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domingo, 31 de agosto de 2014

E SE



E SE

E se eu tivesse sorrido mais – hoje ela seria minha;

E se eu não tivesse dormido – hoje eu teria visto o final daquela série que nunca mais vai passar (mesmo que passe, não vai ser a mesma coisa);

E se eu não tivesse corrido para pegar o ônibus – não teria sofrido aquele assalto que me deixou com um galo na testa e desmoralizado;

E se eu não tivesse sofrido – hoje minhas lágrimas não teriam borrado minha maquiagem e estragado horas de dedicação;

E se eu a tivesse beijado – teria o gosto eternizado de seus lábios nas lembranças de minha história;

E se eu não tivesse bebido – não teriam feito toda aquela cena, naquela festa onde todos meus conhecidos estavam;

E se eu não tivesse saído na chuva – não teria pego aquela resfriado que me deixou de cama por cindo dias;

E se não tivéssemos escolhido nossa musica – não sofreria mais sempre que a ouço;

E se eu tivesse escolhido o lado esquerdo, por mais sedutor que o direito se apresentou a mim – não estaria perdido; 

E se eu não tivesse dito todas aquelas sandices – hoje te teria ao meu lado meu irmão-amigo; 

E se eu não estivesse entrado ali, aqui, acolá – não teria me ferido, não teria essas marcas;

E se eu não tivesse essas marcas – não teria vivido;

E se eu tivesse vivido menos em meu quarto escuro – não teria lido todos esses livros que me mostraram mundos, vidas (me marcado a alma);
E se eu tivesse escolhido outro caminho – tudo poderia ter sido diferente, tudo poderia ter sido o que não foi, poderia ter deixado de ser o que já foi (tudo não seria tão pretérito imperfeito do subjuntivo);

E se eu não tivesse vivido todos esses “sis” – não faria a menor diferença para meu destino;  

E se eu não tivesse vivido como vivi – não seria o que fui (nada ficaria no campo subjetivo).     

No fim, só torcemos para que a viajem valha apena. 


Marcos Martins.

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