Minha irá vai me consumir.
Vou matar a poesia;
Vou matar meu falar;
Todos riem e eu choro nessa noite sem alegrias. Todos temem o fim, mas almejam agarrá-lo com as duas mãos em seus subconscientes. O fim é só o começo da vida quando me vou, quando me vou!
Feridas abertas e velhas cicatrizes já tão conhecidas, a última ceia e o gosto do arroto ainda se faz soluçar.
O pai que nunca tive me batia de mais. Quem matou a poesia? Quem matou meu pensar?
Temos dor e tripas, temos tripas e fezes que lutam para se libertar. Se escrever me deixa livre, sou mais livre que Deus ou o diabo que vivem por suas próprias regras.
O último milênio e tudo é tão igual, comida sobre a mesa, mesa sem casa, casa sem paredes, paredes, prisão, mente vazia, cu, boca, solidão.
Fui eterno até ontem... Lá no alto tudo é tão cinza. Passos rápidos, rostos limpos e nada é igual à ontem.
Sempre pensem que liberdade fosse difícil de conseguir, mas é só pular sem olhar para baixo. Minhas asas vão aguentar? Quem sabe?
Sou um conquistador do acaso do mundo sem mundo, sem pés, sem chão, sem nada. Minhas lágrimas derretem meu rosto e tudo fica como a dois mil anos atrás, inerte em meu peito que dança um tango com instrumentos desafinados.
Escrever correto me entedia, eu me entedio de mim, sou tão insatisfeito de mim que jogo fora a mim e sem mim vivo melhor, vivo como homem livre. Vivo,vivo.
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