É APENAS POESIA
Não se assuste querida é apenas poesia.
Não, não tenha receio de me dar à mão e juntos
pularmos por sobre a lua.
Não tenha medo querida é apenas meu Eu lírico gritando
essas coisas sem sentido, dizendo que está morto e se sente vivo apenas quando
está dormindo.
Não, não sou a poesia que escrevo, mas sinto dor, medo
e tenho lampejos, mas é tudo controlado – assim como os parnasianos faziam.
Não quero uma bebida, se bem que um bom vinho cairia
bem.
Não se assuste querida é apenas a poesia saindo de meus
poros. Sim, o poeta é um fingidor, mas a dor é deveras que respingar na alma.
Não sei por que meus dedos doem, não sei por que
escrevo se poesia não é lida e se ninguém quer lançar um poeta vivo.
Tudo bem vou ter cuidado ao atravessar aquela rua sem semáforo,
prometo olhar.
Não posso deixá-lo ir, onde ele habitaria?
Não amo mais meu Eu lírico que você querida, mas é de
cumplicidade que estou falando, não de fluidos.
Tenho que continuar escrevendo, não importam os
motivos, não sou eu é meu Eu lírico.
Não sei como vai terminar essa poesia e para falar a
verdade não me importo, pois o que importa é fazer nascer à poesia, nada mais
importa.
Marcos Martins.
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