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sexta-feira, 20 de janeiro de 2012

Abscesso



Abscesso
(Marcos Henrique)


Buraco oco, onde guardo minhas dádivas
Luz que não deixo entrar
Parte de meu ser barroco e torto,
Que me deixa o viver tolo e o poder de se regenerar

Quero que minha gruta possa guarda os desejos mais rubros
Todas as coisas que, não ouso mencionar,
Nem em confidencias clericas, sem maldade, ou
Humanidade angelical que, em homem algum há de habitar

Vem, penetra em meus estigmas,
Me azeda com tuas toxinas, pois só assim, serei livre,
Livre de você, livre de minha empatia, podre e fingida

As células que te afogam, matam-te eu sei, porém, para que outros nasçam e sigam
Mostram-me que a vida não se rende, nem espera,
A morte, necroticamente verdadeira, que só tu podes conceder.

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