Abscesso
(Marcos Henrique)
(Marcos Henrique)
Buraco oco, onde guardo minhas dádivas
Luz que não deixo entrar
Parte de meu ser barroco e torto,
Que me deixa o viver tolo e o poder de se regenerar
Quero que minha gruta possa guarda os desejos mais rubros
Todas as coisas que, não ouso mencionar,
Nem em confidencias clericas, sem maldade, ou
Humanidade angelical que, em homem algum há de habitar
Vem, penetra em meus estigmas,
Me azeda com tuas toxinas, pois só assim, serei livre,
Livre de você, livre de minha empatia, podre e fingida
As células que te afogam, matam-te eu sei, porém, para que outros nasçam e sigam
Mostram-me que a vida não se rende, nem espera,
A morte, necroticamente verdadeira, que só tu podes conceder.
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