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quarta-feira, 13 de junho de 2012

IV

 
 
IV
(Marcos Henrique Martins)


Agora, nesta noite escura e quente, sinto meu peito bater com um som que nunca tinha ouvido antes.

Me falta ar, me sobram velas.

Teu oxigênio não me serve mais...

Medo, solidão, incertezas, perdição. Receio por todos esses sentimentos obscuros, mas já dei risadas boas um dia - Faz tanto tempo -, nem lembro bem dos motivos.

Tempo, esse tempo que sempre me tortura, me grita verdades, intimida, mastiga, tritura.

A calmaria é falsa, assim como suas lágrimas e seu abraço sempre a me apunhalar. Esse abraço que me corta, maltrata, porém quero sempre experimentar.

Meus dias na terra serão lembrados como motivo de vergonha por tudo que nunca conquistei. Já me despedi por varias vezes, mas nunca sai de cena realmente, só me mantive escondido, junto com os dejetos de pessoas boas e más.

Nunca. É sempre nunca para mim, por mais que lute, por mais que eu sangre, sempre é nunca para mim. Pobre de mim. Podre! Sou um bêbado inconveniente que não tem coragem de partir.


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