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sexta-feira, 24 de outubro de 2014

Ó! Poetar que abre almas



Ó! Poetar que abre almas 



A poesia só faz sentido quando nos toca no fundo da alma, sem agredir o espírito;

A poesia só faz sentido quando gera um gozo que deixa tonto quem a experimenta, não importando a posição do corpo, intensidade, força, o tempo, contanto que tenha libido.

Poesia que transforma faz bem; 
Poesia burocrática macula a vida de quem a lê;
Poesia, poetar, poema, poesia.  

No Poetar, não é preciso dar explicações, é como o amor, como o sexo, excitação inexplicável que embriaga todo o corpo, entorpecendo a mais dura alma, te faz querer viver, te faz sentir-se vida, mesmo que seja um poema sem rimas, melancólico, triste ou obscuro, não importa, contanto que as palavras, as frases que se ligam tenham alma. Mesmo que a primeira vista, não faça muito sentido, mas mexa com o âmago de quem o lê.

O poema só se completa, quando suas palavras explodem em sentimentos, faz borbulhar as emoções, cria risos de canto de boca, lágrimas que se escondem nos cantos dos olhos, suspiros, cumplicidade entre o poeta e o leitor.

Poetar é vida, poema é técnica, poesia é sentir-se livre, é como pular da beira do firmamento e sentir que Deus desce de seu trono, feliz em sua eternidade, para vir nos receber com folhas de papiro e uma longa caneta em formato de pena de asa de querubins, para criarmos um soneto, pois os poetas são loucos que fugiram do hospício do céu, rasgando a barriga das nuvens, descendo nus e transformando em epifanias todos os versos que não cabem mais no peito, enchendo de afeto quem está disposto a olhar além das cavernas, além das sombras, além de si mesmo.


Marcos Martins.

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