- Bom dia – disse à esposa que, acabara de acordar. Ele respondeu com um aceno de mão, a companheira sorriu.
Levantou-se por uns instantes, olhou para a sala, o relógio estava lá certeiro como nunca. Ponteiro pequeno encima do número seis, ponteiro grande encima do número quatro.
- Vinte minutos de atraso. Vinte minutos! É um absurdo!
- O que foi José? – perguntou a esposa aparecendo na porta da sala.
- O jornal, está atrasado vinte minutos! Um absurdo!
- Ele chega já. Tomou café?
-Tomei. Que absurdo!
- Tua filha vem hoje para cá, vem com as crianças, o marido e a sogra.
- Que falta de respeito! – dizia e, não prestou atenção a uma única palavra da esposa que, gesticulou com a mão, algo do tipo: Ah! E saiu da porta para trocar de roupa.
Tornou a olha para o jornal de sábado, o pegou nas mãos, abriu o primeiro caderno, não era a mesma coisa, não tinha o mesmo cheiro, aquele aroma que apenas jornais novos tinham. Foi para a seção de esportes, não importava mais saber que seu time do coração havia perdido. – Só notícias mortas – pensou.
- O que está acontecendo com o mundo? – tornara a se perguntar.
Foi até a sala, pegou as chaves da grade e foi até o portão – Onde se meteu este filho da puta? – falava, se referindo ao jornaleiro.
Voltou para dentro de casa. Guardou as chaves, pendurou-as no porta chaves que tinha ganhado da única filha. Tornou a olha para o relógio. Quinze para as sete.
- Puta que o pariu!
- O que é isso homem? Tá ficando doido? – lhe repreendeu a esposa.
- Quase uma hora de atraso do jornal - continuo – Isto nunca aconteceu, são vinte anos de assinatura. É uma falta de respeito!
- Chega já – falava esposa, tentando acalmá-lo.
Às sete horas em ponto, sua filha toca a cigarra, mas com o barulho que os filhos dela faziam, não seria preciso tocar cigarra alguma.
O velho estava sentando numa das cadeiras do terraço, um jogo de cadeiras com um centro de vidro que o genro havia dado de presente no último natal.
- Papai, abra aqui o portão.
- Já vou – falou emburrado.
Abriu o portão, tentou driblar as formalidades. Em vão. Apertos de mãos, beijos e pedidos de benção foram-lhe solicitados. – Entrem, vamos entrando – falou.
Seus netos, dois meninos, um de oito e outro com seis anos, entraram rasgando o mundo metafísico, até esbarrarem na forma física da avó.
A família estava reunida, para passar um domingo juntos, já que nem sempre se viam. A vida moderna não nos da tempo de socializarmos fisicamente. A filha, havia se casado e ido morar a duas horas de viagem da casa deles, foi morar perto da sogra que, já era muito idosa e estava mais para lá do que para cá. O genro era um engenheiro metido a besta que, conseguiu seu primeiro emprego no ramo graças ao falecido pai, um arquiteto de renome.
- O que papai tem mãe?
- É o jornal.
- O jornal?
- Está atrasado, sabe como seu pai é não vive sem ler o jornal.
- Sei. Se soubesse disso, tinha trazido o de lá de casa.
O velho escutou de sua cadeira no terraço – Filha desnaturada! – pensou.
continua...
Levantou-se por uns instantes, olhou para a sala, o relógio estava lá certeiro como nunca. Ponteiro pequeno encima do número seis, ponteiro grande encima do número quatro.
- Vinte minutos de atraso. Vinte minutos! É um absurdo!
- O que foi José? – perguntou a esposa aparecendo na porta da sala.
- O jornal, está atrasado vinte minutos! Um absurdo!
- Ele chega já. Tomou café?
-Tomei. Que absurdo!
- Tua filha vem hoje para cá, vem com as crianças, o marido e a sogra.
- Que falta de respeito! – dizia e, não prestou atenção a uma única palavra da esposa que, gesticulou com a mão, algo do tipo: Ah! E saiu da porta para trocar de roupa.
Tornou a olha para o jornal de sábado, o pegou nas mãos, abriu o primeiro caderno, não era a mesma coisa, não tinha o mesmo cheiro, aquele aroma que apenas jornais novos tinham. Foi para a seção de esportes, não importava mais saber que seu time do coração havia perdido. – Só notícias mortas – pensou.
- O que está acontecendo com o mundo? – tornara a se perguntar.
Foi até a sala, pegou as chaves da grade e foi até o portão – Onde se meteu este filho da puta? – falava, se referindo ao jornaleiro.
Voltou para dentro de casa. Guardou as chaves, pendurou-as no porta chaves que tinha ganhado da única filha. Tornou a olha para o relógio. Quinze para as sete.
- Puta que o pariu!
- O que é isso homem? Tá ficando doido? – lhe repreendeu a esposa.
- Quase uma hora de atraso do jornal - continuo – Isto nunca aconteceu, são vinte anos de assinatura. É uma falta de respeito!
- Chega já – falava esposa, tentando acalmá-lo.
Às sete horas em ponto, sua filha toca a cigarra, mas com o barulho que os filhos dela faziam, não seria preciso tocar cigarra alguma.
O velho estava sentando numa das cadeiras do terraço, um jogo de cadeiras com um centro de vidro que o genro havia dado de presente no último natal.
- Papai, abra aqui o portão.
- Já vou – falou emburrado.
Abriu o portão, tentou driblar as formalidades. Em vão. Apertos de mãos, beijos e pedidos de benção foram-lhe solicitados. – Entrem, vamos entrando – falou.
Seus netos, dois meninos, um de oito e outro com seis anos, entraram rasgando o mundo metafísico, até esbarrarem na forma física da avó.
A família estava reunida, para passar um domingo juntos, já que nem sempre se viam. A vida moderna não nos da tempo de socializarmos fisicamente. A filha, havia se casado e ido morar a duas horas de viagem da casa deles, foi morar perto da sogra que, já era muito idosa e estava mais para lá do que para cá. O genro era um engenheiro metido a besta que, conseguiu seu primeiro emprego no ramo graças ao falecido pai, um arquiteto de renome.
- O que papai tem mãe?
- É o jornal.
- O jornal?
- Está atrasado, sabe como seu pai é não vive sem ler o jornal.
- Sei. Se soubesse disso, tinha trazido o de lá de casa.
O velho escutou de sua cadeira no terraço – Filha desnaturada! – pensou.
continua...
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