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quarta-feira, 19 de fevereiro de 2014

Em lágrimas



Em lágrimas



Existiu, sem saber que existia
Viveu, sem viver realmente
Sorriu de forma discreta
Sorriu, sem saber sorrir de verdade.

Pisou, onde poucos pisaram
Lutou nos campos da ilusão. Foi derrotado.
Perdeu-se em algum momento da história
Achou-se. Voltou a se perder.

Tentou, novamente, sorrir de verdade, mas seus lábios doíam,
Lembrou que sorrisos são para bocas singelas, não para as miseráveis.
Chorou como um menino perdido por sua descoberta
Buscou abrigo, não coube o seu corpo fragilizado.

Ergueu os braços, clamou por Deus;
Ergueu os braços, chamou por Deus;
Ergueu os braços, gritou por Deus;
Ergueu os braços; vazio; ausência; lágrimas; silêncio.

Tentou ser feliz, mas não sabia como;
Tentou ser feliz, não ficava mais de pé;
Tentou ser alguém, porém os dados não deixavam;
Tentou ser feliz, não havia mais para quês.

Marcos Martins.

Fiz essa poesia, no dia 06 de setembro de 2012, ao ver várias pessoas dormindo nas ruas do Recife. Vi minha pequenez perante esses fatos e o que mais me entristeceu, foi notar que apenas eu era quem notava essas tristes sombras nas calçadas.

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