O que posso te dar
Não espere de mim o que não posso te dar;
Não construa castelos de areia, junto ao mar revolto, para que façamos vida e criemos nossos filhos;
Não sorria para mim, pois não é um sorriso que vejo de tua boca brotar – apenas dentes -.
Não sonhe com o futuro que posso te dar – sou só muros, trancas e grades -.
Não negue, se negue, me negue tudo, dessa forma sem ter que se explicar.
Conheci um homem mais velho, porém, nem por isso, mais sábio;
Conheci uma criança de 6 anos que me falava coisas que poucos conseguem enxergar. Nunca conheci alguém tão verdadeiro e honesto.
Não me espere à noite para jantar, apenas se alimente e não tenha expectativas sobre nosso amanhã, sobre mais um dia nebuloso.
Não, não posso fazer uma poesia para você porque se assim a fizer seriam palavras mortas e em todo o meu poetar saem pedaços de mim que não mais voltam, dá forma que deve ser; que escolhi dar a luz aos versos - Poesia incauta que me faz sentir-se desprendido de todo medo em mim incutido - que se dissipam em linhas vivas, quando escrevo em dias mortos.
O que posso te dar? Meu espírito, pois esse, ninguém pode aprisionar.
Marcos Martins.
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