Tão peculiar
(Marcos
Henrique Martins)
Às vezes tenho vontade de
arrancar todos os meus dentes;
Às vezes tenho vontade de
arrancar meu coração;
Às vezes sinto vontades
covardes tomarem meu peito;
Às vezes tenho vontade de
deixar de ser tão solidão.
Não me reconforto.
Não há conforto para
eremitas. Tudo, toda vida é um jogo e todos nós, tolos jogadores, somos crentes
que não vamos perder. Já perdemos. Mas o que importa é a forma como à derrota
nos deleitara.
Às vezes tento contar às
estrelas do céu;
Às vezes tento contar
carneiros para, tentar, dormir;
Às vezes tento falar, mesmo
quando não me escutam;
Às vezes me vem uma vontade
de sangrar.
Não aceito.
Não há conforto para quem vê
seus amados mortos. Tudo, toda vida um dia finda. É o mesmo jogo, só que com
dados diferentes. No fim, sempre perdemos, mas o que importa é forma como
vivemos.
Às vezes, tento ser feliz e
escrever uma ode;
Às vezes me perco em poemas;
Às vezes escrevo para me
perder;
Às vezes tenho sonhos
pequenos que de meus olhos brotam.
Não mais tenho.
Não me habita esperança.
Tudo se foi pela latrina e o que restou foram árvores de ilusão que teimam em nascer
cada vez mais altas em meu quintal. No fim, sempre esperamos por novos dados. E
o que importa para mim pode não importar para você, pois enxergamos o mundo de
forma tão peculiar.
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