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quinta-feira, 22 de setembro de 2011

Versos perdidos ao vento


Versos perdidos ao vento
(Marcos Henrique)

O Fogo não queima mais em meu peito;

Meu peito não bate mais um coração;

Meu coração é músculo com defeito, nessa vida cinza cheia de mórbidos desejos e doce alusão.

O tom de meu poetar, são diatônicas imprecisas, acordes desafinados, uma dissonante imperfeita que segue a risca as regras dos acordes fracos que toco em um violão desafinado. No fim do jogo me deito e canto canções desprovidas de tom, de voz, melodia, das lembranças de outras vidas vividas, ou dores que não senti em mim. E agora a hora me chega, me parte, me torce, deflora. E o tom que agora me consola me lembra que hoje não sou nada, nem ontem fui se quer.

Meus versos se perdem, não apertam as mãos. Coerência não é bem vida. Já existe civilidade e racionalidade de mais, mesmo que de forma tão burocrática.

O fogo não queima mais em meu peito porque acordei de meu longo sonho, onde só sonhava e não via nada além da beleza frágil que teimava em consertar, mas a cola acabou, e hoje, só vejo o que me faz pensar nessa triste sina que é a miséria humana, contada ao longo dos séculos, sofrida todos os dias que me sinto menos nesse não tão perfeito mundo perfeito.

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