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terça-feira, 30 de março de 2010

Outro poema de Segunda era


Larvas flamejantes brotam em mim, um queimor, uma febre que não cessa em meu corpo. Não sinto meu espírito, o que é mesmo isso?

O que foi?

O que aconteceu?

Por que essa insônia?

Por que a claridade me dói os olhos?

Uma dor aguda me corta de canto a canto. O sol lá alto, imponente, nunca será tocado, eu nunca serei tocado, nunca serei violado, mesmo depois de morto, podre, decrépito. Nunca serei tocado, nunca serei eu mesmo de novo, nunca é uma palavra que me causa medo e dor. Meu suicídio tem feições de menino, minhas feições, meu rosto, meus olhos, todo meu corpo, todo meu ser, tudo, tudo...

...Eu nada sou. Nada encontrei. Meu poema suicida nunca será entendido porque ainda respiro. Eu me acho dor, me sinto dor. A dor se materializa em mim, em mim. Como gostaria de olhar no espelho e ver um rosto sorrindo, a angustia da alma me tortura, me maltrata, que tipo de homem eu sou? Que tipo de dúvida eu sou?

Meus pulsos estão com cicatrizes profundas, meus olhos estão negros e sem vida, mas não acendam as velas, ainda estou vivo.

Marcos Henrique.

Um comentário:

Zakuro disse...

Claro, por favor ^^
É sempre bom manter-mos contato entre "nossos iguais", entre outro contistas, poetas e escritores. Isso nos fortalece!