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quinta-feira, 14 de fevereiro de 2013

Gosto



Gosto
(Marcos Henrique Martins)

Gosto de acordar e sentir que ainda vivo;
Gosto de poder me levantar e fazer minha higiene, sozinho;
Gosto de sentir a água, molhada, em meu corpo, a me limpar às impurezas externas;
Gosto de imaginar possibilidades para minha vida enquanto tomo banho;
Gosto de pronunciar a palavra “vida”;
Gosto de ter amigos por perto, até os mais chatos;
Gosto de ter amigos por perto, dos mais falantes ao mais calado;
Gosto de poder falar o que penso;
Gosto de escrever o que sinto;
Gosto de não escrever poesias métricas;
Gosto de não parir romances metódicos;
Gosto de ler;
Gosto de ver;
Gosto de experimentar gostos;
Gosto de poder tentar amar;
Gosto de não morrer nem matar por amores;
Gosto de não me perder em minha rotina;
Gosto de poemas que me fazem chorar;
Gosto do que minha poesia te causa;
Gosto de pessoas que tentam melhorar sua natureza;
Gosto de palavras de reflexão que me fazem questionar;
Gosto de ouvir palavras falaciosas proferidas de bocas soberbas;
Gosto de fechar os olhos, dormir, e saber que vivi por mais um dia nesse mundo de perfeitos, logo eu que não sei relaxar por inteiro.
Gosto do verbo gostar.

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