acompanhar

terça-feira, 23 de abril de 2013

Uma poesia para os amigos apreciarem nessa terça que se inicia




Cultivando afãs


Te amei; nunca me amaste;
Te toquei; nunca me tocaste;
Sempre te segui; nunca nem me olhastes;
Sempre sofri; tu nunca me notaste.

Quero um colo, mas não vou fugir de casa; iria para aonde?

Você só aprende na vida com suas dores – nunca vou descobrir porque tem que ser assim -.

Gosto de sorrisos doces, límpidos, verdadeiros, singelos; todos se escondem de mim.

Te amei com toda minhas forças, protegi tuas pegadas para que soubesses o caminho de casa – nunca te importastes em voltar -.

Poderia dizer que meu coração clama, doe, sangra por te, mas não o farei, pois os fatos me fizeram forte. E disso não abro mão.

Algumas pessoas precisam de felicidade para vive, outras, apenas vivem feito máquinas. Eu preciso apenas de poesia, de versos, não importa se estão com ou sem rimas.

Não preciso de afagos, do toque que arrepia a alma, dos lábios com gosto de jasmim, dos olhares complacentes que sorriem na busca de reciprocidade. Preciso apenas de poesia, não de amor. Mas como ter uma sem ter a outra?

Como ser banhado por versos secos, se nem os parnasianos conseguiram o fazer? Mesmo que não assumam. Não adianta só me resta continuar cultivando tuas pegadas rasas, na esperança de que um dia encontrem os sentimentos tolhidos que tenho por ti. 

Continuo aqui;
Continuo assim... 

Marcos Martins.

Nenhum comentário: