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quarta-feira, 3 de outubro de 2012

Não, não




Não, não
(Marcos Henrique Martins)


O não, não me castra;
O não, não me magoa;
O não, não me maltrata;
O não, não me diz nada;

O não me fortalece;
O não me faz agir de forma cautelosa, quando piso em pontas de facas;
O não é um advérbio, mas é visto apenas como recusa;
O não deixa lágrimas em teus, meus, olhos;

O não me faz formular possibilidades e realidades alternativas;
O não é a luta do pecar contra o ser humano que realmente somos;
O não marca mais que sins frigidos;
O não. Como forma de negar verdades incautas.

O não, repetido de forma vertiginosa;
O doce não, saído dos lábios das mães zelosas.
Dois nãos e a certeza de uma possibilidade. 
Teu não me castra; me sega nesta estrada vaga; me sufoca; me azeda; me marca.

Teu não me mata.

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