoso e agora o que me resta?


Das brincadeiras, que vivi - mau me sobram lembranças - dos amores que senti, só ficou lembranças mortas e lágrimas que me afogam nesse mar de lembranças frigidas que me mutila, me engole e depois me cospe, como fez minha esperança.


O crescer pode ser belo, mas pode ser também só, doloroso e marcante como o ferro que fere o coro do gado ou um poema inacabado.



Marcos Henrique.

terça-feira, 28 de dezembro de 2010

Quantos dias mais eu serei menos?


Se minha fúria poética pudesse me ajudar, pudesse me dar todo o carinho que sempre sonhei, mas o que me fez a vida? Um louco desvairado que não sabe onde começa ou terminam os dias felizes.

O que eu quero é tão simples, tão lógico que não entendo, tudo que faço para ser notado se transforma numa forma de repreensão. Quantas vezes já fui julgado sem um júri sério ou justo.

Sou uma criança que nasceu sem cheiro, então me entorpeço de nicotina para ter um cheiro sem uma identidade para ser...

O que eu sou?

Pedi um afago, recebi um tapa, implorei por palavras doces, me cuspisse a cara, eu não sou como você porque não me orgulho de você, eu odeio amar você, eu odeio falar só por falar, eu odeio sentir sua falta, eu odeio chorar. Trago para esquecer que talvez não possa ganhar mais esse jogo, todos nós perdemos, todos nós ficamos estéreis.

Eu sou profano, eu sou o que de impuro sai de você, eu sou culpado por você não ter me instruído?! Eu sou culpado por teu amor?! Amor? Sou culpado por te odiar?! Foda-se! Mas me dê sua benção, não sou culpado por estar vivo, mesmo sofrendo, mesmo fingindo...

Mãe! Não me odeio por ter sujado seu útero, por ter urinado lá, não odeio meu genitor por ter sujado seu útero com seu gozo porque você também gozou, todos nós não temos culpa por termos culpa. Me cansei de culpar Deus, me cansei de matar Deus, me cansei de tudo, de todos, de meu esgoto, de minhas lágrimas com um sabor azedo, cansei de minha tosse de tuberculoso solitário com meu tesão, cansei de meu masturbar de meu gozo solitário que trepa com o tédio.

O punhal continua encravado em minhas costas me matando cada dia mais, cada dia mais; tenho um dia a menos. Já não tenho grades e ainda me sinto prezo, se antes eu chorava por medo, hoje, choro por estar livre e só; e a única coisa que sei dessa porra de vida é que eu sou apenas um garoto que sabe fumar.


Marcos Henrique.

OBS.: Esse poema é uma homenagem a um grande amigo que não se entendi com sua genitora.
Infelizmente muitas pessoas não têm o privilégio de sentir amor de família

sexta-feira, 24 de dezembro de 2010

Feliz Natal!!!



Época em que estamos tão sensíveis e alegres...

...que contagiamos a todos,
e que podemos refletir sobre nossos verdadeiros amigos.

Fazemos um balanço de nossas vidas,
somamos todas as alegrias,
e subtraímos as tristezas.

Gostaria que nessa noite de confraternização,
nossos relacionamentos, se estreite ainda mais,
e que nossa amizade, que perdure para sempre.

Ter você como amigo, é uma dádiva,
sua companhia nos momentos mais difíceis,
faz tudo ficar mais leve.

Que o seu Natal, seja repleto de alegria e paz,
sinceramente é o que eu desejo e todos.

FELIZ NATAL!

Marcos Henrique

quarta-feira, 22 de dezembro de 2010

Trecho de meu livro: Gol de Mestre


Em 1994 ouve a copa mais esperada de todas, seria ela aquela que transformaria o Brasil no primeiro país do mundo a se tornar tetra campeão mundial. Todos só respiravam futebol.

“Quase todos”.

Gol de Mestre ©

2002, Marcos Henrique, todos os direitos reservados.

Proibida a reprodução total ou parcial desta obra sem o consentimento do autor.



Gol de mestre

Marcos Henrique



<...10 dias antes...>


Marcos caminha pelo corredor da penitenciaria com um sorriso no rosto é seu último dia na cadeia, ele está livre. Vozes eufóricas se misturam no corredor.

- É isso ai marcos você conseguiu!
- Juízo garoto! Cuidado lá fora!
- Vê se não volta cara!

