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terça-feira, 25 de dezembro de 2012

Bom dia, boa tarde ou boa noite. Abraços natalinos em todos.




O conto de natal que não fiz
(Marcos Henrique Martins)


Eu só queria escrever um conto de natal para que todos pudessem se abraçar, mas nem tudo saiu como eu imaginava, pois sempre tinha alguém me lembrando de que existem pessoas falsas no mundo.

Eu só queria parar de tentar controlar minha vida por uns instantes e poder fazer um conto de natal, para que todos tivessem motivos para sorrir, mas alguém me falou que o Papai Noel era invenção de grandes corporações, no entanto eu só queria escrever esse conto para que se lembrassem dos dias felizes e de serem bons uns com os outros. Se não o ano todo, pelo menos nesse pedacinho do tempo.

Eu só queria escrever um conto de natal que pudesse fazer com que as pessoas se olhassem no espelho e notassem o que eu vejo, mas sempre tinha alguém me mandando ser rápido e deixar um recado feliz em meu mural. Mesmo quando eu estivesse triste.

Eu só queria contar essa história, mas ninguém queria ouvir, estavam ocupadas de mais perdendo tempo por entre os dedos com coisas pequenas. Por menores que sejamos sempre existirá algo menor que todos nos juntos numa forma untada que tirará nossa noite de sono, com sonhos tranquilos.

Eu só queria escrever um conto de natal para poder dizer – Eu te amo –, sem ter que explicar porque te amo sem desejo sexual, mas alguém me falou que o amor só é bom quando temos motivos para acender um cigarro entre os rins da noite.

Eu só queria escrever um conto de natal para lembrar a todos que não moramos no centro de nossos umbigos, mas todos estavam limpando seus umbigos para darem a festa em comemoração ao fim do mundo.

Eu só queria escrever um conto de natal para mostrar que somos homens de pouca fé. 

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