Não percebia, mas era um feto, não notava que seria concebido.
Já se fazia um ano e não tinha noção que estava vivo.
Uma infância linda, um sorriso maroto, rosto corado, paz de espírito.
Aos dez, era puro, aos dezesseis era tolo, aos vinte, esperançoso e agora o que me resta?
Das brincadeiras, que vivi - mau me sobram lembranças - dos amores que senti, só ficou lembranças mortas e lágrimas que me afogam nesse mar de lembranças frigidas que me mutila, me engole e depois me cospe, como fez minha esperança.
O crescer pode ser belo, mas pode ser também só, doloroso e marcante como o ferro que fere o coro do gado ou um poema inacabado.
Marcos Henrique.
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