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domingo, 26 de setembro de 2010

Carcaça


(Marcos Henrique)


Carcaça de cachorro pelo chão, soluço, choro perdido, perdão, uma criança ri inocentemente sentada na calçada de uma rua sem horizonte -pecados fazem parte da vida.

Minha doce menina de olhos claros, tão bonita e sozinha, espera por mim todas ás amanhãs, vem...

... espera só mais um pouco. Cores lindas irão se apresentar para você que sorrir, meu retrato no chão, meu corpo se levanta e não mais vacila, cores lindas pairam por aqui só você não percebe, feixe os olhos e veja o que eu vejo, faça parte de meu mundo, não tenha medo de entrar, entre sem bater, meu coração é todo ilusão só para você.

Vou num vôo desenfreado, corro louco feito andarilho desavisado que não paga seus impostos.

Os uivos dos lobos me acompanham, abra os braços e feixe os olhos, sinta esse mundo invisível que nos cerca, como é mágico; doces sonhos, nada de pesadelos, olhos abertos manda para fora todo o desespero, amanhã vai chegar, sente-se aqui, bem longe, mais perto de mim.

Quantos sapos já beijei só para ter uma noite como essas? Meu retrato envelhece sem alma, tudo está como deveria estar e esta noite quente nos acolhera bem, dormiremos com os pássaros e voaremos o mais alto que pudermos, tudo será um conto de fadas e todos viveremos de verdade como deve ser, risos ao longe, alegria de perto, tudo até mesmo o incerto se curvara perante nós, é agora que tudo começa e o fim não termina mais nossas vidas, a faca foi tirada de meu coração, posso ser quem eu quiser ser, quem eu quiser viver.



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