Um policial com cara de poucos amigos vai levando Marcos até a saída.

- Cinco anos em cara, vê se toma juízo e não invade mais nada, mas uma coisa, eu tenho que admitir, você deixou aqueles gringos doidos quando fudeu com bolsa de valores deles – disse o policial com cara de poucos amigos que levava Marcos até a saída.


- É, mas me aposentei, hoje sei que o capitalismo vai salvar o mundo - responde Marcos.

- Quem está te esperando do lado de fora é seu primo Ricardo?

- É sim – responde Marcos.

- Cuidado, Ricardo é um ladrão de carros filho da mão, não se junto a ele, isso ainda vai acabar te fudendo.

Ricardo o espera do lado de fora da cadeia, num carro lindo, porém roubado.

- Vamos nessa cara, você tá livre agora – diz Ricardo para Marcos pegando suas coisas e colocando no carro.

- Como Vai Ricardo? – pergunta o policial.

- Estou ótimo – responde Ricardo com uma voz cínica.

- O pessoal aqui sentiu sua falta – diz o guarda, com certa malícia.

- Meus amigos devem ter sentido, sim, muita falta minha – fala Ricardo se referindo aos presidiários.

- Não estou falando de seus amigos perdedores – continua o guarda – estou falando de meu pessoal.

Ricardo dá um sorriso amarelo – vamos nessa primo, temos muito o que fazer ainda hoje.

- Lembre-se do que eu te falei Marcos, não deixe sua vida ser uma bosta, andando ao lado desse deliquente.

- Não se preocupe guarda Belo, vamos todos ficar bem – fala Ricardo pegando as coisas de seu primo.

- Marcos, lá fora vai ser mais difícil agora, mas não desista, você não é uma má pessoa – fala o policial tocando o ombro de Marcos.

- Obrigado. Eu vou me cuidar - diz Marcos apartando a mão do policial e se despedindo.

Ricardo começa a ficar impaciente, ele não gosta de prisões, mas vive na corda bamba e por pouco não passa uma temporada em uma.

- Vamos logo cara, cê quer ficar aqui pra sempre, servindo de mulher pros presos? – fala Ricardo num tom irônico

Marcos se despede do policial, entra no carro e pela primeira vez, depois de muito tempo, respira um ar tão livre quanto ele.

(continua...)

sábado, 11 de dezembro de 2010

Poema de meu livro Eu, meu corpo & Minha Poesia



Jaboatão, triste dia, ano importuno.


Cada dia mais perto, mais próximo, já me falta vontade para escrever, já me falta vontade de viver, como queria chorar de alegria, chorar de tristeza não mais me alivia.

Os últimos passos de um homem...

Para mim a inspiração sempre veio em forma de depressão, agora só há depressão, acho que minha alma vai se perder em meu corpo (labirinto). Não quero mais lutar, vem morte! Vem me buscar! Faz-me o bem que eu não me fiz.

quinta-feira, 9 de dezembro de 2010

Como eu escrevo, ou não


Um amigo me falou certa vez, que às vezes não entendia muito bem o que minha pessoa queria dizer, mas que sentia alguma coisa quando lia meus poemas em prosa, eu disse, mais é isso mesmo o que eu quero com meus versos, quero que as pessoas sintam alguma coisa, independente do que seja não importa a sensação, o que importa é que sinta, sinta alegria, tristeza, ranço, ódio, amor, dúvidas, viagem mesmo, para qualquer lugar, de dentro para fora.

O finado lidar do Nirvana, Kurt Cobain, certa vez falou: Toque sua guitarra, bata como se fosse um tambor. foi mais ou menos isso. O que ele queria falar com isso? Acho que ele quis dizer, coloque para fora todos os seus demônios, assuma as rédeas de sua miserável vida e faça valer a pena para você, se encontrar no caminho pessoas que compartilham do mesmo ar poluído que você, que bom, pois você não está só e terá mais razões para ser você e fazer sua arte, isso ninguém pode tomar de você.

Então é isso, acho que é isso, talvez seja isso, o que importa? O que importa é que você pode ser você quando escreve e pode dizer ao mundo: foda-se ou gosto de sua companhia e do jeito que você dorme. Entenderam? Não? Que bom, esse é meu mundo, entre sem bater.


Porque coloquei tudo isso nessas linhas tortas? Não sei, só queria externa, o que estou sentindo agora.

