Segunda era.
Depois de escrever, leio meu atestado de óbito e as pessoas, os ouvidos que ouvem acham profundo, acham lindo.
Minha dor é exposta em rimas tristes, frases mortas, palavras de sabor amargo.
Cadáveres, biópsia, fragilidade de menino. Sem chances, sou só e tenho amigos.
As flores de minha coroa estão impacientes, não sabem a hora, não sabem o que sinto.
Sou bom, mesmo não praticando;
Sou bom, mesmo não sonhando;
Sou bom, mesmo mentindo;
Sou bom, mesmo desejando a morte de meus inimigos;
Sou mal, nisso sou realmente bom;
Sou triste;
Sou falta, dor, sono, missa de corpo presente, corpo, suor, riso de deliquentes;
Sou tudo, sou feto de menino, um símbolo imbecil e estéril.
Não acendam as velas, ainda estou vivo.
Minha dor é exposta em rimas tristes, frases mortas, palavras de sabor amargo.
Cadáveres, biópsia, fragilidade de menino. Sem chances, sou só e tenho amigos.
As flores de minha coroa estão impacientes, não sabem a hora, não sabem o que sinto.
Sou bom, mesmo não praticando;
Sou bom, mesmo não sonhando;
Sou bom, mesmo mentindo;
Sou bom, mesmo desejando a morte de meus inimigos;
Sou mal, nisso sou realmente bom;
Sou triste;
Sou falta, dor, sono, missa de corpo presente, corpo, suor, riso de deliquentes;
Sou tudo, sou feto de menino, um símbolo imbecil e estéril.
Não acendam as velas, ainda estou vivo.
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