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segunda-feira, 17 de dezembro de 2012

Lúdico



Lúdico
(Marcos Henrique Martins)




Guardado não posso quebrar
Preso em casa, na frenta da velha TV, me deparo com meu reflexo no tubo de imagem entre um canal e outro. Noto meus olhos. Que triste, que triste.

Se continuar aqui não tem como me machucar. É o que todos pensam em seus mundos.

Pássaros dormem a noite, apenas predadores observam.
Outro dia conversei com Deus e o que ele me falou continua sendo um mistério para mim até hoje.

Quero um conhaque, quero um abraço amigo e ouvir alguém afinando um violino.
Quero voltar a sentir você.
Quero voltar para dentro de um útero.
Quero sair, mas perdi o jeito. Desaprendi como caminhar por entre as nuvens.
Quero um copo d’água dada por você, cansei de tomar vinagre e de sangrar para quem não olha mais para mim.

Cansei de escrever versos sem sentido para mim. Cansei de matar, de ser morto, questionar, de ter que posar para fotos de família sorrindo.
Cansei de olhar o infinito e de sempre afinar meio tom abaixo meu violão que, de tão velho, não pega mais afinação.
Cansei de ser homem feito que anda só, de mãos dadas, com o menino destino.  


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