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sexta-feira, 16 de dezembro de 2011

Não, não, não



Não, não, não
(Marcos Henrique)


Não me peça para ir;
Não me peça para fica;
Não me peça para existir;
Não me peça para amar.

Hoje, é o dia em que acordo de um logo sono,
De um longo sonho inquietante, de uma louca razão.

Não me peça para compor um soneto;
Não me peça para ser o que sei que sou;
Não me peça, peça a Jarbas;
Não me diga o que é o amor.

Minha cor, minha dor, meu sangue, meu eu, nada me faz bem.
Sou o acaso, o impronunciável “Zé ninguém”;
Sou apenas mais um que sonha em ter mais um dia feliz, dentro de toda essa verdade que é a vida. Tolo, poeta tolo, fingidor da poesia. Tolo, apenas tolo.

Não me peça nada;
Não me diga mais nada;
Não ria, não chore; não me olhe, não me note;
Não mais me apavore, pois sou o que você nunca conseguiu ser. Sou o que você nunca conseguiu viver.

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