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sábado, 4 de janeiro de 2014

Meu poema - Lençóis sujos -



LENÇÓIS SUJOS

Adeus, pobre menina de pés descalços;
Adeus, jovens sem motivos para sorrirem;
Adeus, anjos ésteres;
Há Deus - civilização que se devora -.

Dois motivos para um sorrir;
Dois motivos para um abraçar verdadeiro;
Dois motivos para não matar um ser humano;
Dois motivos e várias más intenções em uma vida inteira.

Lençóis sujos revelam uma noite de luxuria que só humanos podem comprar. E isso se aplica em quase tudo que é tangível.

Camas desfeitas, pessoas sonolentas e a terna questão moralista que sempre me acorda no meio da noite e me pergunta: - devo ou não me preocupar em pagar o aluguel do mundo?

Adeus, pobre menino crescido com amargas lembranças;
Adeus, sol poente;
Adeus, inocência.

Sejam bem vindos aos lençóis sujos, à vida suja, ao existir e não se sentir; ao existir e reprimir sua existência, sempre em baixo de mortalhas sujas de sangue vermelho vivo, não importa a espécime.


Marcos Martins.

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