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segunda-feira, 13 de outubro de 2014

O castelo

 O castelo


Degraus e mais degraus separam solidão e anseios.
Torres que tocam o umbigo do céu, altura, vertigem, meus devaneios.

Donzelas escassas, bruxas entediadas, reis loucos, rainhas que fingem sorrir, cavaleiros com suas espadas enferrujadas.

De que são feitos os castelos, se não de sonhos e ambições em ruínas. Kafka nunca encontrou a porta dos fundos do seu, entrou e perdeu-se em si.


Quero construir um castelo sem fosso, sem monstros para proteger a ponte levadiça. Não consigo. Tenho monstros dentro de mim.

Paredes sujas. Nobres que comem com as mãos. Soldados com olhares distantes e perdidos, traições, assassinatos e magos que não sabem transformar metal em ouro 
– Essas são as verdades ocultas nos castelos. Verdades que os nobres tentam esconder.

Tudo é um jogo. Quem morre; quem pode nascer; quem sobe ao trono; quem pelas mãos do rei deve viver.


Os calabouços estão cheios, o povo geme de fome, com dores de parto enquanto a realeza vai fazendo seus bacanais homéricos, sorrindo incestuosamente, mas com inveja de quem vive fora das muralhas, pois esses são livres, que corações encarcerados nunca poderão tocar.


Marcos Martins.

2 comentários:

Bianca Prado disse...

Gostei ^^
Amo castelos e morro de vontade de visitar um, não sei se passei boa parte lendo livros que tinham um cenário com um castelo, mas sei que amo ^^

Bianca
Um Universo Fantástico

Bianca Prado disse...

Eu amo castelos e passei boa parte lendo livros que tinham castelos no cenário ^^

Bianca
Um Universo Fantástico