(Marcos Henrique Martins)
Ouvi sua voz em alto e bom tom, mas tudo são sonhos e acordos fácies de serem burlados. Eu continuo ouvi você, mas nada mais faz sentido.
Não posso correr, minhas pernas trancaram. O que restou de minha força; tenho que usar em algo mais produtivo.
Queria te ver, mas estou cego. Querer nunca é fácil e ter, não sei se é alcançável.
Fácil de mais eu dizia. Que bobo sou. Eu posso tocar sem quebra? Não sei se posso, não sei como tocar.
Estou em pedaços na sua sala, estou preso, estou nu, estou sem estar.
Sei que às vezes escrevo sem sentido, mas que sentido tem a vida se não chorar. Caeiro me disse que era bom chorar, mas ele nunca chorou na minha frente.
Não lembro mais meu nome, não lembro mais de tanta coisa. Mário de Sá sempre teve razão, pena ele ser tão triste, pena eu escrever sem vida.
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