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quarta-feira, 28 de setembro de 2011

Picadeiro doentio

Picadeiro doentio
(Marcos Henrique)

Poetar! Poetar em mim.

Que triste fim, que triste fim para um palhaço fosco que nunca se fez rir. Hora chora em demasia pelo circo, pelo arlequim, outrora chora lágrimas claras pelo amor que nunca se fez sentir, pois a mulher barbada não o quis mais como homem. Pobre palhaço do soluçar ofegante.

Pobreza em amar quem não lhe quer. Tortura em amar quem tanto lhe quer e não o pode ver, tristeza em amar quem nunca amou. Chorar por quem nunca se vez merecer.

Ó! pobre homem de calças largas e gravata engraçada.

O amor é isso, um circo com homens se ceroulas a mostra, leões castros, domadores sem bigodes e mulheres flexíveis quem não sabem fazer café.

O amor é um picadeiro doentio e desordenado, com uma platéia que aplaude os infortúnios da vida alheia.

Esse poema é dedicado ao garoto que nasceu sem dons.



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