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sábado, 15 de março de 2014

Não posso mais me oferecer




Não posso mais me oferecer



Não tenho nada para você hoje 
Não tenho abraços, alegria ou flores
Não tenho lágrimas, pranto, indiferença, dissabores.

Não tenho nada.

Não almejei nada de extraordinário, apenas almejei o que me cabia carregar nas mãos, nos bolsos não, pois poderiam rasgar-se e minhas valiosas conquistas se perderiam em ruas infinitas, esquisitas e mal iluminadas.     

Não tens nada para mim.

Não há nada que me angustie mais do que não ter uma angustia por dia. Sem angustias, penso que vivo sem viver, que vivo sem ser completo e só a plenitude me da um sentido e formas de atravessar os labirintos que à vicissitude me põe a prova.

Não, não tenho realmente nada, nada a oferecer; apenas acordei tão sensível que a brisa da manhã me cortou. Acordei com a sensibilidade dos anjos, mas sem nada para oferecer, nem para imolar eu servia.

Marcos Martins.

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