Eu escrevo em devaneios, pois a técnica me entendia e me deixa brocha. Que Flaubert me perdoe, mas Bukowski era bem mais foda, pois dentro de todos nós, sempre há um velho safado querendo espirrar em nossa cara e apalpar nossos escrotos e vulvas.

As pessoas dizem que a arte de escrever é uma coisa solitária, masturbação também é, mas é tão prazeroso, não?

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Um castelo;
Dois castelos;
Três castelos;
Quatro, cinco, sete, melancólicos castelos, onde virgens princesas não podem se masturbar e vivem a desejar um príncipe que nunca vai chegar, pois está na taverna, onde lindas mulheres mostram suas anáguas e o que tem por baixo delas, nenhum homem ousa não tocar [...].

...Quero o que você deixo para trás, quero de todo o mais, menos, de todo o mau, o melhor veneno, arte fraca e roca que é meu poetar [...].

Um saco bem fundo me ajudaria agora nessa hora tão triste que foi o acordar [...]

Levanta e vai viver! [...]

Os dias não importam, nunca importaram, apenas tiram o que de mais precioso nós temos, nossos amores, e em troca, nos deixam rugas, que hoje só servem para fazermos empréstimos consignados e tomar conta de netos que no futuro serão desajustados, por nossa falta de dizer “não”.

quarta-feira, 8 de dezembro de 2010

Felicidade

(Marcos Henrique)


A chuva radioativa cai lá fora e eu aqui dentro não posso ir embora, meus pulmões estão com pus, mas eu não pus a culpa em você.

A radiação clareia tão bem a aurora, quase vejo os corpos queimados, só sinto o cheiro de corpos sem formato, ouço os gritos de agonia como um badalar de sinos me estourando os ouvido que já sangram.

As crianças choram porque nascem vivas. Tantos cabelos caindo pelo chão. Um olho olha para mim sem dono, quem perdeu a visão? Quem apertou o botão? Meus dentes caem pelo chão, minhas feridas não saram; estou bem, estou tão feliz, meu filho nasceu morto.
Não sei porque, mas acho que a terra chora, não sei se Deus se foi ou se nós o mandamos embora, não choro mais; estou tão feliz, minha mulher morreu, só falta eu agora.

Não a mais comunicação! Somos tão iguais agora; estão todos como eu, podres por dentro e podres por fora, que sorte a nossa, á morte vem e nos consola.
Estou tão feliz, sinto que vou morrer agora.

segunda-feira, 6 de dezembro de 2010

Niilismo

(Marcos Henrique)



Os dias são dias?
As horas são horas?
A loucura por acaso é o paradoxo entre Deus e o nada?
Que é o nada? Ele existe?
Poucas coisas são pobres pensamentos?
A sociedade para que serve?
Qual sua função social verdadeira?
O fanatismo, a vida, doces sobre a mesa, bolo que espera esfriar para ser degustado, qual a diferença entre essas coisas? Qual lei do raciocínio impera em raciocinar?

A verdade incondicional é mentirosa, não existe!

sábado, 4 de dezembro de 2010

do Livro Inspiração de Terceiros




V ato

Ignoro-me, sou tão louco, sou tão compulsivo, tolos!
Não há intrigas, não há discórdia em mim; sou meu próprio amigo moribundo que espera atenciosamente.

Justas essas frases insolentes não são, insolência também não. O fruto que tanto busco, ficou podre de tanto me esperar, não posso voltar, minha sentença já me foi dada.

Sou louco?

Sou louco!

Tolos, não!
Marcos Henrique.

sexta-feira, 3 de dezembro de 2010

Você teme?

(Marcos Henrique)


Eu paro e ouço por uns minutos o som do silêncio me cortar, me incomodar. Não quero.

Ouço os gritos dos cristãos, não ouço os mortos, não ouço a voz celestial, gostaria de ouvi-las, mesmo que para me repreender, mesmo que para me desdizer.


Os cemitérios são tão úmidos e o cheiro da morte fica cada vez mais forte, sufocando, queimando as narinas.

Quando se sente às células morrerem, notasse a impossibilidade que o egoísmo nos oferece.

Quando se sente eu temo, vocês temem?

quarta-feira, 1 de dezembro de 2010

Os heróis estão no chão


Os heróis estão no chão


Deus está zangado comigo, por termos esgotado seus pedidos;
Sua cruz não pesa mais, seu sangue azedou. Os heróis estão no chão e sujos de sangue ruim.

