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sábado, 14 de abril de 2012

Entrevista



O recifense Edson José da Silva Santos trocou a ensolarada Recife para morar a mais de cinco mil quilômetros de sua terra natal, na cidade de Manaus, capital do Amazonas. Viu seu sonho se realizar com o lançamento de seu primeiro livro O Mendigo, publicado pela editora Baraúna em 2010 e agora se prepara para voar mais auto. 

Este pernambucano de 49 anos é maestro, poeta, compositor, arranjador, desenhista e escritor. Ou seja, a arte é a sua vida. O autor criou uma estória emocionante, onde ficção e realidade se cruzam nas páginas de seu romance. Fizemos uma entrevista com este multiartista para mostrar, não só o universo criado por Edson, mas toda a delicadeza como o escritor e maestro toca a vida.




Marcos Henrique Martins – O mendigo é seu primeiro livro? Ou é seu primeiro livro lançado por uma editora?

José Edson – É o meu primeiro livro. Até o final deste ano deverei lançar o segundo e nos próximos 3 anos mais 3 livros.

MHM – Hoje a literatura mundial está voltada para livros de vampiros, bruxos e crianças que se digladiam até a morte, como é o caso do livro “Jogos Vorazes”. O que te inspirou a escrever o livro O Mendigo e a fugir dessa tendência?       

Edson – Dois mendigos da vida real: Antonio, um rapaz que além de mendigo era deficiente físico, mas tinha uma alegria enorme em viver e uma senhora que, carinhosamente, chamávamos de "vó" por sua forma conselheira de falar.

MHM – Quais as suas influências literárias? 

EDSON – Sou eclético na leitura e isso me influenciou.


MHM – O livro tem muitas frases interessantes como, por exemplo, “Não se jorra veneno de coração que pulsa o amor”, isso para falar apenas de uma frase. Você classificaria o livro como um pouco de autoajuda? Ou ele vai mais além?

EDSON – Eu classifico O Mendigo como um livro de reflexão, essa foi a minha intenção nesta obra.


MHM – A escolha do título de um livro é tão importante quanto o tema que o autor aborda, ou a capa escolhida por ele, principalmente para autores estreantes que o grande público não conhece. O título do livro é simples e objetivo. Como você chegou a esse título? Foi fácil a escolha?

EDSON – Sim, pois a ideia também era simples. Convidar o leitor para uma reflexão.

MHM – Foi feita uma pesquisa, recentemente, que o números de pessoas que leem no Brasil caiu para 8,4%. Se em 2007 95,6 milhões de brasileiros eram considerados leitores, hoje são 88,2 milhões, apesar do mercado editorial está aquecido. Você acha que faltam incentivos do governo e dos pais, também, para motivarem seus filhos a querem ler mais?

EDSON – Sem sombra de dúvida. A leitura deve ser incentivada em todas as idades.


MHM – Como você enxerga as redes sócias e blogs, microblogs para a divulgação de novos escritores. Você acha que essa tecnologia ajuda ou atrapalha os escritores?

EDSON – Ajuda e muito. Blog, por exemplo, é o melhor aliado dos autores novatos.

MHM – Você encontrou muita dificuldade para conseguir lançar seu livro por uma editora?

EDSON – Sim! Acredito que a maioria, absoluta, dos autores encontram dificuldades para lançarem seu primeiro livro.


MHM – Você acha que o livro de papel vai acabar e os livros eletrônicos vão reinar soberanos, os chamados e-books?

EDSON – Não. Há diferença no prazer em ler um e-book e um livro impresso.

MHM – Porque você achar que os leitores brasileiros, às vezes, são tão relutantes em querer ler um autor nacional? E se for estreante a dificuldade aumenta ainda mais.

EDSON – Não deixa de ser um preconceito, mas somos nós escritores que temos de derrubar essa ideia investindo cada vez mais na qualidade.

MHM – O personagem principal o Herbert, foi inspirado em alguém? Como você compôs o caráter dos personagens principais de seu livro?

EDSON – A forma com que o Herbert fala, foi inspirado na minha mãe, pois ela tinha sempre uma maneira simples para explicar uma situação complicada. Os demais personagens foram tirados de uma observação simples. Em todo grupo de pessoas tem um mais tímido, um brincalhão, um lider... E um chato. (risos).

MHM – No Brasil ainda há um abismo social muito grande, os ricos não querem dividir o bolo em partes iguais. O seu livro mostra que uma pessoa, mesmo simples, pode ter grande conhecimento a ofertar aos outros. Você é otimista quanto ao futuro de nosso país?

EDSON – Eu sou otimista quanto à evolução mental do ser humano.

MHM – Você prefere uma vida vivida, ou uma vida pensada?

EDSON – As duas coisas, pois eu não consigo viver sem pensar e nem pensar sem viver. (risos).


MHM – O que você deseja passar para as pessoas com a estória que criou em O Mendigo?

EDSON – O valor real da amizade.

MHM – Quais os projetos para o futuro? Podemos esperar mais livros seus? Você poderia nos falar um pouco sobre seus projetos futuros?

EDSON – O segundo livro é a continuação de O Mendigo, a história se passa 20 anos depois da partida do Herbert. Outros três livros devem ser lançados até 2015, mas falarei sobre eles mais tarde.


MHM – Que conselho você daria para os jovens escritores, para as pessoas que sonham em escrever e conseguir lançar um livro?

EDSON – Nunca desista de um bom sonho, as dificuldades só existem para dar um sabor melhor à realização.


MHM – Você tem algum ritual para começar a escrever?

EDSON – Não, nenhum ritual.


MHM – Como é o seu processo de criação? Você gosta de observar as pessoas, lugares para dar vida a suas estórias e a seus personagens?
    
EDSON – Eu costumo dizer para aos amigos. Se você não é artista, coloque arte em sua vida. Mas, se você é artista, coloque vida em sua arte.
Para conhecer o site do escritor acesse: http://edsonsantosescritor.webnode.com.br/

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