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quinta-feira, 9 de dezembro de 2010

Como eu escrevo, ou não


Um amigo me falou certa vez, que às vezes não entendia muito bem o que minha pessoa queria dizer, mas que sentia alguma coisa quando lia meus poemas em prosa, eu disse, mais é isso mesmo o que eu quero com meus versos, quero que as pessoas sintam alguma coisa, independente do que seja não importa a sensação, o que importa é que sinta, sinta alegria, tristeza, ranço, ódio, amor, dúvidas, viagem mesmo, para qualquer lugar, de dentro para fora.

O finado lidar do Nirvana, Kurt Cobain, certa vez falou: Toque sua guitarra, bata como se fosse um tambor. foi mais ou menos isso. O que ele queria falar com isso? Acho que ele quis dizer, coloque para fora todos os seus demônios, assuma as rédeas de sua miserável vida e faça valer a pena para você, se encontrar no caminho pessoas que compartilham do mesmo ar poluído que você, que bom, pois você não está só e terá mais razões para ser você e fazer sua arte, isso ninguém pode tomar de você.

Então é isso, acho que é isso, talvez seja isso, o que importa? O que importa é que você pode ser você quando escreve e pode dizer ao mundo: foda-se ou gosto de sua companhia e do jeito que você dorme. Entenderam? Não? Que bom, esse é meu mundo, entre sem bater.


Porque coloquei tudo isso nessas linhas tortas? Não sei, só queria externa, o que estou sentindo agora.

Eu escrevo em devaneios, pois a técnica me entendia e me deixa brocha. Que Flaubert me perdoe, mas Bukowski era bem mais foda, pois dentro de todos nós, sempre há um velho safado querendo espirrar em nossa cara e apalpar nossos escrotos e vulvas.

As pessoas dizem que a arte de escrever é uma coisa solitária, masturbação também é, mas é tão prazeroso, não?

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Um castelo;
Dois castelos;
Três castelos;
Quatro, cinco, sete, melancólicos castelos, onde virgens princesas não podem se masturbar e vivem a desejar um príncipe que nunca vai chegar, pois está na taverna, onde lindas mulheres mostram suas anáguas e o que tem por baixo delas, nenhum homem ousa não tocar [...].

...Quero o que você deixo para trás, quero de todo o mais, menos, de todo o mau, o melhor veneno, arte fraca e roca que é meu poetar [...].

Um saco bem fundo me ajudaria agora nessa hora tão triste que foi o acordar [...]

Levanta e vai viver! [...]

Os dias não importam, nunca importaram, apenas tiram o que de mais precioso nós temos, nossos amores, e em troca, nos deixam rugas, que hoje só servem para fazermos empréstimos consignados e tomar conta de netos que no futuro serão desajustados, por nossa falta de dizer “não”.

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