Eu não posso voltar, eu não quero ir.
*Você morreu por mim, e por todos que sorriram, todos estão aqui.

Também posso levitar ao pensar, também posso ter um jardim, todos os gestos forçados em nome de te, todas as mortes em nome, de mim.
O gosto do amanhã é amargo, o sol não brilha mais aqui, sua cruz não pesa mais, desça e vamos queima-la.

Eu não posso voltar, eu não quero ir.
*Você morreu por mim, e por todos que sorriram, todos estão aqui, sonhar destrói os sonhos.


Marcos Henrique

segunda-feira, 29 de novembro de 2010

Segunda era



Fim de segunda era


Bom dia meu melancólico suicídio, como tens dormido? A noite às vezes é fria, mas o sangue de meus pulsos cortados lhe aquecera.

Eu fui um bom menino, agora quero minha recompensa. É-me reconfortante saber que o sol brilha alto no céu e que apesar dos pesares o mundo ainda respira.

Meu testamento não foi escrito; sem folhas em branco; sem folhas que deveria ter escrito.

Daqui; vejo meu corpo que logo não existira mais, espero que lembrem-se de mim, só por um dia, mas lembrem-se.

Agora vamos que à noite já está por vir, não quero mais o escuro, só a luz me interessa.

Ascendam às velas, não mais respiro.

Marcos Henrique

sábado, 27 de novembro de 2010

Prosa de um cão sem dono



Prosa de um cão sem dono
(Marcos Henrique)



Nasci no mundo. No suco do mundo;
Nasci para o mundo. No fundo do imundo;
Nasci para o mundo, sou filho do incerto;
Nasci no mundo, no acaso que me afaga, me bolina, me estraga;

Sou filho do nada. Sou só, apenas palavras frouxas em bocas sem dentes de lindas donzelas que rangem suas coxas, em sonhos ardentes.

Fui fruto do pecado estéril;
Do pecado mortal;
Do pecado que não pequei;
Do pecado com quem flertei;
Solidão a noite importa para dentro do nada, meu eu.

Sou fruto. O fruto podre que espera uma boca rasa para me deflorar. Não! Esqueçam, esqueçam tudo o que falo, sou apenas um louco que dorme em esquinas, que dorme e nunca é visto. Que apenas dorme e pronto.

Não quero que me entenda, apena me sinta;
Apenas me toque;
Apenas não me oprima com seu silêncio, com seus olhos sem vista para dentro de minha miséria, de minha trágica vida sem rimas exatas, sem métrica, sem regras a serem empregadas, apenas linhas mortas, porém minhas linhas, lindas e chocas. Palavras tolas são tudo o que tenho para te oferecer, e mesmo assim recusas.

Não quero que me entenda, apenas vá, siga, faça o que todos sempre fizeram. Não me note deitado ao chão, não me note fendendo ao chão;
Não me note;
Não me toque;
Não me veja;
Não chore;
Apenas siga, siga com o seu não.

sexta-feira, 26 de novembro de 2010

2012 - Depois do Fim do Mundo...


Gael faz o café da manhã de sua família e dança ao som da música que toma conta da cozinha, de repente um estrondo é ouvido como se uma enorme bomba explodisse em seu quintal, a casa toda treme, Deyse e Vinicius gritam de pavor, mas antes que Gael possa fazer alguma coisa de correr em socorro de sua esposa e filho o fogo toma conta de todos os cômodos e em menos de um minuto escuridão total; a vida não existi mais naquela casa....

(Continua)

quarta-feira, 24 de novembro de 2010

Eu nada sou

Posso ser julgado por meus fracassos?

Posso ser julgado por meu amor?

Posso ser julgado por todo meu ódio?

Posso ser julgado por minha dor?

Posso ser eu mesmo?

Posso ser tudo? Eu que nada sou?

Quantas cartas não lidas, todas queimadas sem serem lidas.

Quanta estupidez posta em cartas de amor, o sol do meio dia é menor que minha dor.

Minhas lembranças são tristes, minha tristeza atual, corro livre sem destino, sem rumo, sem direção, mas me sobraram rosas – estão todas mortas, vou queima-las e jogar suas cinzas na escuridão.

Posso ser julgado por meu pensar distorcido? Provocativo? Pessimistas?

