Nesse meu primeiro livro de heterônimos, nasce um personagem que até então nunca busquei em meus poemas, não sei como ele surgiu, entrou em minha vida sem pedir licença e meio que me obrigou a escrever sem cessar, sentia que se não escrevesse explodiriam.
Com Cecílio Martins a poesia se apresentou de uma forma que até então para mim era desconhecida, sempre que releio este livro, sinto que foi realmente Cecílio quem o escreveu, usando apenas minha mão e deixando meu cérebro dormente e totalmente bloqueado para o tipo de poesia que costumo escrever.
Até que ponto o preconceito pode arruinar um homem, Cecílio Martins sente na pele o que muitas vezes tentamos esconder.
Com Cecílio Martins a poesia se apresentou de uma forma que até então para mim era desconhecida, sempre que releio este livro, sinto que foi realmente Cecílio quem o escreveu, usando apenas minha mão e deixando meu cérebro dormente e totalmente bloqueado para o tipo de poesia que costumo escrever.
Até que ponto o preconceito pode arruinar um homem, Cecílio Martins sente na pele o que muitas vezes tentamos esconder.
Prólogo
Cecílio Martins jovem de classe media alta, nasceu no dia 02 de novembro de 1912 na cidade do Recife, foi criado por seus tios após a morte da mãe por tuberculose e o suicídio do pai, de família tradicional católica, aos 12 anos de idade começou a sentir fortes atrações por garotos foi várias vezes espancado pelo tio devido o seu comportamento, chegando a freqüentar na adolescência um hospício para tentar curar sua homossexualidade, que era até então considerada loucura; foi torturado e estuprado por enfermeiros, aos 20 anos é forçado a casar com Clarice Silva, mulher essa mais linda da alta sociedade Recifense.
Trabalha no escritório de contabilidade herdado por seu tio que morre de câncer um ano depois de seu casamento; sua tia é internada num hospício louca, por achar que é a virgem Maria depois da morte do marido.
Tem um filho que nasce deformado e morre após três dias de nascido. Louco, começa a culpar Deus por sua infelicidade e no dia 29 de outubro de 1935 aos 23 anos de idade perto de completar seus 24 anos é encontrado morto, totalmente despido e com um diário em sua mão esquerda melada ainda com sangue, decapita seu pênis e o coloca por sobre a bíblia sagrada.
Dois anos depois de sua morte é encontrado num cômodo secreto de sua casa três livros escritos com sua assinatura, são eles: o primeiro é o livro de poesias intitulado “Deus e o diabo me odeiam”, o outro é o romance homossexual inacabado “Todas as bocas que desejei”, e por fim o livro de poemas “Poemas que me forçastes a fazer”.
Todos os livros com forte teor de homossexualismo e revolta por todo sofrimento emocional que ele sentia.
Trabalha no escritório de contabilidade herdado por seu tio que morre de câncer um ano depois de seu casamento; sua tia é internada num hospício louca, por achar que é a virgem Maria depois da morte do marido.
Tem um filho que nasce deformado e morre após três dias de nascido. Louco, começa a culpar Deus por sua infelicidade e no dia 29 de outubro de 1935 aos 23 anos de idade perto de completar seus 24 anos é encontrado morto, totalmente despido e com um diário em sua mão esquerda melada ainda com sangue, decapita seu pênis e o coloca por sobre a bíblia sagrada.
Dois anos depois de sua morte é encontrado num cômodo secreto de sua casa três livros escritos com sua assinatura, são eles: o primeiro é o livro de poesias intitulado “Deus e o diabo me odeiam”, o outro é o romance homossexual inacabado “Todas as bocas que desejei”, e por fim o livro de poemas “Poemas que me forçastes a fazer”.
Todos os livros com forte teor de homossexualismo e revolta por todo sofrimento emocional que ele sentia.
Deus e o diabo me odeiam.
Ainda era noite e eu me sentia dia;
Ainda era açoite e eu nem mais me sentia.
Cecílio Martins.
Ainda era noite e eu me sentia dia;
Ainda era açoite e eu nem mais me sentia.
Cecílio Martins.
Eu. Dia claro e minha alma está escura, não tem sacrários mais aqui, expulsei todos os indesejáveis dias claros, só esse que me desobedece e torna-me, trás um recado que não quero ouvir.
Meu doce azedume, minha vã vida derradeira, meu espaço mínimo, minha tortura não passageira, és escárnio de minhas vísceras.
Ó! Sorte derradeira!
Meu doce azedume, minha vã vida derradeira, meu espaço mínimo, minha tortura não passageira, és escárnio de minhas vísceras.
Ó! Sorte derradeira!
Ó! Azar que se aloja aqui e jaz, aqui e sempre, em minha doce alma morta.
Recife 02 outubro de 1932.
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