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segunda-feira, 21 de janeiro de 2013

Tão peculiar



Tão peculiar
(Marcos Henrique Martins)


Às vezes tenho vontade de arrancar todos os meus dentes;
Às vezes tenho vontade de arrancar meu coração;
Às vezes sinto vontades covardes tomarem meu peito;
Às vezes tenho vontade de deixar de ser tão solidão. 

Não me reconforto.
Não há conforto para eremitas. Tudo, toda vida é um jogo e todos nós, tolos jogadores, somos crentes que não vamos perder. Já perdemos. Mas o que importa é a forma como à derrota nos deleitara.

Às vezes tento contar às estrelas do céu;
Às vezes tento contar carneiros para, tentar, dormir;
Às vezes tento falar, mesmo quando não me escutam;
Às vezes me vem uma vontade de sangrar.

Não aceito.
Não há conforto para quem vê seus amados mortos. Tudo, toda vida um dia finda. É o mesmo jogo, só que com dados diferentes. No fim, sempre perdemos, mas o que importa é forma como vivemos.

Às vezes, tento ser feliz e escrever uma ode;
Às vezes me perco em poemas;
Às vezes escrevo para me perder;
Às vezes tenho sonhos pequenos que de meus olhos brotam.

Não mais tenho.
Não me habita esperança. Tudo se foi pela latrina e o que restou foram árvores de ilusão que teimam em nascer cada vez mais altas em meu quintal. No fim, sempre esperamos por novos dados. E o que importa para mim pode não importar para você, pois enxergamos o mundo de forma tão peculiar.

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