Alusão!

Marcos Henrique

terça-feira, 23 de novembro de 2010

22 de novembro dia dos músicos. Parabéns

Dia 22 de novembro, fio dia do músico e tive a honra de participar dessa festa maravilhosa, organizada pelos músicos da Banda Municipal de Jaboatão Pe. Chromácio Leão.

A festa aconteceu em Jaboatão velho/PE, onde a pátria nasceu, tive a oportunidade de recitar alguns de meus poemas na presença de convidados ilustres como o Maestro Spok, os músicos Gilberto Pontes, André Travassos, Nilsinho Amarante, Edízio do Forró, professor Enoke Chagas, o grupo da Funase de Jaboatão com a Banda do Projovem Adolescente, dentre outros.

Música e poesia são irmãs, pois enchem nossos corações de emoções e sensações inesquecíveis.

Vejam algumas fotos


Eu recitando meu poema Mudança

O maestro Petrôneo a Banda Municipal Pe. Chromácio Leão

Maestro Spok

segunda-feira, 22 de novembro de 2010

14/05/09



O contrário do doce é o amargo;
O contrário do ócio é o afago;
O contrário do tempo é a vida;
O contrário da rima, são mais rima?
O contrário do contrário, do contrário é o contrário da lida;
O contrário da dor são as lágrimas?
O contrário de tudo é o mistério do mundo.


Marcos Henrique.

sábado, 20 de novembro de 2010

2012 - Depois do Fim do Mundo (ainda escrevendo)



Um som agudo cresce na sala, parece só afetar os homens que estão ali os guarde ou carrascos com seus rostos encobertos nada sente, os bastões começam a ser usados e a colheita iniciasse com vigor, alguns gritam, outros apenas ficam a sangrar os ouvidos, um a um são escolhidos e marcados feito gado, à medida que caem no chão por causa da corrente elétrica que recebem são cercados por dois ou três guardas e recebem no pescoço uma dose de uma substância seus pescoços são marcados por uma tatuagem com suas numerações. Alguns recebem apenas uma dosagem outros recebem duas e apenas poucos recebem três, todas de cores distintas algumas são verdes outras azuis, mas os que recebem as três dosagens recebem uma de cor negra, Gael faz parte dessa minoria que recebe três doses, quando todos já estão devidamente vacinados e os guardas já não estão mais no salão no canto das paredes são abertas pequena portas parecida com casas de ratos de desenho animado, mas dali não vai sair nenhum Jerry, pequenos robôs parecidos com aranhas, mas do tamanho de formigas saem em disparada na direção dos homens já exaustos caído no chão. O terror recomeça dessa fez com aquelas estranhas nano criaturas lutando para entrar pelas bocas daqueles pobres diabos deixados a sorte, alguns se perguntam se não seria melhor ter lavado aquele tiro no lugar daquele homem desconhecido, o ritual dura tanto tempo que alguns nem reagem mais apenas aguardam o fim de toda aquela tortura.

- Bom dia meu amor - fala Deyse beijando a boca de Gael.

- Que dia é hoje? – pergunta Gael se espreguiçando vagarosamente na cama.

- O que importa, os dias as horas não importam mais meu amor, o que importa mesmo é que eu te amo e que vamos ficar juntos para sempre – responde Deyse carinhosamente.

- Como eu me chamo Deyse? – pergunta Gael segurando-a delicadamente pelo braço.

- Você se chama...

- Acorda cara! – fala uma voz rouca e um tanto quanto bruta.

Gael acorda meio que perdido, assustado, era apenas um sonho, talvez ele nunca descubra seu verdadeiro nome, talvez ele tenha que ser chamado pelo resto da vida de MHX77.

- Não se preocupe é normal se sentir assim, você deve ter sonhado, são lembranças de sua outra vida antes de toda essa merda aqui, vai voltar a se lembras das coisas, se viver o suficiente para isso – continua falando o homem de voz rouca que coça seu pescoço passado à mão em sua cicatriz.

Gael começa a tremer e a sentir dores no estomago.

- Isso vai passar, são efeitos colaterais de toda aquela merda que colocaram em você, essa dor de estomago que você está sentindo são os novos moradores de seu corpo, você deve se lembra do que comeu a contra gosto - continua falando o homem e sorrir sarcasticamente – são nano robôs eles agora fazem parte de você, estão te moldando entende, para você se tornar um super soldado, assim como todos que estão nesse alojamento, nós nos autodenominamos A Sociedade do Coelho Branco, somos a elite da elite sacou? – continua falando o homem sem cessar.

