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segunda-feira, 17 de janeiro de 2011

Ontem, foi o fim do mundo (Escrita experimental)


Ontem, foi o fim do mundo
(Marcos Henrique)


Não lembro que horas eram, na verdade, não fazia mais sentido preocupar-se com horas. Sempre fui prezo as horas, aos dias, a tudo o que o mundo moderno nos reserva quando deixamos de andar de causas curtas e somos impelidos a usar terno e grava, não sei por que disse isso, nunca usei um terno, nem sai dar nó em gravatas. Bom, não importa mais.

O mundo acabou é verdade, mas todos nós sabíamos que mais dia, menos dia, isso iria acontecer, só que não da forma inusitada que aconteceu, nem que eu seria o protagonista a contar essa história. Na verdade descobri que o mundo acaba todos os dias para quem deixa de pisar em seu solo, os astronautas são uma exceção, mergulhadores e alpinistas também. Bom, vocês sabem o que quero dizer.

Alguns devem está se perguntando - que dia foi isso? - como diria o poeta: os dias não importam mais porque os cigarros acabaram. Ou alguma coisa desse tipo, poetas às vezes são um saco, gente também, e donos da verdade mais ainda, escritores são herois, médicos e bombeiros também, mães solteiras são mais que heroínas, políticos honestos raridade, são quase folclóricos, poderia colocar mais gente ai nessa descrição, mas já me basta, porque essas coisas passam por minha cabeça? Sempre foi assim, desde pequeno, às vezes ia dormir pensando em coisas e acordava pensando em mais coisas – parágrafo longo de mais – as coisa são engraçadas, eu às vezes não.

Não sei como ninguém mais conseguiu descobrir o segredo que eu descobri. É o mundo acabou! Mas continuamos aqui sem saber e cabe a mim esse fardo de contar a todos que, o mundo não mais existe. Que força é esse que faz nós acharmos que ainda respiramos que ainda dirigimos, nos apaixonamos, fazemos sexo – isso pode não ser tão ruim – sentimos sono, fome, calor, frio, dor, saudade, medo, alegria, tristeza, solidão, paixão. É o mundo acabou e tudo ficou do mesmo jeito, da mesma forma que era antes, mas agora eu sei e vou ter que contar a todos, absolutamente a todos vocês, quer queiram ou não.

(continua, ou não...)

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