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sábado, 25 de fevereiro de 2012

Senhor Razão Sem Nome



Senhor Razão Sem Nome

(Marcos Henrique Martins)



Deixem queimar tudo!
O que vem de baixo!
O que vem do mundo!

Sinto lábios doces - que já foram amargos -;
Sinto lábios doces - hoje ressecados -.


Todos os dias eu luto e sempre perco;
Todos os dias eu luto em meu enterro;
Todos os dias a vida passa e eu não vejo;
Todos os dias um sorriso e o desespero.


Sinto lábios doces - que já foram amargos -;
Sinto lábios doces - hoje ressecados -.


Eu já beijei esses lábios doces;
Eu já senti esse doce amargo;
Eu já beijei esses lábios doces, essa boca podre, esse hálito amargo.


Se minha poesia fosse pura, se minha poesia fosse sua!
Minha vida fosse sua, se tudo não passasse de uma tortura;
A vida é dura eu sei. A vida é dura já sei.


Me dê de volta meu respeito seu ladrão de almas!
O senhor da morte sempre me deixa a sorte, sempre me deixa frágil.


Deixe queimar tudo!
O que vem de baixo
O que vem do mundo, palavras doces, lábios ressecados. Palavras sujas, cura, pus e hálito.


Deixem queimar tudo.


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