Gael fica olhando em volta e percebe que ali tem mais pessoas, alguns estão deitados, outros jogam, alguns parecem tranqüilos riem, um verdadeiro clima de amizade reina na quele lugar, tudo parece normal, mas o que é normal agora na vida de Gael na vida de MHX77.

- Quem é você? – pergunta Gael com um pouco de dificuldade.

- Meu nome verdadeiro é Hugo, mas para eles eu sou o SP12, soldado especial do esquadrão BU, esse será o seu esquadrão também, vou ser seu guia aqui – responde Hugo dessa vez menos rude.

- O que está acontecendo aqui? O que aconteceu com a terra? Eu só me lembro de... , não consigo me lembrar de nada, parece que eu acabei de nascer – continua a perguntar Gael agora com menos dores e já sem tremer.

- É só mais uma guerra, só mudaram os personagens e a cor do sangue, mas no final é só mais uma luta por poder, por interesses implícitos – fala Hugo com uma serenidade de filósofo.

- Você está aqui há quanto tempo? – continua perguntando Gael.

- A última vez que pensei nisso fazia seis anos, depois de um tempo, de ver tantas pessoas morrem os dias não importam mais sabe, o que importa é sobreviver, coloque isso em sua cabeça, “SOBREVIVER” é o que importa – fala Hugo olhando seriamente para Gael.

(continua...)

quinta-feira, 18 de novembro de 2010

2012 Depois do Fim do Mundo (ainda escrevendo sem correções)



- Consegui me ouvir SPx80?! – fala o carrasco pegando fortemente em seu pescoço e cuspindo em seu rosto.

- O que está acontecendo? Eu quero ir para casa, socorro!! – grita o homem.

- Casa? Aqui é sua casa seu mamífero estúpido, eu odeio esses seres inferiores, damos nossa tecnologia, melhoramos seus corpos e isso é tudo o que eles tem a nos oferecer, medo, eu odeio todos vocês! - grita o humanóide levantado sua arma.

- Onde eu estou? O que é tudo isso?! – continua o homem aos prantos.

- Volte para a escuridão seu zerk(fudido) estúpido – fala o humanóide apontando a arma para a cabeça do homem e disparando sem demonstrar nenhuma piedade, o tiro ecoa no lugar e todos podem ouvir e ver impotentes e indefesos aquele assassinato.

O Humanóide sai e deixa o corpo do homem cai sem vida ao chão. As luzes mudam de cor para um tom acinzentado, o alarme cessa e a voz volta a se pronunciar, agora para Gael que está com os olhos fechado.

- Consegui me ouvir MHX77? – pergunta a voz.

Gael está um pouco tonto com tudo o que presenciou ele abaixa a cabeça e vomita, a voz faz a mesma pergunta, mas dessa vez vai mais além nas argumentações – Você foi recrutado para lutar na guerra pelo domínio de seu planeta, chamado de terra por sua raça contra os Akards, se recusar o mandaremos de volta para a escuridão de onde veio, permanentemente, estamos lhe dando uma nova chance os Akards invadiram e saquearam todo o plante, destruíram toda sua espécie, você é um clone modificado geneticamente para suportar as atuais condições climáticas da terra, desde o extermínio de sua matriz se passaram sessenta e cindo anos, a vida que sua matriz levava não pode ser relembrada por você, é um novo recomeço para sua espécie uma nova chance que lhes damos, você deseja lutar por seu plante? Sim ou não? – pergunta a voz.

Gael fecha os olhos, respira fundo e nada é pronunciado a contagem se inicia.

- Dois, um, zero, seu tempo acabou - fala a voz com um tom ainda mais grosseiro que da primeira vez.

Logo a sua frente à luz da inquisição aparece e o mesmo humanóide aparece empunhado sua arma, só que dessa fez já vem apontando para o rosto de Gael, as luzes mudam de cor e ficam avermelhadas, dessa vez não há sirenes, apenas Gael e seu algoz.

