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quarta-feira, 29 de fevereiro de 2012

Impressão



Impressão


Não gosto de gosto amargo da vida;
Tem gosto de naftanila, tem gosto de anilina.

Vejo fotos nos jornais, violência me cada esquina;
Vejo fatos de animais de pessoas desconhecidas;
Vejo gestos tão boçais, vejo paz, vejo guerrilha;
Vejo luta pela paz, vejo a paz sendo vencida.

Se sei que estou vivo é porquê ainda respiro, respiro esse cheiro, esse cheiro poluído.
As leis não foram feitas para serem cumpridas - quem sabe omitidas? -.

A lei da selva não espera, ela age como uma fera e lhe come pouco a pouco, passando assim o desgosto de morrer: Pouco a pouco. Sem nada poder fazer, sem um lugar seguro pra crescer, com um futuro duro pra você...

Vejo fotos nos jornais, violência em cada esquina;
Vejo fatos de animais de pessoas conhecidas;
Vejo o horizonte tão perto, quase certo que vou cair nesse deserto de aflição;
Sem um copo d’água na mão ou um final pra minha canção.

Mas é só impressão.



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