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sexta-feira, 1 de junho de 2012

Poema 33


 Poema 33
(Marcos Henrique Martins)

Não sinto meus pulsos, e invejo quem sente
A vida passa rapidamente, em fleches que nos cegam
Depressão seja bem vinda – É mais comum para mim do que a vida –.

Minhas lágrimas já não me segam, porque não choro com meus olhos
Minha dor é mais profunda, é tão trevas, tão suja
A luz que antes me ofuscava, não me esquente mais.

Se eu sentisse a luz, por mais quente que fosse e ela me queimasse todas as dores, ou me matasse a culpa, me sentiria aliviado – mesmo com meus pulsos cortados –, mesmo sem respirar, sem vida, sem corpo, com meus poemas tolos sem rimas.

Se a luz me desse um norte, saberia que não fui um tolo, e que venci, ao me sacrificar por nossas dores.       

20/10/2001.

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