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quarta-feira, 24 de agosto de 2011

Perdi a entrada



Perdi a entrada


Perdi a entrada para o portão do paraíso. Onde posso me instalar? Daqui do alto tudo é mais bonito, dá gosto de olhar. Paro tudo num sussurro. Anjos voam de vagar sem perder o tempo, sem perder a noção do estar agora.

Me perdi em sonhos que foram destruídos pela realidade de estar sem ninguém, sem ninguém...

E todos os rostos no esquecido lembram de mim que sorri. Não pude nem chorar por estar com tanto frio (poetas no firmamento não sabem pular).

E quando você sorrir, posso ver o defeito de seus dentes.
Alguns que caíram no escuro do teu peito sem noção de que era para sempre, ainda estão felizes. Gosto de poder estar com você sem estar, sem estar...

Não pude me despedir por estar com frio e todos os rostos no esquecido lembram de mim. Paro tudo num sussurro. Anjos voam de vagar, sem perder o tempo, a noção do estar.

Me perdi em seus sonhos, doces sonhos. Flores morrem e a vida não desisti de você que sorrir sem saber que a vida é você mentindo que está tudo no seu devido lugar, como esse louco poema, sem estar.

Marcos Henrique

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