Gael e o humanóide ficam frente a frente, Gael ainda pode sentir o cano da arma quente em sua testa, eles se olham e finalmente Gael consegue Ver a face do carrasco, seus cabelos são brancos como algodão e seus olhos vermelhos como um mar de sangue, tirando as sobrancelhas que ele não tem tirando isso são muito parecidos com os humanos, mesmo tendo seis dedos na mão direita, são realmente muito parecidos com os humanos.

- Sim! Eu luto por mim e pela terra! – grita Gael sem tirar os olhos do humanóide.

O humanóide rir maliciosamente – Costant anot (você é perigoso) – fala o humanóide e da as costas para Gael como se estivesse saindo, mas de repente ele volta bruscamente e golpeia Gael com um murro que corta sua boca.

Gael perde o equilíbrio e cai ajoelhado o humanóide o cospe e sai, os homens vêem o que Gael fez e aqueles que não conseguiram ver, conseguem sentir que algo naquela sala mudou, todos, um a um gritão que “sim”, estão dispostos a viver ou a morrer pela terra na maior batalha de suas vidas.

Todos os homens naquela sala não sabem o que será de suas vidas, apenas querem continuar vivos.

- Andem em fila, sigam as luzis vermelhas no teto – fala uma voz ríspida.

Todos seguem as luzes que indicam o local para aonde devem seguir é como se um grande corredor de dúvida e mede se formasse para eles, uma grande fila indiana se forma e todos seguem em silêncio, Gael é o primeiro da fila, os homens chegam numa grande sala uma espécie de galpão que logo fica numa cor amarelada, como que num passe de mágica aparecem vários homens vestidos com roupas pretas e seus rostos encobertos por capacetes tão negros quanto à noite mais escura e amedrontadora que uma criança possa ter passado longe dos pais, longe de suas verdades, longe de sua inocência, bastões avermelhados crescem de suas mãos, a colheita vai começar.

Continua...

quarta-feira, 17 de novembro de 2010

Nascer


As crianças que nascem sem cérebro são anjos sem asas;

São criaturas que nunca irão se corromper como eu, como vocês.

Já fomos puros e o que restou?

E o que restou?!

Foi só lembranças, vergonha e dor, como gostaria de me purificar no mar sem fim, sem fundo e ao me afogar sentira tudo e nada poderia me maltratar.

Marcos Henrique



sábado, 13 de novembro de 2010

Um dia




Não chore mais, um dia não voltaremos;

Não chore, teu riso é mais acolhedor que tuas lágrimas.

Nunca amarei por inteiro alguém, isso não é bom, não é?

Se um dia eu amar, se um dia eu chorar de alegria, se um dia eu me transformar em dia, juro que todos terão alguém para amar e serão amados de verdade, como eu nunca me senti, nunca fui.

Se um dia eu me tornar dia, os sonhos não mais se transformarão em agonia.

Marcos Henrique.

sexta-feira, 12 de novembro de 2010

Despertar

(Marcos Henrique)

A vida me mutila e os sonhos me entristecem por não se realizarem, às vezes não quero mais sonhar, mas é só o que me resta.

Os sonhos são difíceis de serem concretizados, a vida é difícil de ser suportada.

O que nos resta?
Quais são as brechas? Digam-me!
Quais são as brechas?!


Meu corpo nunca repousou por inteiro, meu fardo é pequeno, mas de peso descomunal, sou um proscrito – o filho há muito tempo esquecido. Minhas lágrimas caem e enchem o chão com poças de sangue sem vida, vejo como são felizes as pessoas realizadas e penso: como gostaria de sentir esse sabor.

Não lembro como foi meu ontem, não me sinto bem no meu hoje, e agora? Estou dentro e me sinto por fora, com frio, vejo vários cobertores, nenhum me serve, deixa meus pés a mostra; está frio por dentro, estou dentro do vazio e logo percebo que sou eu, seu eu! Sou eu me Deus! Tenho tanto medo do que sou agora e o que serei quando chegar minha hora.

Dê-me paz, eu ti suplico meu pai!

quarta-feira, 10 de novembro de 2010

Mãe morta



Mãe morta
(Marcos Henrique)



Mãe natureza morta, estéril e com frutos podres;
Mãe natureza dos desabrigados, dos dementes, dos que não sonham mais;
Mãe sem útero, queimado de tanto fumar;
Mãe natureza que carrega em suas costas toda lepra que é a humanidade;
Mãe natureza sega, e caótica. Opaca;
Mãe natureza dos desabrigados;
Mãe desnuda e só, desnuda e mofada.