Devaneios que reconfortam
Você desejou me ver no chão, sinto muito em te decepcionar amigo.
Não tenho muito que comemorar, mas tudo bem porque ainda posso ver os outros felizes.
O outono chega e fico melancólico, mas ainda posso sentir a chama me consumindo e enquanto existir esse fogo queimando em meu peito saberei que tenho uma pequena chance de voltar a sorrir.
Dez anos se passaram e finalmente cresci, mas o inferno não foi esquecido totalmente. O que fazer? Odiar a todos? Odiar o mundo? Odiar Deus? – seria bem mais fácil - Deixo às respostas para os outros, pois meu ônus; comecei a saldar faz tempo.
O tempo é realmente curto - Ontem nem sabia me alimentar sozinho -.
Não tenho muito que comemorar, mas tudo bem porque ainda posso gerar poemas e parir poesias.
Sou um homem limitado, de inteligência mediana, com uma vida limitada. Mas não precisamos de muito para viver, não é mesmo? Não há muito que fazer nessa vida, mas todos estão dentro do plano, não estamos?
Quanto mais os dias passam, mais envergado ando, mas tudo bem porque ainda posso sentir a brisa fria que sempre nos reconforta - Ilusões continuam movendo moinhos -.
Joguei à bússola fora, agora estou, finalmente, por conta própria. E a realidade não é tão distorcida quanto me confidenciaram os impressionistas. Não mais que uma frase desconexa num mundo que tenta achar alguma coerência.
Crescer é doloroso e por vezes te deixa disforme no reflexo do espelho, mas todos têm que enfrentar a estrada e seus demônios interiores.
Você desejou me ver no chão, sinto muito em te decepcionar amigo, pois a frágil chama ainda queima em meu peito e finais de sonetos ainda me emocionam sem motivo aparente.
Marcos Martins.
Nenhum comentário:
Postar um comentário